Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- compreender a definição do delirium e algumas razões para o seu subdiagnóstico;
- conhecer a patogênese que explica o seu desenvolvimento;
- identificar os fatores de risco, os predisponentes e os precipitantes;
- rastrear e identificar o delirium à beira do leito;
- reconhecer diagnósticos diferenciais;
- dominar as estratégias preventivas do delirium;
- manejar o paciente com delirium;
- distinguir as poucas situações de uso recomendado dos antipsicóticos, sua posologia e seus efeitos adversos potenciais.
Esquema conceitual
Introdução
O delirium, que também pode ser denominado “estado confusional agudo”, se caracteriza por um comprometimento do conteúdo da consciência, com início agudo, curso flutuante, déficit de atenção e pensamento desorganizado.1 O primeiro médico de que se tem conhecimento que utilizou o termo foi Celsus, no século I a.C.; além dele, Hipócrates, em 500 a.C., empregava o termo “phrenitis” para designar um quadro semelhante.2
O quadro de delirium é frequente em pacientes hospitalizados, especialmente em idosos, e está associado a maior tempo de internação, declínio funcional, perda de independência, aumento nas taxas de institucionalização e mortalidade.3,4 Cerca de um terço dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desenvolvem delirium, e os déficits neurológicos e/ou psiquiátricos de longo prazo podem ser persistentes. Dessa forma, representa um risco à vida pessoal e financeira do paciente.4