Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- abordar a dor em pessoas com câncer na atenção primária à saúde (APS);
- identificar os diferentes tipos de dor e suas características fisiopatológicas;
- descrever os princípios gerais para o tratamento da dor;
- listar os componentes para avaliação adequada da dor;
- identificar medidas farmacológicas e não farmacológicas para alívio da dor;
- reconhecer possibilidades de implementação da avaliação da dor como quinto sinal vital na APS.
Esquema conceitual
Introdução
A dor é uma condição complexa e multifatorial que acarreta forte impacto na qualidade de vida da pessoa e das famílias, podendo gerar intenso sofrimento biopsicossocial, incapacidade funcional, afastamento social, mudanças na dinâmica familiar e desequilíbrio econômico.1 Constitui-se uma das principais causas de busca por atendimento de saúde2 e, especificamente, no contexto dos cuidados paliativos (CPs), é um dos principais sintomas apresentados tanto por pessoas com doenças oncológicas quanto não oncológicas.
Além de ser um direito humano básico, o controle da dor é um imperativo ético para todos profissionais de saúde. Apesar disso, o que se observa, na prática e frequentemente se reporta na literatura médica,3 é que a dor é comumente subtratada. Para isso, concorre múltiplos fatores, entre os quais, o desconhecimento sobre como identificá-la e controlá-la, a falta de formação e atualização sobre o assunto, além de mitos e ideias infundadas e preconceituosas, principalmente sobre os analgésicos disponíveis.
Tendo em vista tais pressupostos, neste capítulo, são apresentados aspectos fundamentais sobre a fisiopatologia, a avaliação e o manejo da dor, além de serem discutidos desafios e possibilidades para avaliá-la como o quinto sinal vital.