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MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS NA PRÁTICA CLÍNICA

Rachel Riera

Ana Luiza Cabrera Martimbianco

Rafael Leite Pacheco

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • revisar as etapas para a prática da medicina baseada em evidências (MBE);
  • utilizar as etapas da MBE na prática clínica;
  • elaborar perguntas estruturadas e respondê-las utilizando as melhores evidências disponíveis;
  • tomar a melhor decisão em saúde utilizando a MBE.

Esquema conceitual

Introdução

A MBE compreende um conjunto de ações, ferramentas e métodos para apoiar a tomada de decisão em saúde, para isso, integra, de modo consciencioso, as melhores evidências disponíveis, a experiência do profissional, os valores/preferências do paciente e as características do cenário/contexto do cuidado em saúde.

A abordagem utilizada pela MBE inclui ainda conceitos da epidemiologia clínica, da gestão do conhecimento, do pensamento crítico em saúde e da tradução do conhecimento para uma linguagem acessível.

É importante pontuar que a adoção da abordagem proposta pela MBE não garante os resultados no cuidado em saúde, mas contribui com a redução das incertezas em torno da conduta, como as relacionadas à promoção da saúde, à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento ou ao prognóstico.

Como ponto de partida para a prática da MBE, é preciso reconhecer e saber lidar com dois fatos que são ainda encontrados com frequência durante o processo de cuidado em saúde. O primeiro deles é reconhecer que a tomada de decisão baseada exclusivamente na experiência individual e na opinião pessoal de um profissional está quase sempre rodeada de incerteza, subjetividade e viés.

Por mais competente e bem-intencionado que seja esse profissional, as experiências de um indivíduo são invariavelmente acompanhadas de um conjunto de impressões ou reações positivas ou negativas que podem afastar os resultados do verdadeiro efeito de uma intervenção.

O segundo é o fato de que uma intervenção considerada possivelmente benéfica com base apenas no racional teórico e/ou fisiopatológico da doença não necessariamente será efetiva na prática.

Há exemplos na história da medicina de intervenções teoricamente promissoras, mas que, quando utilizadas na prática e avaliadas de modo adequado, não se mostraram efetivas e seguras. Como exemplo, citam-se a terapia de reposição hormonal irrestrita em mulheres após a menopausa e o uso de albumina em grandes queimados.1,2

Assim, a base teórica (que muitas vezes parece ser óbvia) deve ser sempre confirmada por estudos experimentais (preferencialmente ensaios clínicos randomizados bem planejados e bem conduzidos) que avaliam se há ou não benefícios reais de uma intervenção na prática.

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