Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os direitos de crianças e adolescentes hospitalizados;
- identificar as mudanças ocorridas ao longo do tempo com relação às configurações familiares e sua influência na recuperação de crianças e adolescentes hospitalizados;
- discutir a inserção do pai no cuidado ao filho;
- descrever a atuação do enfermeiro no alojamento conjunto pediátrico;
- reconhecer os espaços e as estratégias para a humanização da assistência em alojamento conjunto em unidades de internação pediátrica.
Esquema conceitual
Introdução
A experiência da hospitalização para crianças e adolescentes é, em geral, repleta de momentos angustiantes e dolorosos, que devem ser amenizados pelos profissionais que assistem essa população. O hospital, para esses pacientes, é um ambiente hostil, que pode gerar estresse, traumas físicos e psíquicos, tendo em vista sua exposição a procedimentos dolorosos inerentes ao tratamento e que, geralmente, não podem ser suprimidos.
O enfermeiro pediatra é o responsável pela qualidade da assistência que esses pacientes e suas famílias receberão, por isso esse profissional deve favorecer a redução do estresse no enfrentamento dessa situação, causada pelo agravamento da doença.
O tempo médio de permanência hospitalar de crianças e adolescentes em unidades pediátricas é de seis dias/ano por internação. Deve-se proporcionar espaço físico adequado quanto à funcionalidade e à humanização, considerando as diferentes faixas etárias e, desse modo, propiciando ao paciente a capacidade de enfrentamento de sua hospitalização.1
Também devem ser asseguradas condições, em tempo integral, para a permanência de acompanhantes, pais ou responsáveis. Isso se faz necessário porque, além de ser um direito garantido por lei, a internação interrompe a vida cotidiana de crianças e adolescentes, provocando afastamento do convívio familiar. É primordial que os profissionais, em especial o enfermeiro pediatra, sejam empáticos e sensíveis, visando tornar o processo de internação mais leve e o local menos ameaçador ao público infantojuvenil.2
A família deve dividir o protagonismo com o filho hospitalizado e não pode ser mera observadora do cuidado prestado, simples informante ou até mesmo ser considerada uma visita. Em muitos momentos, é necessária a flexibilização das regras e normas estabelecidas pelo hospital, de forma a reconhecer a bagagem de conhecimentos levada por familiares e pacientes e fomentar o cuidado centrado na família.3 O enfermeiro pediatra é o gestor do cuidado de crianças e adolescentes hospitalizados, portanto é responsável pela implementação dessas ações.
O acolhimento aos familiares de crianças hospitalizadas é outro aspecto relevante, essencial para a redução da ansiedade dos pais. Compreender as repercussões da hospitalização de crianças e adolescentes e sua família, a exemplo de mudanças na rotina familiar, ausência da mãe no lar, conflitos conjugais e tensão em relação ao filho doente, representa uma habilidade que deve ser desenvolvida pelo enfermeiro pediatra para que possa oferecer assistência adequada às necessidades de cada família.