Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- orientar quanto aos procedimentos invasivos e essenciais à beira do leito;
- avaliar as indicações e contraindicações desses procedimentos;
- revisar as principais técnicas utilizadas em emergência;
- identificar os marcos anatômicos mais importantes para realização desses procedimentos;
- realizar o manejo adequado dos principais procedimentos na sala de emergência.
Esquema conceitual
Introdução
Na sala de emergência, algumas condutas invasivas são essenciais para estabilização e manutenção da vida do paciente crítico, para as quais, muitas vezes, não há tempo hábil para avaliação e atuação do especialista. O treinamento e a habilidade nesses pequenos procedimentos são de suma importância e salvam vidas. Entre os procedimentos, serão abordados neste capítulo:
- acesso venoso central;
- intubação de sequência rápida (ISR) na sala de emergência;
- cricotireoidostomia;
- drenagem torácica e toracocentese;
- pericardiocentese.
Paciente jovem, chocado (pressão arterial [PA] de 80x40mmHg) após acidente em via pública por atropelamento, provável fratura de bacia e clavícula do lado direito com necessidade de reposição rápida de grandes quantidades de volume, inclusive hemoderivados.
ATIVIDADES
1. Qual é a melhor forma de obter o acesso venoso no paciente do caso clínico 1?
A) Punção de veia femoral direita, uma vez que o acesso venoso central é necessário para reposição de hemoderivados e a punção femoral é mais facilmente executável com menor risco de complicações.
B) Punção de veia jugular interna direita, por ser acesso venoso central em sistema cava superior com menor risco de pneumotórax acidental.
C) Punção de VSCD, por ser acesso venoso central em sistema cava superior mais facilmente executável.
D) A escolha do melhor acesso depende da experiência do profissional.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
O local de escolha mais apropriado para a cateterização venosa central no paciente do caso clínico deve ser individualizado, com base na situação clínica, experiência e habilidade do operador. Também são considerações importantes a disponibilidade de USG, a anatomia do paciente (marcos anatômicos reconhecíveis, oclusão venosa conhecida, presença de linfedema), os riscos associados à colocação (coagulopatia, doença pulmonar) e a necessidade de acesso (necessidade real do paciente e duração do uso do cateter).
Resposta correta.
O local de escolha mais apropriado para a cateterização venosa central no paciente do caso clínico deve ser individualizado, com base na situação clínica, experiência e habilidade do operador. Também são considerações importantes a disponibilidade de USG, a anatomia do paciente (marcos anatômicos reconhecíveis, oclusão venosa conhecida, presença de linfedema), os riscos associados à colocação (coagulopatia, doença pulmonar) e a necessidade de acesso (necessidade real do paciente e duração do uso do cateter).
A alternativa correta e a "D".
O local de escolha mais apropriado para a cateterização venosa central no paciente do caso clínico deve ser individualizado, com base na situação clínica, experiência e habilidade do operador. Também são considerações importantes a disponibilidade de USG, a anatomia do paciente (marcos anatômicos reconhecíveis, oclusão venosa conhecida, presença de linfedema), os riscos associados à colocação (coagulopatia, doença pulmonar) e a necessidade de acesso (necessidade real do paciente e duração do uso do cateter).
Acesso venoso central
O acesso venoso central é um procedimento que pode ser executado por qualquer médico, independentemente da sua especialidade, porém exige maior perícia (treinamento) por ser de maior complexidade e potencialmente gerar complicações mais graves (Quadro 1). Foi realizado pela primeira vez em 1929 e aprimorado com novas técnicas de inserção por Sven-Ivar Seldinger em 1953, revolucionando a medicina e permitindo acesso venoso mais seguro e confiável.1
Quadro 1
ACESSO VENOSO CENTRAL |
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Indicações |
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Contraindicações |
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DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica.
*A contagem de plaquetas, a razão internacional normalizada (INR) e os limiares de tempo parciais de tromboplastina, para os quais o cateterismo venoso central pode ser realizado com segurança, permanecem incertos. A trombocitopenia parece representar um risco maior em comparação com os tempos de coagulação prolongados.2,3 A coagulopatia moderada a grave é uma contraindicação relativa ao cateterismo venoso central, embora a hemorragia grave seja incomum.2
O local do acesso venoso central também é escolhido pensando-se em evitar:
- área contaminada ou potencialmente contaminada (por exemplo, pele queimada ou infectada, adjacente à traqueostomia ou ferida cirúrgica aberta);
- locais de acesso com disfunção anatômica local (como fratura anterior da clavícula);
- locais com múltiplas cicatrizes;
- presença de outro cateter ou dispositivo (como marca-passo ou desfibrilador interno).
O lado direito é preferencial para acesso venoso central, pois a cúpula pleural direita é mais baixa, há melhor posicionamento do cateter e há menor risco de lesão do ducto torácico.
Complicações do cateterismo venoso central
O Quadro 2 apresenta as complicações do cateterismo venoso central.
Quadro 2
COMPLICAÇÕES DO CATETERISMO VENOSO CENTRAL |
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Imediatas |
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Tardias |
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// Fonte: Adaptado de Heffner e Androes (2022).4
Técnica
A seguir, será apresentada a técnica para a realização de cateterismo venoso central.
Posicionamento do paciente
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorso-horizontal ou em posição de Trendelenburg, com coxim posicionado sobre os ombros para promover maior distensão venosa e evitar embolia gasosa (Figuras 1A e B).
FIGURA 1: A) Trendelenburg). B) Coxim sob os ombros para promover distensão venosa e diminuir o risco de embolia gasosa. // Fonte: Instituto Nacional do Câncer (2018).5
Preparação do local
O local de acesso deve ser preparado com tricotomia antes da preparação da pele. A tricotomia com tesouras é preferida em relação à com lâminas para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana.2
Quando o acesso jugular ou subclávia é planejado, preparar a pele do pescoço e do tórax bilateralmente facilita o acesso a locais alternativos caso o local venoso planejado não possa ser cateterizado.
Antissepsia da pele
O uso de solução antisséptica para desinfecção da pele no local de inserção do cateter reduz o risco de infecção.
Para a desinfecção da pele no local de inserção do cateter, a clorexidina alcoólica 0,5% é preferível à iodopovidona na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
Profilaxia antimicrobiana sistêmica
A profilaxia antimicrobiana antes da colocação percutânea do cateter venoso central não é prática padrão. Uma metanálise comparando antibióticos versus sem antibióticos para dispositivos de acesso venoso totalmente implantados também não mostrou diferença significativa na taxa de infecção.6,7
Aposição de campos estéreis
A aposição de campos estéreis é realizada com campos cirúrgicos com fenestras.
Analgesia e sedação
Para pacientes acordados e ansiosos, é importante evitar movimentos para otimizar a cateterização e complicações na hora do procedimento. Logo, o uso de benzodiazepínicos e de infiltração com anestésico local (lidocaína a 1 ou 2%) pode trazer conforto e cooperação do paciente.
Tipos de cateteres para acesso venoso central utilizados na sala de emergência
As Figuras 2A e B apresentam os tipos de cateteres para acesso venoso central utilizados na sala de emergência.
FIGURA 2: A e B) Tipos de cateteres para acesso venoso central: IntracathTM e duplo lúmen. // Fonte: Adaptada de arquivo de imagens dos autores.
Veia jugular interna/central
O diâmetro da veia jugular varia com o ciclo respiratório. A inspiração gera uma pressão intratorácica negativa, que colapsa a veia, enquanto a expiração acentua a distensão do vaso. Para aumentar o diâmetro da veia jugular, os pacientes conscientes e cooperativos podem ser solicitados a cantarolar ou realizar uma manobra de Valsalva. Se o paciente não estiver acordado ou não conseguir cooperar, a leve compressão abdominal pode aumentar a dimensão e apresentação venosa.4,8,9
A cateterização da veia jugular interna direita (Figuras 3A e B) é geralmente preferida sobre a esquerda devido ao seu diâmetro maior, ao seu trajeto mais direto para a veia cava superior, à cúpula inferior da pleura direita, à ausência do ducto torácico e à relativa facilidade de acesso para um operador destro.3 O acesso do lado direito também está associado a uma baixa taxa de mau posicionamento do cateter.10
FIGURA 3: A e B) Marco anatômico da punção da veia jugular interna localizada no ápice do triângulo formado pela cabeça lateral (escapular) e medial (esternal) do músculo esternoclidomastóideo do lado direito. // Fonte: Adaptada de Androes e Heffner (2022).11
Técnica de Seldinger
As Figuras 4A e B e Figuras 5 a 9 ilustram a técnica de Seldinger.
FIGURA 4: A e B) Acesso à veia jugular interna. Agulha na direção do mamilo ipsilateral e ângulo de 35 a 40 graus. // Fonte: Adaptada de Androes e Heffner (2022);11 Ellis e Marcelin (2022).12
FIGURA 5: A orientação adequada da ponta J em direção à veia cava superior ajuda a evitar a colocação inadequada de cateteres venosos centrais. Para cateteres subclávios, a ponta J é orientada caudalmente; para cateteres jugulares internos, a ponta J é orientada medialmente. // Fonte: Ellis e Marcelin (2022).13
FIGURA 6: O dilatador de tecido mole é avançado sobre o fio-guia usando um movimento de saca-rolhas. Resistência leve é normal. O dilatador não precisa ser avançado em toda a sua extensão, mas apenas na profundidade prevista. // Fonte: Ellis e Marcelin (2018).14
FIGURA 7: Cateter venoso central sendo introduzido em fio-guia. // Fonte: Heffner e Androes (2022).15
FIGURA 8: À medida que o cateter é avançado, o fio-guia emerge da porta distal. O controle deve ser mantido tanto do cateter como do fio-guia durante todo esse processo. // Fonte: Heffner e Androes (2022).15
FIGURA 9: Após a colocação do cateter, o sangue deve ser aspirado de cada porta e, em seguida, cada lúmen deve ser lavado. // Fonte: Heffner e Androes (2022).15
Veia subclávia — técnica infraclavicular
A veia subclávia (VSC) é a continuação direta da veia axilar, que começa na borda lateral da primeira costela (Figuras 10A e B). Ela arqueia cranialmente atrás da porção médio-clavicular e, em seguida, inclina-se caudalmente para se juntar à veia jugular interna e formar a veia braquiocefálica (inominada), posterior à articulação esternoclavicular.
