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EVIDÊNCIAS DA LITERATURA PARA CONSTIPAÇÃO COMO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM PACIENTES EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Cibele Cirno de Souza

Marta Cristiane Alves Pereira

Ramon Azevedo Silva de Castro

Gabriela Rodrigues Bragagnollo

Evidências da literatura para constipação - Secad

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever os efeitos adversos gastrintestinais (GIs) do tratamento quimioterápico;
  • utilizar instrumentos que auxiliem na identificação de indicadores do diagnóstico;
  • identificar Constipação (00011) e Risco de constipação (00015) como diagnósticos de enfermagem (DEs) da NANDA Internacional, Inc. (NANDA-I);
  • realizar as possíveis intervenções de enfermagem para Constipação e Risco de constipação;
  • descrever os resultados esperados para as ações de intervenção de enfermagem para Constipação e para Risco de constipação.

Esquema conceitual

Introdução

Aplica-se quimioterapia (curativa ou paliativa) na maioria dos pacientes com câncer, e esse tratamento, apesar de proporcionar avanços na sobrevida, ocasiona intensa toxicidade, cujos efeitos adversos GIs apresentam incidência que varia de 40 a 100%. A constipação está entre esses efeitos, e a assistência de enfermagem é essencial para auxiliar esses pacientes.1

Náusea, vômito, constipação e diarreia estão entre os efeitos GIs, causando grande desconforto e interferindo na qualidade de vida (QV) dos pacientes.1 O terceiro sintoma mais comum nos indivíduos com câncer avançado é a constipação, atrás apenas da náusea e da anorexia, porém ainda muito subestimada.2

Os mecanismos fisiopatológicos de ação da quimioterapia no trato gastrintestinal (TGI) ainda necessitam ser mais bem explorados, por envolver fatores complexos relacionados aos processos inflamatórios, secretores e neurais. Sabe-se que a mucosite consiste em inflamação e ulceração no epitélio intestinal, com papel importante na ocorrência de diarreia e constipação.1

Por causa dos elevados níveis de dor em pacientes quimioterápicos, é comum o uso de analgésicos mais fortes à base de opioide, e esses medicamentos geram muitos efeitos colaterais relacionados a problemas GIs, levando ao aumento do risco de ocorrer a constipação.3

Estudos capazes de avaliar e propor soluções para a ação tóxica dos quimioterápicos são de suma importância, a fim de melhorar o tratamento e promover melhor assistência de enfermagem e QV aos pacientes oncológicos.1

O profissional de enfermagem necessita de evidências da literatura sobre os efeitos colaterais da quimioterapia para administrar medicações, controlar sinais e sintomas decorrentes do tratamento, realizar orientações ao paciente e aos acompanhantes alicerçado no processo de enfermagem para viabilizar ações de enfermagem que atendam individualmente às necessidades do cliente4 com vistas a possíveis melhoras na sua QV.