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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ANOREXIA NERVOSA

Maria Amália Accari Pedrosa

José Carlos Appolinario

Diagnóstico e tratamento da anorexia nervosa - Secad

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • diagnosticar adequadamente os quadros de anorexia nervosa (AN);
  • descrever as comorbidades psiquiátricas associadas à AN;
  • identificar as possíveis complicações clínicas decorrentes do quadro de AN;
  • reconhecer o papel interdisciplinar no tratamento da AN;
  • diferenciar os diversos níveis de assistência possíveis e encaminhar o paciente com AN adequadamente;
  • conduzir o caso de AN de acordo com princípios da medicina baseada em evidências, visando ao melhor desfecho e à segurança do paciente.

Esquema conceitual

Introdução

Os transtornos alimentares geram, na prática, uma importante interface entre a clínica e a psiquiatria, pois são perturbações que comprometem não somente a dimensão psicossocial, mas também a saúde física do indivíduo. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5 descreve que, nos transtornos alimentares, os comprometimentos são decorrentes de “uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação, resultando no consumo ou na absorção alterada de alimentos”.

Alguns sintomas alimentares podem estar presentes em mais de um dos transtornos alimentares; entretanto, segundo a classificação do DSM-5, os seis diagnósticos possíveis são mutuamente excludentes, como NA, bulimia nervosa (BN), transtorno de compulsão alimentar, na alotriofagia (pica), transtorno de ruminação e transtorno alimentar restritivo/evitativo.

A AN, mesmo quando subclínica, tem impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo, como também a mais alta taxa de mortalidade entre os transtornos psiquiátricos, chegando a 5% em adultos. Os desfechos desfavoráveis da AN são atribuídos não só às complicações clínicas, como também ao alto risco de suicídio, estimando-se em 12 por 100 mil por ano nessa população.

Alguns fatores são fundamentais no tratamento da AN, como assistência especializada, interdisciplinar e em diferentes níveis. No Brasil, essa demanda, muitas vezes, não é atingida, sendo importante a especialização de equipes multiprofissionais e a padronização de condutas baseadas em evidências.

Assim, considerando essas especificidades, este capítulo oferecerá uma visão abrangente da abordagem multiprofissional da AN. Primeiro, serão abordados os aspectos epidemiológicos e diagnósticos do transtorno; após, serão fornecidas informações sobre as comorbidades psiquiátricas e clínicas e as avaliações necessárias para sua detecção. Feitos o diagnóstico e a triagem de complicações do paciente, será possível definir o nível de cuidado adequado e, por fim, o plano terapêutico baseado em evidências.

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