FIGURA 10: A e B) Acesso venoso central em VSC via subclavicular. A abordagem do ponto médio para a cateterização da VSC é mais comum. Inserir a agulha de 2 a 3cm inferior ao ponto médio da clavícula. Avançar a agulha visando apenas profundamente para incisura jugular (supraesternal), mantendo a agulha paralela ao chão. // Fonte: Heffner e Androes (2022).15
A veia braquiocefálica é acompanhada pela artéria subclávia localizada superior e posteriormente à veia e separada da veia pelo músculo esternoclidomastóideo anterior. Como o pescoço é uma área com múltiplas estruturas nobres próximas e envolvendo a VSC, é importante atentar para a topografia de algumas estruturas:
- o pulmão está profundo e inferior à porção medial da VSC;
- a cúpula do pulmão esquerdo muitas vezes se estende acima do nível da primeira, mas raramente à direita;
- o nervo frênico passa inferiormente ao longo do aspecto anterior do músculo e posterior à origem da veia braquiocefálica;
- o plexo braquial é superior e profundo à porção medial da artéria subclávia;
- o ducto torácico do lado esquerdo e o curso do ducto linfático do lado direito posterior à VSC entram no vaso perto da confluência das veias jugulares internas e subclávia.
Veia subclávia — técnica supraclavicular
A abordagem supraclavicular permite o acesso rápido à VSC (Figuras 11A e B).
Na abordagem supraclavicular, o ponto de entrada da agulha é 1cm posterior ao esternoclidomastóideo (inserção/cabeça clavicular) e 1cm superior à clavícula. Certificar-se de que o ângulo da agulha está entre 10 e 15 graus abaixo do plano coronal (ou seja, ponta da agulha apontada para cima). Avançar a agulha atrás da clavícula medial ao longo de uma trajetória dirigida logo abaixo do mamilo contralateral.
FIGURA 11: A e B) A agulha não deve ser inserida muito profundamente; a VSC, em geral, fica de 1 a 1,5cm de profundidade até o ponto de inserção. // Fonte: Heffner e Androes (2022).15
Na abordagem supraclavicular, deve-se sempre avançar e recuar a agulha no mesmo vetor. O movimento lateral do bisel inserido pode lacerar vasos, estando, portanto, proscrito. Logo, antes de qualquer redirecionamento da agulha, ela deve ser retirada para a superfície da pele.
A falha em aspirar sangue durante o avanço da agulha é comum. Nessa circunstância, retirar a agulha lentamente enquanto se mantém a pressão negativa contínua. A punção venosa só pode ser reconhecida durante o recuo da agulha observando o refluxo de sangue, pois a VSC pode ser transfixada durante o avanço inicial da agulha em até um terço dos casos.10
ATIVIDADES
2. Leia as alternativas sobre as indicações de acesso venoso central.
I. Nutrição parenteral.
II. Manejo volêmico.
III. Monitoração hemodinâmica.
IV. Tumores cervicais.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
São indicações de acesso venoso central: monitoração hemodinâmica (medição de pressão venosa central e parâmetros cardíacos); nutrição parenteral; colocação de marca-passo temporário, desfibriladores implantáveis, filtros de veia cava, terapia trombolítica venosa/angioplastia venosa/stents; quando da inacessibilidade de veias periféricas — anasarca, lesões locorregionais; terapias extracorpóreas — hemodiálise e plasmaférese; manejo volêmico; e administração de soluções irritantes e concentradas.
Resposta correta.
São indicações de acesso venoso central: monitoração hemodinâmica (medição de pressão venosa central e parâmetros cardíacos); nutrição parenteral; colocação de marca-passo temporário, desfibriladores implantáveis, filtros de veia cava, terapia trombolítica venosa/angioplastia venosa/stents; quando da inacessibilidade de veias periféricas — anasarca, lesões locorregionais; terapias extracorpóreas — hemodiálise e plasmaférese; manejo volêmico; e administração de soluções irritantes e concentradas.
A alternativa correta e a "A".
São indicações de acesso venoso central: monitoração hemodinâmica (medição de pressão venosa central e parâmetros cardíacos); nutrição parenteral; colocação de marca-passo temporário, desfibriladores implantáveis, filtros de veia cava, terapia trombolítica venosa/angioplastia venosa/stents; quando da inacessibilidade de veias periféricas — anasarca, lesões locorregionais; terapias extracorpóreas — hemodiálise e plasmaférese; manejo volêmico; e administração de soluções irritantes e concentradas.
3. Em relação à técnica para a realização de cateterismo venoso central, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorso-horizontal ou em posição de Trendelenburg, com coxim posicionado sobre os ombros.
A tricotomia com lâminas é realizada para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana.
A iodopovidona é indicada na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
O uso de benzodiazepínicos e de infiltração com anestésico local (lidocaína a 1 ou 2%) pode trazer conforto e cooperação do paciente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — F — F
B) F — V — V — F
C) V — F — F — V
D) F — F — V — V
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
A tricotomia com tesouras é preferida em relação à com lâminas para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana. Para a desinfecção da pele no local de inserção do cateter, a clorexidina alcoólica 0,5% é preferível à iodopovidona na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
Resposta correta.
A tricotomia com tesouras é preferida em relação à com lâminas para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana. Para a desinfecção da pele no local de inserção do cateter, a clorexidina alcoólica 0,5% é preferível à iodopovidona na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
A alternativa correta e a "C".
A tricotomia com tesouras é preferida em relação à com lâminas para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana. Para a desinfecção da pele no local de inserção do cateter, a clorexidina alcoólica 0,5% é preferível à iodopovidona na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
4. Assinale a alternativa que apresenta uma complicação tardia do cateterismo venoso central.
A) Fibrose no local da punção.
B) Perfuração do miocárdio.
C) DPOC.
D) Deformidade no local da punção.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
São complicações tardias do cateterismo venoso central: infecção, trombose venosa, embolia pulmonar; estenose venosa e mau funcionamento do cateter; migração de cateter; embolização de cateter; perfuração do miocárdio; lesão nervosa.
Resposta correta.
São complicações tardias do cateterismo venoso central: infecção, trombose venosa, embolia pulmonar; estenose venosa e mau funcionamento do cateter; migração de cateter; embolização de cateter; perfuração do miocárdio; lesão nervosa.
A alternativa correta e a "B".
São complicações tardias do cateterismo venoso central: infecção, trombose venosa, embolia pulmonar; estenose venosa e mau funcionamento do cateter; migração de cateter; embolização de cateter; perfuração do miocárdio; lesão nervosa.
5. Que manobra deve ser feita para aumentar o diâmetro da veia jugular em pacientes conscientes e cooperativos?
A) Trendelenburg.
B) Decúbito dorso-horizontal.
C) Tração abdominal.
D) Valsalva.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
Para aumentar o diâmetro da veia jugular, os pacientes conscientes e cooperativos podem ser solicitados a cantarolar ou realizar uma manobra de Valsalva. Se o paciente não estiver acordado ou não conseguir cooperar, a leve compressão abdominal pode aumentar a dimensão e apresentação venosa.
Resposta correta.
Para aumentar o diâmetro da veia jugular, os pacientes conscientes e cooperativos podem ser solicitados a cantarolar ou realizar uma manobra de Valsalva. Se o paciente não estiver acordado ou não conseguir cooperar, a leve compressão abdominal pode aumentar a dimensão e apresentação venosa.
A alternativa correta e a "D".
Para aumentar o diâmetro da veia jugular, os pacientes conscientes e cooperativos podem ser solicitados a cantarolar ou realizar uma manobra de Valsalva. Se o paciente não estiver acordado ou não conseguir cooperar, a leve compressão abdominal pode aumentar a dimensão e apresentação venosa.
Acesso venoso central — veia femoral
Embora o acesso venoso central seja frequentemente considerado menos desejável devido às maiores taxas de complicações (tromboses, infecção), as veias femorais permanecem um local de acesso venoso central confiável, em particular, em circunstâncias urgentes ou de emergência.16,17
Dentro do triângulo femoral, a veia femoral comum é fechada dentro da bainha femoral, onde fica medialmente à artéria femoral. A veia femoral comum recebe vários afluentes nessa região, incluindo as grandes veias safenas e anteriores (Figura 12).
FIGURA 12: O ponto médio-inguinal deitado (meio do caminho entre a crista ilíaca superior anterior e a sínfise púbica) marca a localização anatômica da artéria femoral. A veia femoral localiza-se medialmente à artéria. Lembrar que pulsações serão sentidas na veia femoral em pacientes com parada cardíaca recebendo compressões torácicas. // Fonte: Adaptada de Androes e Heffner (2022).18
Embora qualquer comprimento de cateter venoso central possa ser usado no acesso femoral, os cateteres mais longos (20 a 24cm) são recomendados para hemodiálise por permitirem a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado durante a terapia de substituição renal.
Durante uma parada cardiorrespiratória (PCR) com paciente de difícil acesso periférico e sem equipamento para oportunidade intraóssea, o acesso venoso femoral é menos provável de interromper a RCP, enquanto a inserção subclávia ou interna pode interferir com compressões torácicas ou esforços de intubação.
Localização (sítios) de possíveis posicionamentos do cateter venoso central
A Figura 13 ilustra a posição adequada da extremidade distal do cateter venoso central.
FIGURA 13: Imagem revelando posição adequada da extremidade distal do cateter venoso central. // Fonte: Civiam Simulação Médica (2019).19
O Quadro 3 apresenta as vantagens e desvantagens das abordagens dos locais de acesso venoso central.
Quadro 3
VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS ABORDAGENS DOS LOCAIS DE ACESSO VENOSO CENTRAL |
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Aproximação |
Vantagens |
Desvantagens |
Jugular externa |
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Jugular interna |
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Subclávia |
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Femoral |
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USG: ultrassonografia; VSCD: veia subclávia direita; IOT: intubação orotraqueal; RCP: ressuscitação cardiopulmonar; AP: artéria pulmonar. // Fonte: Adaptado de Chopra (2022);20 Fator e Sznajder (1992).21
Intubação por sequência rápida, via aérea difícil e cricotireoidostomia
A primeira tarefa de qualquer médico ao gerenciar um paciente extremamente instável é proteger as vias aéreas. Na maioria das circunstâncias, os médicos de emergência usam a ISR como método recomendado para o gerenciamento emergencial das vias aéreas.
