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ESCLEROSE MÚLTIPLA: MODELO DE DOENÇA AUTOIMUNE MEDIADA POR CÉLULAS

Claudia Vasconcelos

Felipe von Glehn

epub-PRONEURO-C2V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os critérios diagnósticos de McDonald e os principais diagnósticos diferenciais para esclerose múltipla (EM);
  • identificar os critérios clínicos em associação às informações dos exames no sangue periférico e no líquido cefalorraquidiano (LCR);
  • reconhecer a presença de bandas oligoclonais (BOCs) de imunoglobulina G (IgG) no estudo do LCR como indicador de inflamação sensível, mas não específico para EM;
  • identificar corretamente as apresentações clínicas de EM;
  • discutir o tratamento dos surtos e para a prevenção de surtos e progressão da EM;
  • demonstrar a importância da equipe multidisciplinar para promover o tratamento e a reabilitação do paciente com EM.

Esquema conceitual

Introdução

A EM é uma doença desmielinizante do sistema nervoso central (SNC), associada a uma resposta inflamatória contra componentes da bainha de mielina, produzida pelos oligodendrócitos. É uma doença autoimune, mediada predominantemente por células que migram do sangue periférico, rompem a barreira hematoencefálica (BHE) e formam infiltrados inflamatórios nas substâncias cinzenta e branca do parênquima encefálico.1

Os linfócitos T helper 1 (Th1) e Th17 orquestram a inflamação, que culmina com a formação de macrófagos a partir de micróglias e monócitos, que irão fagocitar a mielina circundante dos neurônios. A falta de mielina e o ambiente inflamatório no parênquima encefálico induzem a morte neuronal e neurodegeneração com o passar do tempo.1

Não se sabe ainda como esse processo se inicia e qual é a causa. Assim como outras doenças autoimunes, especula-se que uma associação entre suscetibilidade genética e exposição a determinados fatores ambientais, como vírus, microbiota intestinal, déficit de vitaminas D, radiações ultravioletas, tabagismo, obesidade ou outros fatores não identificados, desempenhe papel importante nesse processo.2

Neste capítulo, será abordada a realização do diagnóstico correto da EM, afastando diagnósticos alternativos, por meio do uso dos critérios de McDonald, revisados em 2017.3 As principais formas clínicas da EM (remitente-recorrente e progressiva) também serão discutidas, explorando suas diferenças quanto a diagnóstico, evolução, prognóstico e tratamento.

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