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OPERACIONALIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE NA PRÁTICA DO FISIOTERAPEUTA

Luciana Castaneda Ribeiro

Fernanda Guimarães

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  • Introdução

Deficiência, incapacidade e funcionalidade são termos centrais na construção da identidade profissional do fisioterapeuta e estão longe de ser consenso no cenário do cuidado em saúde. A polissemia dos termos traz uma série de dificuldades operacionais para sua consolidação e abordagem, que dependem não somente dos fisioterapeutas, mas também de fatores como:

 

  • ambientes de assistência em que os profissionais estão inseridos;
  • níveis de complexidade em que atuam;
  • formas de gestão da oferta de serviços de cuidado fisioterapêutico.

Embora haja certa dificuldade técnica para avançar na discussão, a utilização de uma linguagem comum para a descrição dos fenômenos de funcionalidade e incapacidade é o que orienta os planos terapêuticos, as formas de organização dos serviços de fisioterapia e suas políticas específicas de cuidado. Portanto, o caminho para uma unidade na percepção dos fenômenos de funcionalidade, incapacidade e deficiência, que trazem a subjetividade como semelhança, é central para que os fisioterapeutas possam avançar na consolidação do seu papel no cenário do cuidado em saúde.

O modelo globalmente aceito para a descrição dos fenômenos citados é a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde).

A CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde é uma classificação-modelo para a organização e documentação do grupo de informações referentes à funcionalidade e incapacidade, cujo objetivo principal é propiciar uma linguagem padronizada e uma base conceitual para a definição e mensuração de funcionalidade e incapacidade.1

Integrando os princípios dos modelos médico e social, a CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde sintetiza a perspectiva biopsicossocial. Seus princípios teóricos reconhecem o papel dos fatores ambientais na funcionalidade e incapacidade dos indivíduos, além do papel das condições de saúde.2

Atualmente, a CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde é utilizada em muitos contextos, com diferentes fins. Sua estrutura se aplica a políticas de estatística, pesquisas clínicas, sociais, educacionais e previdenciárias na busca de modelos mais equitativos. No âmbito das características da seguridade social no Brasil (assistência social, previdência social e saúde), a utilização e disseminação da CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, além de uma grande atividade científica, têm se destacado nos últimos anos.3–5

O foco deste artigo é o setor de saúde orientado para a rotina do fisioterapeuta. A partir da apresentação de formas de utilização da CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde na prática desse profissional, busca-se contribuir para a disseminação da abordagem biopsicossocial no cenário do cuidado em saúde.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • apropriar-se dos conceitos de funcionalidade, incapacidade e deficiência;
  • identificar os componentes da CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde;
  • cooperar para a implementação e incorporação da CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde nas rotinas de fisioterapeutas, em todos os níveis de complexidade do cuidado em saúde;
  • utilizar a CIFClassificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde na prática clínica.
  • Esquema conceitual
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