A ISR envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico) para tornar um paciente rapidamente inconsciente e flácido para intubação endotraqueal de emergência e minimizar o risco de broncoaspiração.
A seleção do agente sedativo e da dose mais adequada para o cenário clínico é um componente importante da ISR, como midazolam, etomidato, cetamina, propofol e um bloqueador neuromuscular com succinilcolina.
A manipulação das vias aéreas durante a laringoscopia e a intubação endotraqueal causa respostas fisiológicas que podem ser prejudiciais a pacientes com condições médicas específicas. O uso da ISR também ajuda a mitigar os potenciais efeitos adversos da manipulação das vias aéreas. Os agentes de pré-tratamento podem ser incorporados aos protocolos para neutralizar essas respostas fisiológicas e proteger os pacientes de seus efeitos potencialmente prejudiciais.
A faringe, a laringe e a carina da traqueia são altamente inervadas com nervos simpáticos e parassimpáticos. A realização da laringoscopia e a colocação de um tubo endotraqueal estimulam esses nervos e causam ações reflexivas para proteger as vias aéreas, como engasgos e tosse.22,23
Outras respostas reflexivas à manipulação das vias aéreas incluem:22,23
- estimulação parassimpática em bebês, que pode causar bradicardia profunda;
- estimulação simpática em adultos, que pode causar aumentos significativos na frequência cardíaca (FC), PA e pressão intracraniana;
- broncoespasmo parassimpaticamente mediado.
Os estudos demonstram que a laringoscopia causa um aumento médio da PA sistólica de aproximadamente 20mmHg.22,23
Abordagem básica da intubação de sequência rápida
A abordagem básica da ISR consiste nos sete Ps.
Preparação
Avaliar o paciente para características anatômicas ou achados clínicos que indiquem que o paciente pode ser difícil de entubar ou ventilar usando uma máscara com reservatório, dispositivos extraglóticos, equipamentos de aspiração e caixa cirúrgica para cricotireoidostomia.
Pré-oxigenação
Realizar a pré-oxigenação com oxigênio de alto fluxo por pelo menos três minutos e oxigenação passiva por meio de cânula nasal de alto fluxo ou máscara com reservatório com fluxo de 15L/min, criando um reservatório de oxigênio nos pulmões e desnitrogenação do sangue e dos tecidos, que permite aumentar a tolerância a períodos mais longos de apneia sem dessaturação.
A saturação de oxigênio de adultos com doença grave ou obesidade e de gestantes que se aproximam do fim do terceiro trimestre cai abaixo de 90% em menos de 3 minutos, mesmo que a pré-oxigenação ideal seja alcançada. O tempo para a dessaturação na prática de emergência é muitas vezes mais rápido do que o previsto, como em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo por pneumonia viral grave (COVID-19).
Otimização da pré-intubação
A menos que a necessidade de intubação seja imediata, os pacientes submetidos à intubação de emergência devem ser otimizados fisiologicamente antes do procedimento. Isso inclui otimização hemodinâmica com fluidos intravenosos, produtos sanguíneos e vasopressores, conforme necessário, alívio de hemopneumotórax e hemostasia para pacientes com trauma.24–26
Ao longo da história, o conceito das vias aéreas difíceis esteve principalmente relacionado a fatores anatômicos que dificultam a laringoscopia e a projeção do tubo traqueal através da entrada laríngea. Após, foi dada maior ênfase às anormalidades fisiológicas que complicam o gerenciamento das vias aéreas de emergência.24–26
Paralisia com Indução
Nessa fase, um potente agente sedativo é administrado por bólus intravenoso rápido (IV). Isso é imediatamente seguido por administração rápida de uma dose de um bloqueador neuromuscular, seja succinilcolina a uma dose de 1,5mg/kg, IV, ou rocurônio, 1-1,2mg/kg. Aguarda-se 45 segundos quando a succinilcolina é administrada e 60 segundos quando o rocurônio é administrado, para permitir uma paralisia eficiente.
Posição e Proteção
Os pacientes devem ser posicionados enquanto a sedação é obtida com extensão da cabeça, flexão do pescoço no corpo. A manobra de Sellick, que é a aplicação de firme pressão sobre a cartilagem cricóidea, com o objetivo de obstruir o esôfago cervical e reduzir o risco de aspiração, não é mais recomendada, pois quando é incorretamente aplicada, torna a laringoscopia ou intubação mais difícil, sem proteção da broncoaspiração. Observa-se também que a anatomia do esôfago cervical está posicionada lateralmente ao anel cricóideo, dificultando ainda mais a proteção por compressão. Acrescenta-se, ainda, que não é recomendável a ventilação pós bloqueio neuromuscular com bolsa-válvula-máscara (AMBU), a menos que a saturação de oxigênio caia para menos de 90%.
Passagem do tubo
Aproximadamente 45 a 60 segundos após a administração de bloqueadores neuromusculares (45 segundos para succinilcolina e 60 segundos com o rocurônio), o paciente está relaxado o suficiente para permitir a laringoscopia; caso isso não ocorra, deve-se esperar por mais 15 a 30 segundos.
Pós-Intubação
Para a confirmação da localização do tubo, se disponível, deve-se colocar o paciente em capnografia contínua e monitoramento do ETCO2, realizar radiografia de tórax e preparação das drogas de manutenção da sedação.
O Quadro 4 apresenta um resumo dos sete “Ps”.
Quadro 4
RESUMO DOS SETE “Ps” na ISR |
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Preparação |
10 minutos antes da intubação |
Pré-oxigenação |
5 minutos antes da intubação |
Otimização da pré-intubação |
3 minutos antes da intubação (pode ser mais longo dependendo das intervenções necessárias e do tempo disponível) |
Paralisia com Indução |
Indução |
Posição e proteção |
30 segundos após a indução |
Passagem do tubo |
45 segundos após a indução |
Pós-intubação |
60 segundos após a indução |
// Fonte: Brown e Walls (2018).27
As vias aéreas fisiologicamente difíceis são aquelas em que desarranjos fisiológicos, como hipotensão e hipoxemia, colocam o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.24–26
Agentes de indução
O agente ideal de indução para ISR age rapidamente para fornecer um profundo estado de inconsciência e analgesia sem causar efeitos colaterais hemodinâmicos. Nenhum agente disponível atende a todos os critérios. Os fármacos disponíveis hoje em dia incluem:
- etomidato;
- midazolam;
- propofol;
- cetamina.
O Quadro 5 apresenta um breve resumo dos fármacos.
Quadro 5
FÁRMACOS INDUTORES NA TÉCNICA DE ISR |
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Nome do fármaco |
Classe |
Benefícios |
Contraindicações |
Anotações |
Dose |
Etomidato |
Derivado de imidazol |
Excelente sedação com pouca hipotensão |
Conhecido por suprimir a produção de cortisol adrenal |
Usar com cautela se o paciente tiver sepse; dose inicial de glicocorticoide pode ser necessária |
0,3mg/kg |
Midazolam |
Benzodiazepínicos |
Propriedades amnésicas potentes relacionadas a doses |
Depressão miocárdio relacionada a doses pode resultar em hipotensão |
Frequentemente subestimado |
0,2 a 0,3mg/kg |
Propofol |
Derivado de alquilenol |
Broncodilação |
Sem contraindicações absolutas Hipotensão relacionada à dose |
1,5 a 3mg/kg |
|
Cetamina |
Derivado de fenciclidina, anestésico dissociativo |
Estimula a liberação de catecolamina Broncodilação |
Uso em pacientes com ICP elevada ou pressão arterial elevada é controverso |
Pode ser um excelente agente de indução para pacientes com broncoespasmo, choque séptico e compromisso hemodinâmico |
1 a 2 mg/kg |
// Fonte: Elaborado pelo autor.
Agentes de bloqueio neuromuscular
O uso de um agente bloqueador neuromuscular (ABNM) para produzir paralisia rápida compreende a pedra angular da ISR. Os ABNMs não fornecem analgesia ou sedação. No contexto da ISR, eles são usados imediatamente após um agente de indução. Apenas dois ABNMs têm tempos de início curtos o suficiente para serem usados para ISR: succinilcolina e rocurônio.
A dificuldade de intubação tem sido definida historicamente com base na relativa facilidade ou dificuldade de se obter uma visão adequada da glote usando um laringoscópio direto. A escala de Cormack-Lehane é o medidor padrão para essa dificuldade das vias aéreas (Figuras 14A e B).
FIGURA 14: A e B) A dificuldade da laringoscopia direta correlaciona-se com a melhor visão da região glótica, conforme definido pela escala de Cormack-Lehane na sala de emergência. Grau I — visão completa de toda a abertura glótica. Grau II — representa uma visão glótica parcial. Grau III — representa visualização apenas da epiglote. Grau IV — representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote. // Fonte: Kovacs e Law (2022).28
Esquema de classificação de Cormack-Lehane para laringoscopia
Na prática clínica, a via aérea difícil possui quatro dimensões:
- laringoscopia difícil;
- bolsa-válvula-máscara (BVM) difícil;
- dispositivos supraglóticos difíceis;
- cricotireoidostomia difícil.
Na sala de emergência, uma avaliação distinta é necessária para cada uma delas. Cada avaliação, se possível, deve ser realizada em todos os pacientes antes do manejo da via aérea. Para facilitar a sua realização, foram criados mnemônicos para cada uma delas (Figura 15).
FIGURA 15: Mnemônicos para a via aérea difícil. // Fonte: Adaptada de Kovacs e Law (2022).28
Os Quadros 6 a 9 detalham esses mnemônicos.
