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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO PÂNICO

Laiana Azevedo Quagliato

Antonio Egidio Nardi

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Introdução

O transtorno do pânico (TP) é uma condição psiquiátrica muito comum, com prevalência ao longo da vida de 1,5 a 5,1%. Trata-se de uma condição crônica que atinge duas vezes mais mulheres do que homens, especialmente, na segunda e terceira décadas de vida.1

O TP é uma condição psiquiátrica crônica definida por ataques de pânico (APs) recorrentes e inesperados e consequentes preocupação e medo em relação a outros ataques.

Um AP pode ser descrito como um episódio bem-caracterizado de medo ou desconforto acentuados, no qual quatro (ou mais) dos seguintes critérios diagnósticos, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5), aparecem repentinamente e atingem um ponto máximo dentro de 10 minutos:1

 

  • taquicardia;
  • sudorese;
  • dispneia;
  • fadiga;
  • irritabilidade;
  • tensão muscular;
  • insônia;
  • tremores;
  • dor ou desconforto no peito;
  • náuseas ou desconforto abdominal;
  • tontura;
  • calafrios ou sensação de calor;
  • parestesia;
  • desrealização;
  • despersonalização;
  • medo de “perder o controle” ou de enlouquecer;
  • medo de morrer.

Os APs podem ocorrer várias vezes ao dia ou serem pouco frequentes, com frequência de apenas algumas vezes por ano.2 Uma característica marcante do TP é que os ataques ocorrem sem aviso prévio.1

Em geral, não existe um gatilho específico para o AP.3 Os pacientes que sofrem esses ataques percebem uma falta de controle.2 Os APs, no entanto, não se limitam ao TP. Eles podem ocorrer de forma concomitante a outros transtornos de ansiedade, humor e psicóticos e ao uso de substâncias.1

Embora os APs possam se originar dos efeitos diretos do uso de substâncias, medicamentos ou de uma condição médica geral, como hipertireoidismo ou disfunção vestibular, eles não devem se derivar apenas deles.1

O TP não é diagnosticado quando os sintomas são atribuíveis a outro distúrbio.1 Por exemplo, quando os APs ocorrem na presença de um transtorno de ansiedade social (TAS), em que os ataques são desencadeados por situações sociais, como falar em público, eles não podem ser considerados parte do TP.1 Um achado distinto em pacientes com TP está relacionado ao medo e à ansiedade que experimentam de maneira física, em oposição à cognitiva.1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • revisar os critérios diagnósticos do TP;
  • identificar e excluir diagnósticos diferenciais;
  • propor o tratamento para o TP.

Esquema conceitual

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