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ACIDENTES OFÍDICOS EM CÃES E GATOS

Warley Gomes dos Santos

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os sinais clínicos que caracterizam os acidentes ofídicos causados pelos principais gêneros envolvidos de importância médica e médico-veterinária;
  • estabelecer o tratamento específico e de suporte para envenenamento ofídico;
  • reconhecer, de forma precoce, possíveis complicações decorrentes do envenenamento ofídico e/ou do uso do soro antiofídico e antecipar-se a elas.

Esquema conceitual

Introdução

A toxicologia é uma ciência interdisciplinar, e a toxicologia veterinária é uma de suas áreas. Outra área oriunda da toxicologia é a toxinologia, ciência que visa a estudar as toxinas, sejam animais, vegetais ou produzidas por microrganismos. A cada dia, mais a toxinologia destaca-se como ciência fundamental para o desenvolvimento de novas substâncias/fármacos/medicamentos.

Em estudos históricos realizados em cães e cobaias, descobriu-se que havia envolvimento da bradicina na hipotensão após o envenenamento botrópico (serpentes do gênero Bothrops). A ocorrência dessa hipotensão era devida à presença de um peptídeo relacionado à bradicinina contido no veneno das serpentes botrópicas. Em 1975, foi sintetizado o captopril, um inibidor da enzima conversora de angiotensina (fármaco hipotensor) a partir desse conhecimento científico básico.1

Diversos fármacos comercializados e outros ainda em estudo que atuam sobre a hemostasia e a coagulação tiveram origem em componentes de venenos de serpentes. A partir desse fato, percebe-se como as substâncias presentes nesses venenos vão muito além de causar efeitos danosos nas vítimas das serpentes.

As toxinas que compõem os venenos podem ser de diferentes origens, tais como animal, vegetal, bacteriana, fúngica ou proveniente de algas. Nos venenos, podem estar presentes uma ou mais toxinas que caracterizarão os animais como peçonhentos, ou seja, aqueles que apresentam um aparato apto a inocular as toxinas presentes em seu veneno, e venenosos, que são aqueles que não apresentam um aparato inoculador propriamente dito (conceito que, às vezes, pode ser debatido na academia).2–7

De modo geral, o veneno é uma mistura de substâncias proteicas e não proteicas que pode ter diferentes toxinas em sua constituição.2–7

Como exemplo, o veneno das serpentes do gênero Bothrops é constituído por várias toxinas com diferentes propriedades, que podem ser digestivas e tóxicas para subjugar a presa. As espécies de interesse médico e médico-veterinário evoluíram com um aparelho inoculador que facilita a introdução das substâncias tóxicas em suas presas/vítimas.2–7

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