Quadro 6
DIFICULDADE NA LARINGOSCOPIA — LEMON |
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L (Look) Lado de fora |
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E (Evaluation) Examine |
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Mallampati |
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O (Obstrution) Obstrução/obesidade |
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N (Neck) Não movimenta |
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G (Glotis) |
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BMV: bolsa-válvula-máscara. // Fonte: Adaptado de Brown III (2022);29 Brown III e Walls (2018).30
Quadro 7
DIFICULDADE PARA BOLSA-VÁLVULA-MÁSCARA — MOANS |
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Máscara |
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Obesidade/obstrução |
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Aniversários |
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Nada de dentes |
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Sem expansão |
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DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica. // Fonte: Adaptado de Brown III e Walls (2018).30
Quadro 8
DIFICULDADE PARA DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS — RODS |
|
Restrição |
Restrição de abertura oral, mobilidade cervical e de expansão de pulmões (asma, DPOC, edema pulmonar, doença pulmonar restritiva). |
Obstrução/obesidade |
Deve-se a excesso de tecidos das vias aéreas superiores, resistência da parede torácica e abdominal ou principalmente obstrução supraglótica, mas é possível em qualquer lugar da via aérea. |
Distorção de via aérea |
Dificuldade na passagem de dispositivos e acoplamento de máscara para ventilação. |
Sem queixo |
Posição da língua em pacientes com distâncias tireomentonianas curtas pode dificultar a inserção de dispositivos supraglóticos (hipognatismo). |
DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica. // Fonte: Adaptado de Brown III (2022).31
Quadro 9
DIFICULDADE NA CRICOTIREOIDOSTOMIA — SMART |
|
Submetidos à cirurgia |
Levam à alteração da anatomia e a tecido fibrótico, que dificultam a localização de marcos anatômicos e a realização do procedimento. |
Massas |
Tumores sólidos, hematomas e abscessos dificultam a localização de marcos anatômicos, como cartilagem cricoideia e tireoideia. |
Anatomia |
Pescoço curto e excesso de tecido adiposo também dificultam a localização desses marcos anatômicos. |
Radiação |
Radiação local pode levar à aderência e fibrose de tecidos da região. |
Tumor |
Tumores locais e de vias aéreas podem dificultar o procedimento tanto anatomicamente como pela facilidade de sangramento local. |
// Fonte: Adaptado de Brown III e Walls (2018);30 Brown III (2022).32
Regra 3-3-2 para identificar via aérea difícil
As Figuras 16A–C ilustram a regra 3-3-2 para identificar via aérea difícil.
FIGURA 16: As relações espaciais descritas aqui são determinantes importantes da laringoscopia direta bem-sucedida. As distâncias normais mostradas sugerem que a laringoscopia não seria difícil para esse paciente. A) O paciente pode abrir a boca o suficiente para admitir três de seus próprios dedos. B) A distância entre o mento e a junção pescoço/mandíbula (perto do osso hioide) é igual à largura de três dedos do paciente. C) O espaço entre o entalhe superior da cartilagem tireoideia e a junção pescoço/mandíbula, próxima ao osso hioide, é igual à largura de dois dedos do paciente. // Fonte: Brown III e Walls (2019).33
Classificação modificada de Mallampati para intubação e laringoscopia difícil
A Figura 17 mostra a escala Mallampati.
FIGURA 17: De acordo com a escala Mallampati, a classe I está presente quando o palato mole, úvula e pilares são visíveis; classe II quando o palato mole e a úvula são visíveis; classe III quando apenas o palato mole e a base da úvula são visíveis; e classe IV quando apenas o palato duro é visível. // Fonte: Adaptada de Samsoon e Young (1987).34
ATIVIDADES
6. Leia as alternativas sobre as vantagens do acesso venoso central em artéria subclávia.
I. Mais confortável para o paciente.
II. Fácil referência anatômica em pacientes obesos.
III. Mais fácil de manter curativos.
IV. Menor taxa de falha com operador iniciante.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
O acesso à subclávia envolve maiores cuidados, treinamento e habilidade por ela estar próxima de estruturas anatômicas complexas do pescoço e, quando exposta a sangramentos por idiossincrasia técnica, é de difícil compressão.
Resposta correta.
O acesso à subclávia envolve maiores cuidados, treinamento e habilidade por ela estar próxima de estruturas anatômicas complexas do pescoço e, quando exposta a sangramentos por idiossincrasia técnica, é de difícil compressão.
A alternativa correta e a "A".
O acesso à subclávia envolve maiores cuidados, treinamento e habilidade por ela estar próxima de estruturas anatômicas complexas do pescoço e, quando exposta a sangramentos por idiossincrasia técnica, é de difícil compressão.
7. Assinale a alternativa que apresenta uma vantagem da abordagem da jugular externa no acesso venoso central.
A) Sem risco de pneumotórax.
B) Acesso venoso rápido.
C) Acesso rápido com alta taxa de sucesso.
D) Mais confortável para o paciente.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
São vantagens da abordagem da jugular externa no acesso venoso central: vaso superficial que é muitas vezes visível, coagulopatia não proibitiva (fácil compressão), risco mínimo de pneumotórax, acesso à cabeceira da mesa, destaque em pacientes idosos e acesso venoso rápido.
Resposta correta.
São vantagens da abordagem da jugular externa no acesso venoso central: vaso superficial que é muitas vezes visível, coagulopatia não proibitiva (fácil compressão), risco mínimo de pneumotórax, acesso à cabeceira da mesa, destaque em pacientes idosos e acesso venoso rápido.
A alternativa correta e a "B".
São vantagens da abordagem da jugular externa no acesso venoso central: vaso superficial que é muitas vezes visível, coagulopatia não proibitiva (fácil compressão), risco mínimo de pneumotórax, acesso à cabeceira da mesa, destaque em pacientes idosos e acesso venoso rápido.
8. Leia as alternativas sobre a ISR.
I. É um método recomendado para o gerenciamento emergencial das vias aéreas.
II. Envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico).
III. Permite a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
A ISR envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico) para tornar um paciente rapidamente inconsciente e flácido para intubação endotraqueal de emergência e minimizar o risco de broncoaspiração. Os cateteres mais longos (20 a 24cm) são recomendados para hemodiálise por permitirem a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado durante a terapia de substituição renal.
Resposta correta.
A ISR envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico) para tornar um paciente rapidamente inconsciente e flácido para intubação endotraqueal de emergência e minimizar o risco de broncoaspiração. Os cateteres mais longos (20 a 24cm) são recomendados para hemodiálise por permitirem a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado durante a terapia de substituição renal.
A alternativa correta e a "A".
A ISR envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico) para tornar um paciente rapidamente inconsciente e flácido para intubação endotraqueal de emergência e minimizar o risco de broncoaspiração. Os cateteres mais longos (20 a 24cm) são recomendados para hemodiálise por permitirem a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado durante a terapia de substituição renal.
9. Quais são as características das vias aéreas fisiologicamente difíceis?
Confira aqui a resposta
As vias aéreas fisiologicamente difíceis são aquelas em que desarranjos fisiológicos, como hipotensão e hipoxemia, colocam o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.
Resposta correta.
As vias aéreas fisiologicamente difíceis são aquelas em que desarranjos fisiológicos, como hipotensão e hipoxemia, colocam o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.
As vias aéreas fisiologicamente difíceis são aquelas em que desarranjos fisiológicos, como hipotensão e hipoxemia, colocam o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.
10. Leia as alternativas sobre os fármacos disponíveis hoje em dia para indução na ISR.
I. Propofol.
II. Midazolam.
III. Lidocaína.
IV. Cetamina.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
O agente ideal de indução para ISR age rapidamente para fornecer um profundo estado de inconsciência e analgesia sem causar efeitos colaterais hemodinâmicos. Nenhum agente disponível atende a todos os critérios. Os fármacos disponíveis hoje em dia incluem: etomidato, midazolam, propofol e cetamina.
Resposta correta.
O agente ideal de indução para ISR age rapidamente para fornecer um profundo estado de inconsciência e analgesia sem causar efeitos colaterais hemodinâmicos. Nenhum agente disponível atende a todos os critérios. Os fármacos disponíveis hoje em dia incluem: etomidato, midazolam, propofol e cetamina.
A alternativa correta e a "B".
O agente ideal de indução para ISR age rapidamente para fornecer um profundo estado de inconsciência e analgesia sem causar efeitos colaterais hemodinâmicos. Nenhum agente disponível atende a todos os critérios. Os fármacos disponíveis hoje em dia incluem: etomidato, midazolam, propofol e cetamina.
11. Sobre a escala de Cormack-Lehane na sala de emergência, correlacione as colunas.
1 Grau I 2 Grau II 3 Grau III 4 Grau IV |
Representa uma visão glótica parcial. Representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote. Visão completa de toda a abertura glótica. Representa visualização apenas da epiglote. |
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 2 — 4 — 1 — 3
B) 3 — 2 — 4 — 1
C) 1 — 3 — 2 — 4
D) 4 — 1 — 3 — 2
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
A dificuldade da laringoscopia direta correlaciona-se com a melhor visão da região glótica, conforme definido pela escala de Cormack-Lehane na sala de emergência. O grau I apresenta visão completa de toda a abertura glótica. O grau II representa uma visão glótica parcial. O grau III representa visualização apenas da epiglote. O grau IV representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote.
Resposta correta.
A dificuldade da laringoscopia direta correlaciona-se com a melhor visão da região glótica, conforme definido pela escala de Cormack-Lehane na sala de emergência. O grau I apresenta visão completa de toda a abertura glótica. O grau II representa uma visão glótica parcial. O grau III representa visualização apenas da epiglote. O grau IV representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote.
A alternativa correta e a "A".
A dificuldade da laringoscopia direta correlaciona-se com a melhor visão da região glótica, conforme definido pela escala de Cormack-Lehane na sala de emergência. O grau I apresenta visão completa de toda a abertura glótica. O grau II representa uma visão glótica parcial. O grau III representa visualização apenas da epiglote. O grau IV representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote.
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2 |
Paciente obeso apresenta limitação de abertura bucal por trauma mandibular na infância, sem visualização das pregas vocais na laringoscopia. Tenta-se uma intubação com auxílio de fio-guia e bougie.
ATIVIDADES
12. Para saber se a intubação teve sucesso, qual é o recurso que mais precocemente evidenciaria a intubação esofágica?
A) Gasometria arterial.
B) Oximetria de pulso.
C) Capnografia com forma de ondas.
D) Gradiente venoarterial de monóxido de carbono.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
O uso da capnografia durante os cuidados de paciente com necessidade de via aérea avançada na sala de emergência por descompensação de suas comorbidades ou de PCR tende a ser uma ferramenta cada vez mais utilizada. Seguindo as recomendações da AHA, de outubro de 2015, há cinco cenários em que o capnógrafo (ETCO2) poderia guiar condutas e fornecer informações prognósticas, como na checagem da colocação do tubo orotraqueal, monitoração da qualidade das compressões torácicas e detecção do RCE em PCR.
Resposta correta.
