Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância da quantificação do cálcio coronariano na estratificação de risco cardiovascular;
- identificar as técnicas para mensuração do cálcio coronariano por meio da tomografia computadorizada (TC) do tórax.
Esquema conceitual
Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente as principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, com impacto econômico crescente devido ao processo de envelhecimento populacional e aos avanços tecnológicos que permitem terapias mais agressivas, prolongadas e precoces.1
Pelos menos 25% dos pacientes coronarianos têm morte súbita ou infarto não fatal sem sintomas prévios. Portanto, a pesquisa de doença subclínica que poderia ser beneficiada por prevenção primária é extremamente importante. Os indivíduos de maior risco devem ser identificados e selecionados para intervenções no estilo de vida ou intervenções farmacológicas, e, para isso, estimar o risco absoluto do indivíduo (risco de desenvolver doença arterial coronariana fatal ou não fatal nos próximos 10 anos) por meio de fatores de risco é fundamental.2
Vários estudos prospectivos mostram que a detecção do cálcio coronariano é uma ferramenta útil para identificar indivíduos com risco alto ou não de eventos coronarianos, com correlação direta entre o risco e a extensão da calcificação.3–5
A tomografia computadorizada (TC) sincronizada ao sinal do eletrocardiograma (ECG) é a técnica atualmente preconizada para obtenção de imagens cardíacas com a finalidade de identificação e quantificação do cálcio coronariano, o que exige aparelhos modernos e com recursos especiais.
Estudos recentes com tomografia computadorizada do tórax não sincronizada ao eletrocardiograma (TCNS) mostraram que a identificação visual (não quantitativa) do cálcio coronariano fornece informações clínicas relevantes. Mais recentemente, a avaliação qualitativa por meio de escalas visuais mostrou correlação estatística com mortalidade cardiovascular. Alguns estudos propõem, ainda, que a TC cardíaca dedicada para pesquisa de cálcio coronariano não seja necessária em pacientes com TC do tórax negativa.2,6,7