Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a prematuridade tardia como um problema de saúde pública;
- compreender o impacto da prematuridade tardia sobre o processo de desenvolvimento neurobiológico;
- reconhecer os desfechos do neurodesenvolvimento do prematuro tardio;
- identificar a importância do seguimento do prematuro tardio.
Esquema conceitual
Introdução
Os avanços nos cuidados neonatais ao longo dos anos contribuíram para uma drástica redução das taxas de mortalidade neonatal, permitindo que o foco da atenção se voltasse não só para a sobrevivência do prematuro, mas também para o seu futuro. Entre as preocupações em médio e longo prazos, estão deficiência de crescimento, perda de função pulmonar, maior risco de síndrome metabólica e anormalidades do neurodesenvolvimento.1
Está bem estabelecido que prematuros com peso de nascimento inferior a 1.500g apresentam risco elevado para déficit de aprendizagem e de atenção, sequelas motoras, transtornos do comportamento, pior desempenho escolar e menor quociente intelectual, e que o impacto no desempenho escolar e na qualidade de vida podem persistir até a vida adulta.2
Sabe-se que prematuros de 34 a 36 semanas possuem maior risco de morbidades no período neonatal, maior chance de readmissão hospitalar e maior mortalidade neonatal e infantil quando comparados aos recém-nascidos (RNs) a termo. Desfechos em longo prazo ainda são pouco conhecidos, sendo a principal preocupação a possibilidade de maior risco de anormalidades do neurodesenvolvimento.3
Ainda que esse risco seja pequeno, deve-se lembrar que a população de prematuros tardios é grande e, portanto, mesmo pequenas alterações podem causar grande impacto no sistema de saúde.4