- Introdução
As calcificações mamárias são achados muito comuns nas mamografias de rastreamento. Embora, na maioria das vezes, apresentem etiologia benigna, a interpretação correta é imprescindível, pois as calcificações mamárias podem corresponder a um achado sutil do câncer de mama, frequentemente, em sua fase inicial.
Geralmente, as calcificações mamárias apresentam características benignas, permitindo a classificação mamográfica definitiva. Outras vezes, será necessário complementar com incidências mamográficas adicionais, sendo a ampliação a técnica de escolha para análise de calcificações mamárias não tipicamente benignas.
A avaliação da morfologia e do padrão de distribuição das calcificações mamárias permitirá a estratificação em diferentes categorias de risco, de acordo com o sistema de padronização do American College of Radiology (ACRAmerican College of Radiology) Breast Image Reporting and Data System (BI-RADSBreast Image Reporting and Data System®),1 determinando a conduta mais adequada.
A mamografia continua sendo o método mais adequado para detecção, avaliação e seguimento das calcificações mamárias. Embora a tomossíntese (mamografia tridimensional – 3D) tenha demonstrado ser um método promissor na detecção do câncer de mama, não há, até o presente momento, evidências que demonstrem sua superioridade na detecção e na avaliação de calcificações mamárias.2,3
Também não se observou, até o momento, redução das taxas de reconvocação da tomossíntese em relação à mamografia, por microcalcificações, como tem sido demonstrado nos demais achados, tais como nódulos e assimetrias mamárias.2,3
A ultrassonografia (USultrassonografia) e a ressonância magnética (RM) apresentam limitações na avaliação de calcificações mamárias, mas poderão ser indicadas em algumas situações específicas, tais como em estadiamento ou em planejamento de biópsias.4
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- reconhecer os descritores das calcificações mamárias de acordo com sua morfologia e com sua distribuição;
- discriminar as calcificações de acordo com as categorias do sistema BI-RADSBreast Image Reporting and Data System® e, assim, determinar a conduta adequada;
- identificar a importância da correlação radiológico-patológica após as biópsias mamárias;
- descrever as principais alterações da nova edição do BI-RADSBreast Image Reporting and Data System® em relação às calcificações;
- estabelecer relação entre os exemplos práticos do dia a dia e os padrões de apresentação das calcificações mamárias com as categorias do BI-RADSBreast Image Reporting and Data System® e suas principais etiologias benignas e malignas.
- Esquema conceitual