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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM INCAPACIDADE FUNCIONAL APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Ana Railka de Souza Oliveira-Kumakura

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • distinguir os tipos de acidente vascular cerebral (AVC), os fatores de risco, as manifestações clínicas e as modalidades de diagnóstico e de tratamento;
  • comparar os conceitos de autonomia, capacidade funcional e autocuidado;
  • descrever o efeito da reabilitação para os pacientes com AVC e incapacidade funcional;
  • identificar a contribuição do processo de enfermagem (PE) para a prática do enfermeiro que atua na reabilitação.

Esquema conceitual

Introdução

Direcionar o cuidado para pessoas com AVC é importante, pois ele atinge uma parcela significativa da população, demostrada pela expressiva morbidade e mortalidade internacional,1,2 bem como brasileira.3,4 Ademais, a população acometida por um episódio de AVC apresenta inúmeras complicações de saúde. Entre essas, sobressaem problemas na mobilidade, fraqueza muscular em extremidades inferiores, parestesia, hemiplegia, equilíbrio prejudicado, alterações na marcha, depressão, déficit cognitivo, disfunções proprioceptivas, alterações da visão e audição, resultantes de alteração na perfusão cerebral.5–8

Outros problemas identificados na população acometida por um episódio de AVC são incontinência urinária, dificuldades quanto à realização das atividades de vida diária e disfagia/aspiração respiratória.5–8 Convém salientar que a ocorrência de um AVC gera impacto social, econômico e previdenciário, tornando fundamental a reformulação do sistema de atendimento, o qual deve abordar de forma integrada o paciente,9 como recomendado pela Linha de Cuidado do AVC do Ministério da Saúde (MS).10

A reabilitação de pacientes com AVC que apresentam incapacidade funcional deve ter como foco a promoção da autonomia e da independência para o autocuidado e ser implementada por uma equipe interdisciplinar com vistas a melhorar a assistência frente aos cuidados que são específicos. Tanto fatores específicos do paciente com AVC, como local e extensão da lesão e suas estratégias de coping, quanto do ambiente em que será realizada a reabilitação e do suporte emocional e instrumental oferecido pelos profissionais de saúde e pela família influenciam a recuperação após o AVC e a transição que está sendo vivenciada.11,12

Sendo assim, o AVC é um evento que provoca inúmeras mudanças na vida de um paciente e constitui um grande desafio para o enfermeiro e toda a equipe de saúde. Observa-se desde a incapacidade funcional e déficits de autocuidado à redução na autonomia, o que torna fundamental a implementação de diferentes terapêuticas de enfermagem, no sentido de restabelecer a saúde e o bem-estar.13,14