- Introdução
Com o desenvolvimento das técnicas de ultrassonografia (USGultrassonografia) obstétrica na década de 1980, passou-se a observar alterações fetais antes pouco conhecidas. Entre as anomalias detectadas no período pré-natal, as do sistema geniturinário representam cerca de 20%, ficando atrás apenas das anomalias do sistema nervoso central.1
Das anomalias geniturinárias, a hidronefrose é a mais comum,2 em especial, no último trimestre da gestação, ocorrendo em 1 a 5% das gestações.3,4 Apesar da elevada prevalência, o achado de uma hidronefrose na USGultrassonografia pré-natal é incerto, uma vez que pode representar uma grande variedade de anomalias, que vão desde alterações de pouca ou nenhuma significância clínica — e que apresentam resolução espontânea logo após o nascimento — até anomalias graves que podem levar à insuficiência renal e a óbito. No entanto, de 64 a 94% dos casos de recém-nascidos afetados não apresentam anomalias clinicamente significantes.5–7
O grande desafio para o urologista que lida com esses casos é distinguir as situações que demandam acompanhamento ou até intervenção das que são transitórias e que não necessitam ser investigadas.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir os aspectos mais relevantes do diagnóstico, a avaliação pós-natal e conduta em recém-nascidos com hidronefrose pré-natal;
- identificar os casos com maior potencial de deterioração renal reversível;
- detectar as possíveis anomalias associadas aos casos de hidronefrose;
- excluir os diagnósticos diferenciais para reduzir a realização de exames desnecessários em casos de hidronefrose.
- Esquema conceitual