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CUIDADOS DE ENFERMAGEM A PACIENTE COM TRANSTORNOS MENTAIS E/OU COMPORTAMENTAIS EM HOSPITAL GERAL

Marcio Roberto Paes

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a saúde mental como parte essencial para a saúde;
  • identificar a integração do hospital geral à Raps;
  • conhecer as ações de saúde mental realizadas nos hospitais gerais;
  • discorrer sobre a importância dos leitos psiquiátricos em hospitais gerais;
  • indicar as principais atividades desempenhadas na consultoria psiquiátrica e na enfermagem de ligação em saúde mental no hospital geral;
  • refletir sobre a relevância da educação permanente de enfermagem em temas de saúde mental no hospital geral.

Esquema conceitual

Introdução

Apesar dos registros da implantação de leitos psiquiátricos em hospitais gerais desde 1960, o modelo manicomial e hospitalocêntrico foi fortemente mantido até a promulgação da Lei nº 10.2016/2001, a Lei da Reforma Psiquiátrica. As primeiras ações dessa reforma promoveram a ampliação dos serviços de saúde mental de caráter extra-hospitalar, integrada aos serviços da Atenção Primária, a hospitais gerais e aos especializados em Psiquiatria, de modo que a assistência psiquiátrica fosse a mais favorável à ressocialização e à manutenção dos direitos das pessoas com transtorno mental. Esses serviços de saúde estão estruturados na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e interligados a ela.1–4

O hospital geral tem desempenhado papel estratégico na articulação entre os serviços de saúde especializados da Raps, uma vez que é geograficamente favorável à acessibilidade das pessoas, por sua localização, está presente em vários municípios e é o mais próximo do contexto da vida social dos pacientes.1 Com o objetivo de fortalecer esse novo panorama da saúde mental em hospital geral, o Ministério da Saúde (MS) tem implementado, na última década, a política de incentivo e apoio à implantação de leitos psiquiátricos nos hospitais gerais.1–3

Embora seja bastante plausível o referido redirecionamento assistencial, alguns estudos têm demonstrado que, no Brasil, os profissionais de saúde apresentam dificuldades em realizar cuidados nas dimensões psíquicas e emocionais dos pacientes, o que gera resistência e má adaptação a essa nova possibilidade. A falta de conhecimento e de habilidade em relação ao cuidado da pessoa em sofrimento mental tem sido a principal barreira encontrada por equipes de enfermagem em hospitais gerais.5–8