Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever os efeitos adversos gastrintestinais (GIs) do tratamento quimioterápico;
- utilizar instrumentos que auxiliem na identificação de indicadores do diagnóstico;
- identificar Constipação (00011) e Risco de constipação (00015) como diagnósticos de enfermagem (DEs) da NANDA Internacional, Inc. (NANDA-I);
- realizar as possíveis intervenções de enfermagem para Constipação e Risco de constipação;
- descrever os resultados esperados para as ações de intervenção de enfermagem para Constipação e para Risco de constipação.
Esquema conceitual
Introdução
Aplica-se quimioterapia (curativa ou paliativa) na maioria dos pacientes com câncer, e esse tratamento, apesar de proporcionar avanços na sobrevida, ocasiona intensa toxicidade, cujos efeitos adversos GIs apresentam incidência que varia de 40 a 100%. A constipação está entre esses efeitos, e a assistência de enfermagem é essencial para auxiliar esses pacientes.1
Náusea, vômito, constipação e diarreia estão entre os efeitos GIs, causando grande desconforto e interferindo na qualidade de vida (QV) dos pacientes.1 O terceiro sintoma mais comum nos indivíduos com câncer avançado é a constipação, atrás apenas da náusea e da anorexia, porém ainda muito subestimada.2
Os mecanismos fisiopatológicos de ação da quimioterapia no trato gastrintestinal (TGI) ainda necessitam ser mais bem explorados, por envolver fatores complexos relacionados aos processos inflamatórios, secretores e neurais. Sabe-se que a mucosite consiste em inflamação e ulceração no epitélio intestinal, com papel importante na ocorrência de diarreia e constipação.1
Por causa dos elevados níveis de dor em pacientes quimioterápicos, é comum o uso de analgésicos mais fortes à base de opioide, e esses medicamentos geram muitos efeitos colaterais relacionados a problemas GIs, levando ao aumento do risco de ocorrer a constipação.3
Estudos capazes de avaliar e propor soluções para a ação tóxica dos quimioterápicos são de suma importância, a fim de melhorar o tratamento e promover melhor assistência de enfermagem e QV aos pacientes oncológicos.1
O profissional de enfermagem necessita de evidências da literatura sobre os efeitos colaterais da quimioterapia para administrar medicações, controlar sinais e sintomas decorrentes do tratamento, realizar orientações ao paciente e aos acompanhantes alicerçado no processo de enfermagem para viabilizar ações de enfermagem que atendam individualmente às necessidades do cliente4 com vistas a possíveis melhoras na sua QV.