O uso da capnografia durante os cuidados de paciente com necessidade de via aérea avançada na sala de emergência por descompensação de suas comorbidades ou de PCR tende a ser uma ferramenta cada vez mais utilizada. Seguindo as recomendações da AHA, de outubro de 2015, há cinco cenários em que o capnógrafo (ETCO2) poderia guiar condutas e fornecer informações prognósticas, como na checagem da colocação do tubo orotraqueal, monitoração da qualidade das compressões torácicas e detecção do RCE em PCR.
A alternativa correta e a "C".
O uso da capnografia durante os cuidados de paciente com necessidade de via aérea avançada na sala de emergência por descompensação de suas comorbidades ou de PCR tende a ser uma ferramenta cada vez mais utilizada. Seguindo as recomendações da AHA, de outubro de 2015, há cinco cenários em que o capnógrafo (ETCO2) poderia guiar condutas e fornecer informações prognósticas, como na checagem da colocação do tubo orotraqueal, monitoração da qualidade das compressões torácicas e detecção do RCE em PCR.
Recomendações da American Heart Association
Seguindo as recomendações da American Heart Association (AHA), atualizadas em outubro de 2015, há cinco cenários em que a concentração de dióxido de carbono ao final da expiração (ETCO2) poderia guiar condutas e fornecer informações prognósticas. São exemplos a checagem da colocação do tubo orotraqueal em via aérea após intubação e a monitoração da qualidade das compressões torácicas. Para isso, espera-se que o paciente tenha ao menos 10mmHg na ETCO2. Caso não se atinjam esses valores, deve-se revisar a qualidade da técnica de compressão e a detecção do retorno à circulação espontânea (RCE).35
Nessa situação, observa-se, na curva de capnografia, um aumento dos seus valores, em geral, maiores do que 30mmHg. Na interrupção de RCP, a dificuldade em se conseguir capnografia de 10mmHg por 20 minutos pode ser utilizada como um dos parâmetros para considerar a suspensão da reanimação. Em pacientes em RCE, pode-se utilizar a capnografia com meta de ETCO2 de 35 a 40mmHg (Figura 18).35
FIGURA 18: Capnógrafo: extremidade proximal conectada no tubo endotraqueal e distal ao monitor eletrocardiográfico. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Cricotireoidostomia na sala de emergência
A cricotireotomia (também chamada de cricotireoidostomia) é um procedimento invasivo geralmente utilizado quando ocorrer falência de tentativas de intubação orotraqueal (IOT) e manutenção de via aérea na sala de emergência por distúrbios anatômicos ou afecções locorregionais de laringe. Envolve a colocação de um tubo através de uma incisão na membrana cricotireoideia (MCT) para estabelecer uma via aérea para oxigenação e ventilação.
A cricotireotomia é um procedimento raramente realizado, ou seja, como último recurso, mas potencialmente salva vidas. Logo, é de extrema importância que os médicos emergencistas se familiarizem com os equipamentos necessários, a anatomia relevante e as técnicas (Figuras 19A e B).
Enquanto o debate continua sobre os méritos relativos e os riscos de vários métodos para a realização do procedimento, permanece claro que a aquisição e a manutenção de habilidades são vitais. As condições associadas a uma via aérea difícil que podem necessitar de cricotireoidostomia incluem:
- hemorragia maciça;
- êmese;
- trismo;
- lesões obstrutivas (neoplasia, pólipo);
- oclusão das vias aéreas superiores (corpo estranho, edema, anafilaxia);
- ampla gama de deformidades traumáticas e congênitas.
Um estudo descobriu que, de todas as condições clínicas que requerem cricotireoidostomia, 32% envolveram fraturas faciais, 32% incluíram sangue ou vômito nas vias aéreas, 7% referiram-se à obstrução das vias aéreas traumáticas e 11% falharam na intubação na ausência de outros problemas especificados.23 Um estudo multicêntrico descobriu que o trauma era a indicação mais provável para uma cricotireoidostomia, representando mais de 50% dos casos.24,25
FIGURA 19: A e B) A compreensão da anatomia local é fundamental para o desempenho da cricotireoidostomia. A proeminência laríngea forma a borda superior da cartilagem tireoideia, na qual, muitas vezes, há um proeminente e palpável entalhe em forma de V. As cordas vocais estão alojadas e protegidas pela cartilagem da tireoide. // Fonte: Adaptada de Sakles (2005).22
Contraindicações e precauções
O Quadro 10 apresenta as contraindicações da cricotireoidostomia.
Quadro 10
CONTRAINDICAÇÕES DA CRICOTIREOIDOSTOMIA |
|
Contraindicações absolutas |
|
Contraindicações relativas |
|
A cricotireoidostomia cirúrgica é relativamente contraindicada em crianças pequenas por várias razões. As vias aéreas de uma criança são em forma de funil, com a parte mais estreita localizada no anel (cartilagem) cricoide, em vez das cordas vocais.36
Esse estreitamento aumenta o risco de desenvolver estenose subglótica após a cricotireoidostomia. Uma vez que as cartilagens traqueais são em forma de C, macias e flexíveis em uma criança, a cartilagem cricoideia é o único suporte circunferencial para a traqueia, portanto, a estrutura principal mantém a patência das vias aéreas.36
Técnica — cricotireoidostomia convencional
A Figura 20 e as Figuras 21A–C ilustram a técnica de cricotireoidostomia convencional.
FIGURA 20: Imobilizar a laringe e palpar a MCT com o dedo indicador da mão não dominante. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 21: A) Fazer uma incisão horizontal através da pele e da MCT com o bisturi. B) Estabilizar a laringe colocando o gancho traqueal sob a cartilagem cricoideia. C) Inserir o tubo de traqueostomia na traqueia. // Fonte: Sakles (2005).22
Técnica de Seldinger
As Figuras 22A–C e as Figuras 23A e B ilustram a técnica de Seldinger.
FIGURA 22: A) Aplicar uma pequena quantidade de pressão negativa na seringa e inserir a agulha cuidadosamente na MCT em um ângulo de 45 graus com a cauda orientada para a agulha. B) Introduzir o fio-guia através do cateter na traqueia. Remover o cateter, deslizando-o sobre o fio-guia. C) Fazer uma incisão de 1 a 2cm na pele no ponto de entrada do fio-guia. Orientar a lâmina para longe do fio para evitar cortá-la. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 23: A) Introduzir o cateter dilatador de tecido combinado sobre o fio-guia e avançá-lo, seguindo a curva do dilatador, através do tecido mole subcutâneo e na traqueia até que o manguito do cateter esteja alinhado contra a pele do pescoço. B) Remover o dilatador tecidual e o fio-guia como uma unidade, deixando o cateter das vias aéreas na traqueia. // Fonte: Sakles (2005).22
Técnica padrão
As Figuras 24A–C, 25A–D e 26A e B ilustram a técnica padrão.
FIGURA 24: A) Fazer uma incisão de pele vertical média, de 3 a 5cm de comprimento. B) Incisar a MCT transversalmente. C) Inserir o gancho traqueal e pedir a um assistente para fornecer tração ascendente. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 25: A) Inserir o dilatador do enxoval e abrir para expandir a incisão verticalmente. B) Girar o dilatador a 90 graus. C) Inserir o tubo de traqueostomia e avançar o tubo para dentro da traqueia. D) Remover o obturador. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 26: A) Substituir a cânula interna e inflar o cuff. B) Anexar a traqueia de ventilação, confirmar a colocação adequada e fixar o tubo com uma fita ao redor do pescoço do paciente. // Fonte: Sakles (2005).22
Técnica de bisturi-dedo-bougie
As Figuras 27A e B, 28A e B, 29 e 30A e B ilustram a técnica de bisturi-dedo-bougie.
FIGURA 27: A) A cricotireoidostomia assistida por bougie, também conhecida como técnica de bisturi-dedo-bougie, é uma técnica relativamente simples que requer apenas algumas ferramentas, incluindo bisturi, introdutor de tubo traqueal (bougie), seringa e tubo traqueal. B) A palpação primária da MCT é mostrada na figura. O polegar e o dedo longo da mão não dominante são colocados em ambos os lados da cartilagem tireoideia para imobilizar a laringe. O dedo indicador da mão não dominante palpa a MCT. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 28: A) A incisão inicial para a técnica de cricotireoidostomia de bisturi-dedo-bougie é uma incisão vertical de 3 a 5cm que atravessa o meio da MTC. B) Marcar referência palpando a MCT após a incisão vertical. Essa etapa é crucial para identificar marcos anatômicos, especialmente em pacientes obesos, barbudos, sangrando substancialmente ou naqueles que têm anatomia do pescoço distorcida (por exemplo, abscesso, tumor). // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 29: Após a conclusão da incisão vertical e da dissecção contundente, uma incisão horizontal (lâmina 10) é feita através da MCT. Após a incisão da MCT ser feita, a lâmina do bisturi pode ser usada para abrir o estoma e facilitar a passagem do bougie. // Fonte: Sakles (2005).22
FIGURA 30: A e B) A colocação é confirmada por anéis traqueais palpatantes à medida que o bougie é avançado e apresentando resistência se o bougie atingir a carina ou os brônquios. Na figura, o bisturi permanece na incisão da MCT, para facilitar a passagem do bougie. De forma alternativa, o bisturi pode ser removido e o bougie colocado após a incisão da MCT e dilatado pelo dedo do médico. Após a dilatação, o dedo permanece no lugar para ajudar a guiar o bougie. Remoção do bougie e insuflação do cuff. // Fonte: Sakles (2005).22
Drenagem torácica
A seguir, serão apresentadas as características da drenagem torácica.
Pneumotórax e derrame pleural — anatomia topográfica pleural
A pleura pulmonar é a serosa que envolve o pulmão e é constituída pelos folhetos parietal e visceral, que são contínuos na região do hilo pulmonar.37
Os folhetos parietal e visceral são formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo, que contêm fibras colágenas e elásticas. Este último tipo de fibra, presente no folheto visceral, tem continuidade com as mesmas fibras presentes no parênquima pulmonar. Os dois folhetos delimitam, para cada pulmão, uma cavidade independente e totalmente revestida pelo mesotélio.37
Em geral, essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma fina camada de líquido que lubrifica (10 a 15mL para cada hemitórax), permitindo o deslizamento suave dos dois folhetos (visceral e parietal) durante a respiração, impedindo o atrito entre o mesotélio visceral e parietal (Figura 31). Tem uma espessura combinada de 0,2 a 0,4mm, enquanto a largura do espaço pleural é de 10 a 20μm.3,7
A pleura é drenada por uma rede linfática visceral e parietal.3,7 A pleura visceral fica sempre em contato com a pleura parietal porque entre elas existe uma pressão negativa (-3mmHg), chamada de pressão negativa de Donders. Essa pressão negativa é essencial para uma respiração adequada.
