Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância dos protocolos na Atenção Primária à Saúde para a consulta do enfermeiro à saúde da mulher;
- analisar a atuação gerencial para a implementação de protocolos em consultas do enfermeiro na saúde da mulher;
- considerar a elaboração de protocolos baseados em evidências;
- analisar a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem na sistematização da assistência de enfermagem.
Esquema conceitual
Introdução
O exercício de cuidar de alguém instintivamente existe desde os indícios mais remotos da existência humana, como o cuidado das mães para com sua prole, mesmo que rudimentar.1 Assim, o ato de cuidar pertenceu a vários atores ao longo da história humana. Todavia, o cuidado sistematizado e, portanto, profissional é reservado à enfermagem.2
Nesse cenário, na contemporaneidade, o enfermeiro organiza o cuidado, pautado em seu contexto situacional, considerando as várias e distintas tecnologias a seu dispor, que possibilitam a qualificação do trabalho em saúde, regulamentado e disciplinado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), por meio de leis, resoluções, pareceres, entre outros.2
Mediante a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem (LEP) nº 7.498/1986, a consulta de enfermagem destaca-se por ser procedimento exclusivo do enfermeiro, denominada neste capítulo como consulta do enfermeiro. Salienta-se que durante a consulta, o enfermeiro tem autonomia para prescrição de medicamentos e solicitação de exames, considerando os programas de saúde pública e a utilização de protocolos institucionais.3,4
Dessa forma, a consulta realizada pelo enfermeiro, além de qualificar a saúde da população atendida, reforça a autonomia e o protagonismo profissional, por meio do cuidado sistematizado e resolutivo. Nesse aspecto, os protocolos de enfermagem fundamentados e organizados a partir de processos metodológicos, éticos e legais são importantes tecnologias que viabilizam o exercício profissional do enfermeiro, por compreender e otimizar a inserção dessa consulta voltada à saúde de indivíduos e famílias.
No que tange à mulher e, particularmente, aos problemas que dizem respeito à sua vida, continua merecendo destacada atenção por parte dos profissionais de saúde, da sociedade e dos meios de comunicação, sendo focalizada por eles a necessidade de acelerar mudanças na condição que ela ocupou por décadas e ainda ocupa.
Este capítulo busca enfocar a importância da construção e da implementação de protocolos para o processo de trabalho da enfermagem, com ênfase no enfermeiro, utilizados como instrumento legal e didático para a otimização do cuidado sistematizado e resolutivo à saúde das mulheres durante a consulta na Atenção Primária à Saúde (APS) e na assistência hospitalar, como forma de legitimar o trabalho do enfermeiro. Para tanto, apresentam-se conceitos, métodos, exemplos e reflexões para a atuação gerencial a respeito da organização e da implementação de protocolos de enfermagem.