Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar a fuga e os seus fatores de risco;
- identificar os componentes do novo Diagnóstico de Enfermagem (DE) Risco de tentativa de fuga (00290);
- descrever o Processo de Enfermagem (PE) de acordo com as necessidades do indivíduo em risco de fuga;
- aplicar as etapas de diagnóstico, planejamento de resultados e intervenções de enfermagem em caso de DE Risco de tentativa de fuga.
Esquema conceitual
Introdução
Indivíduos hospitalizados estão sujeitos a diferentes situações de risco e incidentes, como os eventos adversos, que são prejudiciais à sua saúde e podem ser prevenidos pelos profissionais de saúde.1 Assim, o monitoramento de indicadores de qualidade e as ações preventivas contra esses eventos são condições essenciais para a segurança dos pacientes.2–4
Na literatura brasileira, são pontuados seis tipos de alta:5
- por ordem médica;
- por licença;
- por transferência;
- a pedido;
- por fuga;
- por óbito.
A fuga ocorre quando o indivíduo sai do ambiente de tratamento de saúde sem o conhecimento da equipe de saúde,6 que pode ser ambiente hospitalar, centro de atenção psicossocial, ambulatórios, entre outros.
Considerando-se o importante papel do enfermeiro na situação de fuga, que demanda cuidados preventivos, realizou-se busca na NANDA International (NANDA-I)7 para verificar a existência de um DE que descrevesse esse tipo de situação de risco, que pode ser identificada na etapa de coleta de dados do paciente, na execução do PE. Entretanto, notou-se a ausência de um DE para descrever essa circunstância.
Assim, decidiu-se estudar esse contexto, vislumbrando-se a possibilidade de desenvolver e submeter uma proposta à NANDA-I de um novo DE, denominado Risco de fuga e que, posteriormente, foi adequado para Risco de tentativa de fuga e publicado na edição da NANDA-I 2021–2023.8
Ressalta-se que, na Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC),9 há intervenção pertinente ao indivíduo em risco de evasão, intitulada Precauções contra fuga (6470), bem como na Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC, do inglês, Nursing Outcomes Classification),10 na qual se encontra o resultado Ocorrência de fuga (1919). Entretanto, essa intervenção e esse resultado não estavam sendo empregados na prática clínica, com base em um DE padronizado por um sistema de classificação como a NANDA-I, o que corroborou a importância do desenvolvimento de um novo DE.