FIGURA 31: Imagem revelando pleura parietal e visceral com colabamento de pulmão contralateral por pneumotórax. // Fonte: Alila Medical Media (2022).38
O derrame pleural é a presença de líquido no espaço pleural.
Os transudatos tendem a maiores valores de desidrogenase láctica. Os sinais torácicos do derrame pleural incluem movimento reduzido do tórax no lado afetado, ausência de sons respiratórios e macicez à percussão. As variedades incluem empiema, hemotórax e quilotórax.
A presença de ar no espaço pleural é chamada de pneumotórax. O manejo do pneumotórax varia de acordo com a avaliação clínica de sintomas, tamanho e etiologia. Assim, o reconhecimento imediato e a terapia direcionada ao pneumotórax e à sua etiologia são importantes para evitar uma deterioração maior com instabilidade hemodinâmica.
O pneumotórax deve ser suspeitado em pacientes que apresentam dispneia aguda e dor torácica (pleurítica), em particular, naqueles com fator de risco subjacente.39
Os principais diagnósticos concorrentes com pneumotórax incluem:39
- embolia pulmonar aguda;
- pleurite;
- pneumonia;
- isquemia ou infarto do miocárdio;
- dor musculoesquelética.
Os exames laboratoriais de rotina, o eletrocardiograma (ECG) e a imagem torácica são, em geral, realizados durante o processo de avaliação diagnóstica do pneumotórax. Cabe lembrar que é a identificação de um pneumotórax na imagem torácica que, em geral, diferencia pneumotórax de muitas dessas entidades. Pode se desenvolver unilateral ou bilateralmente (raro) com a gravidade, os sintomas, a dor e a dispneia diretamente relacionados ao volume de ar no espaço pleural e ao grau de reserva pulmonar.39
O comprometimento hemodinâmico (taquicardia, hipotensão) é um sinal de gravidade e sugere um pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente.39
Após o diagnóstico inicial e o manejo, são necessários passos adicionais para identificar a potencial etiologia do pneumotórax. Em muitos casos, a etiologia é evidente a partir de histórico, exame e radiografia torácica ou tomografia computadorizada (TC) de tórax. Por exemplo, os pacientes nessa categoria incluiriam:
- pacientes com pneumotórax relacionado ao trauma;
- pacientes que realizaram procedimentos (cateterismo venoso central, toracocentese);
- pacientes com distúrbio pulmonar conhecido por estarem associados a pneumotórax (doença pulmonar obstrutiva crônica [DPOC], fibrose cística, malignidade, pneumonia, entre outros).
Nesses casos, nenhum teste adicional é normalmente necessário, a menos que uma segunda desordem seja suspeitada. Os pacientes instáveis devem se submeter a imagens rápidas de cabeceira, em geral, com ultrassonografia (USG), para confirmar o diagnóstico antes de se submeterem à toracostomia de agulha emergente ou à drenagem torácica. Caso a USG esteja indisponível, uma decisão empírica de colocar um tubo torácico sem imagens confirmatórias deve ser tomada somente com a avaliação clínica.
ATIVIDADES
13. O derrame pleural é a presença de líquido no espaço pleural. Leia as afirmativas sobre esse tema.
I. Os exsudatos ocorrem como complicações da insuficiência cardíaca grave e outros estados edematosos.
II. Os sinais torácicos do derrame pleural incluem movimento reduzido do tórax no lado afetado, ausência de sons respiratórios e macicez à percussão.
III. Os transudatos tendem a maiores valores de desidrogenase láctica.
IV. As variedades incluem empiema, hemotórax e quilotórax.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
Há quatro décadas (1972), Light e colaboradores propuseram a adoção de um critério para o diagnóstico de exsudatos pleurais. Os líquidos pleurais deveriam contemplar ao menos um dos seguintes parâmetros para serem classificados como tais: dosagem de desidrogenase lática acima de 200UI/L no líquido pleural ou maior do que dois terços do limite superior normal para o método no soro; relação de proteínas totais no líquido pleural/soro maior do que 0,5; relação de desidrogenase lática no líquido pleural/soro maior do que 0,6. A combinação dos dois primeiros parâmetros foi encontrada em 97% dos exsudatos. Esse critério vem sendo empregado, de forma tradicional, e é sistematicamente comparado a outros métodos para a classificação do líquido pleural. O critério de Light possui elevada sensibilidade, porém com especificidade menor para o diagnóstico de exsudato.73
Resposta correta.
Há quatro décadas (1972), Light e colaboradores propuseram a adoção de um critério para o diagnóstico de exsudatos pleurais. Os líquidos pleurais deveriam contemplar ao menos um dos seguintes parâmetros para serem classificados como tais: dosagem de desidrogenase lática acima de 200UI/L no líquido pleural ou maior do que dois terços do limite superior normal para o método no soro; relação de proteínas totais no líquido pleural/soro maior do que 0,5; relação de desidrogenase lática no líquido pleural/soro maior do que 0,6. A combinação dos dois primeiros parâmetros foi encontrada em 97% dos exsudatos. Esse critério vem sendo empregado, de forma tradicional, e é sistematicamente comparado a outros métodos para a classificação do líquido pleural. O critério de Light possui elevada sensibilidade, porém com especificidade menor para o diagnóstico de exsudato.73
A alternativa correta e a "D".
Há quatro décadas (1972), Light e colaboradores propuseram a adoção de um critério para o diagnóstico de exsudatos pleurais. Os líquidos pleurais deveriam contemplar ao menos um dos seguintes parâmetros para serem classificados como tais: dosagem de desidrogenase lática acima de 200UI/L no líquido pleural ou maior do que dois terços do limite superior normal para o método no soro; relação de proteínas totais no líquido pleural/soro maior do que 0,5; relação de desidrogenase lática no líquido pleural/soro maior do que 0,6. A combinação dos dois primeiros parâmetros foi encontrada em 97% dos exsudatos. Esse critério vem sendo empregado, de forma tradicional, e é sistematicamente comparado a outros métodos para a classificação do líquido pleural. O critério de Light possui elevada sensibilidade, porém com especificidade menor para o diagnóstico de exsudato.73
14. Em relação à cricotireoidostomia de urgência, assinale a afirmativa correta.
A) A incisão da pele deve ser realizada entre a cartilagem tireoideia e cricoideia.
B) A incisão na MCT deve ser realizada de forma vertical para evitar lesões às estruturas adjacentes.
C) A posição do tubo endotraqueal é confirmada imediatamente com a radiografia do tórax.
D) A MCT deve ser identificada com o auxílio da USG.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
Não se usa aparelho de USG ou se realiza de imediato a radiografia para confirmação da cânula de traqueostomia. Atenção à clínica e saturometria periférica do paciente.
Resposta correta.
Não se usa aparelho de USG ou se realiza de imediato a radiografia para confirmação da cânula de traqueostomia. Atenção à clínica e saturometria periférica do paciente.
A alternativa correta e a "A".
Não se usa aparelho de USG ou se realiza de imediato a radiografia para confirmação da cânula de traqueostomia. Atenção à clínica e saturometria periférica do paciente.
15. Leia as afirmativas sobre a cricotireotomia na sala de emergência
I. É também chamada de cricotireoidostomia.
II. É um procedimento utilizado frequentemente na sala de emergência devido ao potencial de salvar vidas.
III. Envolve a colocação de um tubo através de uma incisão na MCT para estabelecer uma via aérea para oxigenação e ventilação.
IV. É utilizada quando ocorrer falência de tentativas de IOT e manutenção de via aérea na sala de emergência por distúrbios anatômicos ou afecções locorregionais de laringe.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
A cricotireotomia é um procedimento raramente realizado, ou seja, como último recurso, mas potencialmente salva vidas.
Resposta correta.
A cricotireotomia é um procedimento raramente realizado, ou seja, como último recurso, mas potencialmente salva vidas.
A alternativa correta e a "C".
A cricotireotomia é um procedimento raramente realizado, ou seja, como último recurso, mas potencialmente salva vidas.
16. Assinale a alternativa que apresenta uma condição associada a uma via aérea difícil e que pode necessitar de cricotireoidostomia.
A) Sepse.
B) Empiema.
C) DPOC.
D) Edema.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
As condições associadas a uma via aérea difícil que podem necessitar de cricotireoidostomia incluem: hemorragia maciça, êmese, trismo, lesões obstrutivas (neoplasia, pólipo), oclusão das vias aéreas superiores (corpo estranho, edema, anafilaxia) e ampla gama de deformidades traumáticas e congênitas.
Resposta correta.
As condições associadas a uma via aérea difícil que podem necessitar de cricotireoidostomia incluem: hemorragia maciça, êmese, trismo, lesões obstrutivas (neoplasia, pólipo), oclusão das vias aéreas superiores (corpo estranho, edema, anafilaxia) e ampla gama de deformidades traumáticas e congênitas.
A alternativa correta e a "D".
As condições associadas a uma via aérea difícil que podem necessitar de cricotireoidostomia incluem: hemorragia maciça, êmese, trismo, lesões obstrutivas (neoplasia, pólipo), oclusão das vias aéreas superiores (corpo estranho, edema, anafilaxia) e ampla gama de deformidades traumáticas e congênitas.
17. Qual sinal de gravidade indica pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente?
A) Edema.
B) Fadiga.
C) Hipotensão.
D) Febre.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
O comprometimento hemodinâmico (taquicardia, hipotensão) é um sinal de gravidade e sugere um pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente.
Resposta correta.
O comprometimento hemodinâmico (taquicardia, hipotensão) é um sinal de gravidade e sugere um pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente.
A alternativa correta e a "C".
O comprometimento hemodinâmico (taquicardia, hipotensão) é um sinal de gravidade e sugere um pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente.
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3 |
Paciente jovem com histórico de sarcoma osteogênico metastático em tratamento oncológico evoluiu com dispneia súbita em repouso, dessaturação em ar ambiente (saturação de pulso de oxigênio [SPO2] 93%) e dor pleurítica ventilatório-dependente. Nega episódios anteriores e outros históricos patológicos pertinentes. Foram realizadas oxigenoterapia em cateter nasal e monitoração e solicitada radiografia torácica para elucidação diagnóstica (Figura 32).
