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AFECÇÕES DO SISTEMA GENITAL FEMININO NAS ESPÉCIES CANINA E FELINA

Marcelo Carvalho dos Santos

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar as afecções reprodutivas do genital feminino das espécies canina e felina;
  • distinguir os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelo desenvolvimento de sinais clínicos em animais com essas doenças;
  • estabelecer uma conduta adequada para o tratamento das diversas afecções reprodutivas.

Esquema conceitual

Introdução

O sistema reprodutivo é indiscutivelmente o sistema de órgãos mais importante para a sobrevivência de uma espécie. Em animais de produção, a reprodução é essencial para o fornecimento contínuo do produto, como carne, lã, leite e outros subprodutos. A compreensão humana de muitos dos processos reprodutivos progrediu bastante, e vários dos “dogmas” aceitos foram desafiados e/ou modificados. Além disso, a abordagem tradicional de estudar doenças do sistema reprodutor animal tem se concentrado em doenças específicas para as quais as informações são conhecidas, em vez de levar em consideração a importância geral do ambiente clínico.

Historicamente, os estudos de doenças reprodutivas muitas vezes se concentraram no gado, mas não mais. Neste capítulo, a importância relativa de doenças ou processos específicos em cada componente anatômico ou região do sistema reprodutor de cães e gatos é enfatizada. Durante aproximadamente a última década, as doenças dos animais de companhia foram estudadas em maiores detalhes e são discutidas neste capítulo.

No globo, o Brasil tem a segunda maior população de cães, com cerca de 52,2 milhões de indivíduos, apenas superada pelos EUA, e estima-se que 44,3% das famílias brasileiras possuem um cachorro. De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de cães até supera o de crianças (44,9 milhões) em famílias brasileiras.1

Consequentemente, é importante que os estudos sejam feitos para avaliar a ocorrência de distúrbios que afetam esses animais a fim de se estabelecerem novas diretrizes sobre prevenção, diagnóstico e tratamento. Veterinários com frequência encontram lesões no aparelho reprodutor feminino nas espécies canina e felina em sua prática de rotina, e essas lesões podem progredir em qualquer fase da vida reprodutiva dos animais.

Alterações reprodutivas podem apresentar consequências variadas, que se estendem da ausência de sinais clínicos, comprometendo somente a fertilidade do animal e passando despercebidas ao proprietário ou tutor, até manifestações clínicas agudas, que podem conduzir à morte, como nos casos de piometra.2 Essas alterações, portanto, quando detectadas tardiamente, podem comprometer a vida dos animais, refletindo em perdas emocionais para seus proprietários ou tutores.

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