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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CANDIDATOS À CIRURGIA BARIÁTRICA

Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa

Renata Teti Tibúrcio Maia

Mônica Cristina Batista de Melo

epub-BR-PROPSICO-C6V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir obesidade e os seus efeitos nas saúdes física e mental da população;
  • reconhecer os aspectos históricos, contextuais e familiares da obesidade;
  • descrever os procedimentos e as recomendações da cirurgia bariátrica;
  • identificar o papel da avaliação psicológica no tratamento da obesidade para candidatos à cirurgia bariátrica;
  • preparar uma proposta de avaliação psicológica com base em um protocolo prático desenvolvido por um ambulatório de obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

Esquema conceitual

Introdução

A obesidade não é um fenômeno novo, mas inerente à humanidade desde a pré-história. Nessa época, o tecido adiposo era importante inclusive para a sobrevivência. Porém, com o passar do tempo, a gordura corporal passou a ter outras funções, que transitaram desde a representação de saúde, fartura e vitalidade até a incapacidade de mobilidade e queixas patológicas. Esse conjunto de experiências humanas ao longo do tempo teve diversas consequências, e hoje a obesidade também é considerada um fenômeno epidêmico,1 com efeitos diretos e indiretos nas saúdes física e mental da população.2

No Brasil, dados obtidos pela pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelam que a frequência de adultos obesos no país é de 20,3%, sendo semelhante entre homens e mulheres. Também foi observado aumento na frequência de obesidade com a idade: até os 64 anos para homens e até os 54 anos para mulheres. Além disso, a pesquisa revelou que, entre as mulheres, a frequência de obesidade diminuiu intensamente com o aumento no nível de escolaridade.3

Considerando o comportamento estatístico da obesidade no Brasil, os números revelam o problema de saúde pública que o país enfrenta e a crescente demanda por ações, a fim de promover a educação em saúde e, por consequência, minimizar o consumo excessivo de alimentos típicos de uma dieta danosa à saúde. Ainda, é importante destacar que esses alimentos são consumidos, sobretudo, por pessoas de baixa renda, com supostamente menos acesso a informações referentes a dietas saudáveis.4

Nesse contexto, a obesidade associada à compulsão alimentar é reconhecida como um problema crescente.5 Além de inúmeras consequências físicas, a obesidade apresenta uma série de efeitos psicológicos negativos e sofrimento emocional. Entre os problemas emocionais, destacam-se as alterações da imagem corporal, depressão, baixa autoestima, estresse e transtornos alimentares, afetando de modo integral a qualidade de vida das pessoas.2

Ações voltadas para o tratamento da obesidade envolvem um cuidado interdisciplinar focado no controle da dieta e em cuidados físicos.2 Entre as intervenções psicológicas, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens que mais tem recebido atenção pelos seus efeitos positivos.2,5,6 Além disso, a avaliação psicológica, tema norteador deste capítulo, é um processo importante e necessário no processo de planejamento da cirurgia bariátrica.

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