FIGURA 32: Radiografia posteroanterior revelando hidropneumotórax do lado esquerdo sintomático. // Fonte: Lee (2022).40
ATIVIDADES
18. Em um paciente com diagnóstico de pneumotórax extenso à esquerda, como o paciente do caso clínico 3, o que se observa durante a inspiração/expansibilidade torácica?
A) Assimetria, percussão timpânica à esquerda e som respiratório diminuído à direita.
B) Assimetria, percussão timpânica à direita e som respiratório abolido à direita.
C) Simetria, percussão maciça à esquerda e som respiratório diminuído à esquerda.
D) Assimetria, percussão timpânica à esquerda e som respiratório abolido à esquerda.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
As principais consequências fisiológicas dependem da magnitude do pneumotórax, da condição do pulmão subjacente e do nível tensional, que ocasionam restrição à ventilação pulmonar. Ocorre uma redução dos volumes pulmonares, da capacidade vital e de difusão, da complacência pulmonar e da pressão alveolar de oxigênio (PAO2). No pneumotórax hipertensivo, por um mecanismo valvular e unidirecional, os níveis tensionais no interior da cavidade pleural se elevam acima da pressão atmosférica, podendo levar a desvio do mediastino para o lado contralateral, pinçamento das veias cavas com obstrução do retorno venoso ao coração, diminuição do débito cardíaco, dispneia, hipoxemia e choque circulatório. A semiologia do pneumotórax envolve: assimetria durante inspiração, com hemitórax mais elevado do lado acometido, percussão timpânica e som respiratório abolido, podendo estar com taquidispneia e dessaturação em ar ambiente.
Resposta correta.
As principais consequências fisiológicas dependem da magnitude do pneumotórax, da condição do pulmão subjacente e do nível tensional, que ocasionam restrição à ventilação pulmonar. Ocorre uma redução dos volumes pulmonares, da capacidade vital e de difusão, da complacência pulmonar e da pressão alveolar de oxigênio (PAO2). No pneumotórax hipertensivo, por um mecanismo valvular e unidirecional, os níveis tensionais no interior da cavidade pleural se elevam acima da pressão atmosférica, podendo levar a desvio do mediastino para o lado contralateral, pinçamento das veias cavas com obstrução do retorno venoso ao coração, diminuição do débito cardíaco, dispneia, hipoxemia e choque circulatório. A semiologia do pneumotórax envolve: assimetria durante inspiração, com hemitórax mais elevado do lado acometido, percussão timpânica e som respiratório abolido, podendo estar com taquidispneia e dessaturação em ar ambiente.
A alternativa correta e a "D".
As principais consequências fisiológicas dependem da magnitude do pneumotórax, da condição do pulmão subjacente e do nível tensional, que ocasionam restrição à ventilação pulmonar. Ocorre uma redução dos volumes pulmonares, da capacidade vital e de difusão, da complacência pulmonar e da pressão alveolar de oxigênio (PAO2). No pneumotórax hipertensivo, por um mecanismo valvular e unidirecional, os níveis tensionais no interior da cavidade pleural se elevam acima da pressão atmosférica, podendo levar a desvio do mediastino para o lado contralateral, pinçamento das veias cavas com obstrução do retorno venoso ao coração, diminuição do débito cardíaco, dispneia, hipoxemia e choque circulatório. A semiologia do pneumotórax envolve: assimetria durante inspiração, com hemitórax mais elevado do lado acometido, percussão timpânica e som respiratório abolido, podendo estar com taquidispneia e dessaturação em ar ambiente.
Achados laboratoriais
Os achados laboratoriais do pneumotórax são inespecíficos, mas podem revelar uma leve leucocitose sem desvio à esquerda. A maioria dos pacientes que apresentam pneumotórax têm exames laboratoriais de rotina realizados, incluindo D-dímero e níveis de troponina, para investigar a causa da dispneia e dor no peito.
Como tal, esses testes laboratoriais são úteis para a detecção ou exclusão de etiologias concorrentes, como isquemia miocárdica e embolia pulmonar, ou para o diagnóstico de possíveis etiologias que sustentam o pneumotórax, como a infecção.
Gasometria arterial
Em geral, a gasometria arterial é solicitada a pacientes taquipneicos, com sinais de esforço respiratório e com dessaturação em ar ambiente (menor que 92%). A hipoxemia é comum, mas pode estar dentro dos limites normais se o pneumotórax for pequeno e a doença pulmonar subjacente estiver ausente. O pneumotórax normalmente causa uma alcalose respiratória aguda, em particular, quando dor, ansiedade e/ou hipoxemia são substanciais.
Eletrocardiograma
Os achados eletrocardiográficos também são inespecíficos e podem revelar uma taquicardia sinusal. Uma perturbação rítmica mais grave (por exemplo, bradicardia) pode estar associada à hipoxemia grave ou indicar pneumotórax hipertensivo e colapso cardiovascular iminente.41
Drenagem torácica — técnica
A técnica para drenagem torácica é a seguinte:
1. posicionar o paciente em decúbito dorsal com o membro superior ipsilateral em abdução e com a mão apoiada sobre a cabeça (Figuras 33A e B);
FIGURA 33: A e B) Posicionamento em decúbito dorsal ou em 45 graus com membro superior ipsilateral, em flexão e abdução sob a cabeça — referência anatômica para incisão e drenagem torácica. // Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina (2017).42
2. localizar o quarto ou quinto espaços intercostais (EIC), na linha axilar posterior, média ou anterior, na borda superior do arco costal;
3. realizar a medida do comprimento do dreno que será inserido — a medida é realizada do meio da clavícula até o local escolhido para a inserção;
4. realizar anestesia local com lidocaína a 1 ou 2% (Figuras 34A e B);
FIGURA 34: A e B) Anestesia por planos (pele, tecido subcutâneo, musculatura intercostal com sua respectiva inervação pleural e parietal). // Fonte: Adaptada de Panaro (2022).43
5. fazer uma incisão de 1 a 2cm paralela ao arco costal (borda superior da costela inferior) e realizar a dissecção dos planos, do tecido subcutâneo e da musculatura acima do arco costal, utilizando uma pinça hemostática curva (Figuras 35A e B);
FIGURA 35: A e B) Acesso por planos (pele, tecido subcutâneo, musculatura intercostal na borda superior da costela inferior no quinto EIC e pleural parietal). // Fonte: Adaptada de Huggins e colaboradores (2022).44
6. posteriormente, utilizando uma pinça com ponta romba do tipo Kelly curva, fazer uma abertura com cerca de 1,5cm na pleura e introduzir o dedo na cavidade pleural. A introdução do dedo permite o inventário da cavidade torácica, além de confirmar se a cavidade pleural realmente foi atingida. Não usar bisturi ou algo afiado para acessar a cavidade pleural, pois lesões graves com exsanguinação fatal já foram descritas (Figuras 36A e B);
FIGURA 36: A) Acesso por planos (pele, tecido subcutâneo, musculatura intercostal na borda superior da costela inferior no quinto EIC e pleural parietal). B) Inventário torácico com o dedo indicador. // Fonte: Adaptada de Universidade Federal de Santa Catarina (2017).42
7. fazer a clampagem da extremidade do dreno com a pinça hemostática curva e utilizá-la para direcionar a inserção do dreno. Introduzir o dreno em direção cranial e posterior. Avançar o dreno até o local marcado anteriormente. Vale ressaltar que o último orifício do dreno deve estar, pelo menos, 2cm dentro da caixa torácica;
8. fazer um ponto em U circundando o dreno para fechar a incisão e, em seguida, fazer um nó em bailarina em torno do dreno, usando o mesmo fio (Figuras 37A–D);
FIGURA 37: A–D) Após introdução do dreno torácico (sentido anteroposterior e inferossuperior), realização da sutura em bailarina para fixação do dreno à pele. // Fonte: Adaptada de Universidade Federal de Santa Catarina (2017).42
9. realizar radiografia de tórax para confirmação do posicionamento do dreno, o qual deverá posicionar-se de acordo com a Figura 38;
FIGURA 38: Posicionamento correto do dreno no pneumotórax hipertensivo (hemitórax do lado esquerdo). // Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina (2017).42
10. um selo d’água de 2cm, como o da Figura 39, determina que, para que haja saída de líquido/ar da cavidade pleural em direção ao frasco, é necessária uma pressão pleural positiva superior a 2cmH2O. Essa pressão é facilmente alcançada durante expiração, fala e tosse. Por outro lado, durante a inspiração, mesmo que profunda, a pressão intrapleural (por ser sempre menor do que 2cm de água) é insuficiente para aspirar de volta à cavidade o conteúdo do frasco. Dessa forma, esse sistema cria uma válvula unidirecional, que promove a saída de conteúdo da cavidade pleural e impede o retorno dele, permitindo que o pulmão se reexpanda progressivamente.
FIGURA 39: Um selo d’água de 2cm, como o da figura, determina que, para que haja saída de líquido/ar da cavidade pleural em direção ao frasco, é necessária uma pressão pleural positiva superior a 2cmH2O. // Fonte: Cruz Neto (2022).45
Uma adaptação no dreno de selo d’água com o filtro High Efficiency Particulate Arrestance (HEPA) foi utilizada para evitar aerossolização durante a drenagem de tórax em pacientes com suspeitas ou infectados por COVID-19. Baseia-se na revisão de literatura publicada até o momento, na opinião de indivíduos especialistas na área de cirurgia torácica e não necessariamente em instruções baseadas em evidências.46
Os filtros comuns não conseguem manter vírus e bactérias, já o HEPA é capaz de reter 99,97% das impurezas do ar. A capacidade de filtragem que justifica tal porcentagem é a de que o filtro HEPA consegue filtrar partículas de até 0,3μm, o que pode ser uma importante defesa contra a aerossolização.47,48 As partículas de aerossóis são menores do que 5μm.49 Dessa forma, o filtro HEPA seria uma importante barreira contra a dispersão de aerossóis no ambiente (Figura 40).46
FIGURA 40: Coletor com filtro HEPA conectado ao conector do tubo orotraqueal previamente acoplado e outro orifício fechado para evitar aerossolização. // Fonte: Carvalho e Oliveira (2020).48
Estratégias específicas, diagnóstico e tratamento no pneumotórax
O Quadro 11 apresenta as estratégias específicas, o diagnóstico e o tratamento a serem considerados no pneumotórax.
