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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIANTE

Miguel Angelo Boarati

epub-BR-PROPSIQ-C10V1_Artigo3

https://doi.org/10.5935/978-65-5848-007-5.C0001

  • Introdução

O transtorno opositivo desafiante (TOD) é o transtorno comportamental mais frequente em crianças em todo o mundo. Caracteriza-se por um padrão persistente e significativo de questionamento das figuras de autoridade, em diferentes contextos e situações, incompatível com o nível de desenvolvimento e compreensão da criança, associado a humor raivoso e irritado, na ausência de comportamentos antissociais de quebra de regras.

A prevalência do TOD varia em diferentes estudos, sendo mais frequente em meninos e se constituindo fator de risco para o desenvolvimento de outros transtornos mentais ao longo do desenvolvimento, como o transtorno de conduta (TC), o transtorno de uso de substâncias, os transtornos do humor e de ansiedade e problemas de adaptação social.

O TOD é um transtorno de etiologia multifatorial que envolve aspectos neurobiológicos, condições de gestação e parto, experiências de vida e estilo parental. Conflitos durante o desenvolvimento, falhas de cuidado essencial durante a primeira infância, negligência e parentalidade autoritária ou permissiva também estão dentro dos fatores de risco para sua ocorrência.1

O TOD é uma patologia que compartilha sintomas com outros transtornos psiquiátricos e mesmo com o desenvolvimento típico, sendo essencial o diagnóstico diferencial. Também é uma patologia que apresenta altas taxas de comorbidade psiquiátrica, como os transtornos do neurodesenvolvimento — deficiência intelectual (DI) leve ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) — e transtornos emocionais (transtornos do apego [attachment disorder] e depressão).1

As abordagens terapêuticas do TOD que apresentam melhor nível de evidência são as terapias comportamentais e cognitivo–comportamentais, além de abordagens familiares, como os programas de treino de habilidades parentais e as intervenções escolares. O tratamento farmacológico é pouco específico e com baixa evidência de efetividade, sobretudo quando utilizado isoladamente, mas pode apresentar padrão de resposta quando há comorbidade com o TDAH ou transtorno de humor.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os critérios diagnósticos do TOD;
  • diferenciar o TOD de problemas comportamentais presentes no desenvolvimento típico;
  • realizar o diagnóstico diferencial do TOD em relação aos principais transtornos psiquiátricos presentes na infância e adolescência;
  • avaliar fatores de risco para o desenvolvimento do TOD e medidas de prevenção;
  • avaliar as abordagens terapêuticas com maior nível de evidência para o TOD.
  • Esquema conceitual
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