Quadro 11
ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO A SEREM CONSIDERADOS NO PNEUMOTÓRAX |
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Pneumotórax espontâneo primário |
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Pneumotórax espontâneo secundário |
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DPOC |
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Malignidade |
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Infecção |
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Iatrogenia |
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Trauma |
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Anorexia |
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Exercício |
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Uso de drogas ilícitas |
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Fármacos imunossupressores |
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Viagem aérea |
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Mergulho |
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IVAS: cirurgia toracoscópica assistida por vídeo; PAL: vazamento de ar prolongado (persistente); DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica. // Fonte: Adaptado de Lee (2022).50
Os pacientes com grandes colapsos pulmonares com mais de 72 horas de evolução podem apresentar edema de reexpansão (ERE) pulmonar após o procedimento de drenagem. Conforme a intensidade, pode evoluir com insuficiência respiratória, instabilidade hemodinâmica e até óbito.
Complicações da toracostomia
O Quadro 12 apresenta as complicações da toracostomia.
Quadro 12
COMPLICAÇÕES DA TORACOSTOMIA |
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Processual |
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Complicações relacionadas à técnica |
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Pós-procedimento |
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Falha na remoção do dispositivo |
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// Fonte: Adaptado de Baldwin e Terndrup (2008).51
Toracocentese
A toracocentese é um procedimento que pode ser realizado por qualquer profissional médico desde que conheça a técnica de acesso à cavidade pleural por punção. Tem a finalidade diagnóstica ou terapêutica do derrame pleural pela remoção do acúmulo de líquido anormal ali presente.
Com relativa frequência, é realizada em pronto atendimento, em pacientes internados e também ambulatoriais. Logo se mostra importante e necessário que todo profissional médico deve ter domínio técnico e estar habilitado a realizar esse procedimento (Quadro 13).
Quadro 13
TORACOCENTESE |
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Indicação |
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Contraindicação |
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// Fonte: Adaptado de van Doremalen e colaboradores (2020).37
A coagulopatia não é considerada uma contraindicação à toracocentese terapêutica. Um estudo não demonstrou aumento do risco de sangramento em pacientes com tempos de protrombina (TP) até o dobro do ponto médio da faixa normal ou contagem de plaquetas de mais de 50.000/mm3. Os autores concluíram que as transfusões profiláticas não são necessárias.35
Materiais utilizados
Os materiais utilizados para a realização da toracocentese devem estar disponíveis antes de se iniciar o procedimento:
- luvas estéreis;
- gaze;
- solução antisséptica;
- campos estéreis;
- lidocaína a 2% sem vasoconstritor;
- agulhas calibres 10x4,5mm, 30x8mm e 30x10mm;
- seringas de 10 e 20mL;
- jelco de calibres 14 e 16;
- equipo de macrogotas para soro;
- frascos comuns ou a vácuo;
- esparadrapo.
Técnica
A posição do paciente é a seguinte:
- deitado — quando se observa instabilidade clínica com impossibilidade de o paciente permanecer sentado;
- sentado — estável clinicamente (Figura 41).
FIGURA 41: Posição sentada com os braços e tronco apoiados no travesseiro ou na mesa de suporte. // Fonte: Thomsen e colaboradores (2006).52
A localização da punção é a seguinte:
- linha axilar média — quinto ou sexto EIC;
- linha paravertebral — oitavo ou nono espaço intervertebral.
Em relação à anestesia infiltrativa local, um dos aspectos importantes da anestesia é que se infiltrem a pele, o tecido subcutâneo, os músculos intercostais, o periósteo das costelas e a pleura parietal. Anestesiar a parte profunda dos músculos intercostais e a pleural parietal é importante porque o acesso a essas estruturas gera dor e desconforto durante o procedimento.
Os pacientes devem ser anestesiados com 10mL de lidocaína até que se atinjam todos os planos com agulha fina (10x4,5mm) com o cuidado de sempre aspirar a seringa antes da próxima injeção do anestésico, evitando, desse modo, sua possibilidade de injeção intravenosa (Figuras 42A e B).
FIGURA 42: A e B) Infiltração em planos: pele, tecido subcutâneo, músculo intercostal (inervações intercostais) do periósteo das costelas e pleura parietal na borda superior da costela inferior. // Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina (2017).42
Em relação à aspiração do derrame pleural, em geral, não devem ser retirados mais de 1.500mL de líquido, sempre de forma lenta, com cuidados para evitar ERE. Ao completar a retirada do líquido, rapidamente deve-se remover o cateter enquanto o paciente segura a respiração no fim da expiração. Deve-se realizar um curativo compressivo e limpar a pele ao redor, além de rotular o líquido pleural e mandá-lo para análise laboratorial (Figura 43).
FIGURA 43: Aspiração do derrame pleural observando puntura em borda superior da costela inferior para evitar feixe vasculonervoso intercostal. // Fonte: Adaptado de KRT Consultoria de Enfermagem (2012).53
Complicações
O Quadro 14 apresenta as complicações da toracocentese.
Quadro 14
COMPLICAÇÕES DA TORACOCENTESE |
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Complicações maiores |
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Complicações menores |
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// Fonte: Adaptado de Light e Lee (2005).54
Pericardiocentese
A pericardiocentese é classificada tanto como um procedimento terapêutico de emergência, nos casos de tamponamento cardíaco, como um procedimento diagnóstico na investigação de um derrame pericárdico. Muitas vezes, a simples aspiração de pequena quantidade de líquido pericárdico pode restaurar a hemodinâmica do paciente e salvar sua vida na sala de emergência.
O tamponamento cardíaco é um quadro em que ocorre o acúmulo de sangue ou fluidos na cavidade compreendida entre a membrana que envolve o coração (saco pericárdico) e o músculo cardíaco em quantidade suficiente que comprima as câmaras cardíacas e impeça a entrada de sangue nos ventrículos.
Anatomia topográfica do pericárdio
O pericárdio parietal é um saco fibroso que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos (Figuras 44A e B). Apresenta-se em forma de cone, o qual repousa sobre o diafragma e funde-se superiormente com a adventícia dos grandes vasos. Dentro do tórax, estabiliza-se, fixando-se por meio de ligações ao diafragma anterior, ao esterno e à quarta e quinta cartilagens costais esquerdas.55
O nervo frênico inerva o pericárdio enquanto transita entre a pleura mediastinal e o pericárdio fibroso. Envolve o coração livremente, mas é rígido o suficiente para proporcionar estabilidade dentro da cavidade torácica e para limitar a distensão cardíaca (restrição pericárdica).55
O espaço pericárdico normal contém menos de 50mL de fluido lubrificante seroso fino, que é um ultrafiltrado de plasma. A drenagem linfática do pericárdio aos linfonodos mediastinais e traqueobronquiais fornece a base anatômica para o envolvimento pericárdico na patologia dessas regiões.55
FIGURA 44: A e B) Nas imagens, observa-se anatomia do pericárdio, e os possíveis locais de entrada de agulha para pericardiocentese de emergência são designados por pontos vermelhos. A pericardiocentese de emergência é mais comumente realizada usando a abordagem intercostal esquerda ou apical. // Fonte: Adaptada de Heffner (2022).56
Os derrames pericárdicos podem se desenvolver rapidamente (agudo) ou de forma mais gradual (subagudo ou crônico). O pericárdio normal pode expandir-se para acomodar aumento de volume, porém a estabilidade hemodinâmica vai depender da rapidez com que a efusão se desenvolve, ou seja, a capacidade de alongamento e tolerância à instabilidade é maior com efusões em desenvolvimento lento.57
A tríade de Beck representa, de forma clássica, o tamponamento cardíaco, composta por hipotensão arterial, abafamento de bulhas cardíacas e distensão venosa jugular devido a uma pressão venosa sistêmica aumentada (pulso venoso de Kussmaul — turgência de jugular que persiste à inspiração).58
O pulso arterial de Kussmaul — queda na PA sistólica acima de 20mmHg à inspiração — também é um sinal frequente e importante para o diagnóstico. A maioria dos pacientes apresenta pelo menos um sinal na apresentação. Apesar de não compor a clássica tríade do tamponamento, a dispneia é o sintoma mais comum de apresentação, com uma sensibilidade de 88%.58
Várias são as afecções que podem levar ao tamponamento cardíaco e à pericardite restritiva:
- pericardite aguda (origem viral, bacteriana, tuberculosa ou idiopática);
- doença autoimune;
- infartos ou cirurgia cardíaca;
- trauma torácico agudo ou contundente, incluindo diagnóstico cardíaco ou procedimento intervencionista;
- malignidade, em particular, propagação metastática de tumores primários;
- radiação mediastinal;
- insuficiência renal com uremia;
- mixedema;
- dissecção aórtica estendendo-se ao pericárdio;
- drogas.
A presença de derrame pericárdico pode ser suspeitada por meio de exame físico, ECG, radiografia torácica, ecocardiograma (ECO) transesofágico e TC.
ATIVIDADES
19. A tríade de Beck é um conjunto de três sinais clínicos associados ao tamponamento cardíaco. Pode-se suspeitar da tríade de Beck quando, durante a semiologia, forem detectados quais sintomas?
A) Ortopneia, tremores e bulhas cardíacas hiperfonéticas.
B) Taquisfigmia, sudorese intensa e rebaixamento do nível de consciência.
C) Dispneia, hipertensão arterial e bulhas normofonéticas.
D) Hipotensão arterial, turgência de jugular e abafamento de bulhas cardíacas.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
A tríade de Beck é um conjunto de três sinais associados ao tamponamento cardíaco, uma emergência médica na qual se desenvolve por acúmulo de fluido no espaço pericárdico, limitando a capacidade cardíaca de bombear sangue.
Resposta correta.
A tríade de Beck é um conjunto de três sinais associados ao tamponamento cardíaco, uma emergência médica na qual se desenvolve por acúmulo de fluido no espaço pericárdico, limitando a capacidade cardíaca de bombear sangue.
A alternativa correta e a "D".
A tríade de Beck é um conjunto de três sinais associados ao tamponamento cardíaco, uma emergência médica na qual se desenvolve por acúmulo de fluido no espaço pericárdico, limitando a capacidade cardíaca de bombear sangue.
20. Em relação às complicações relacionadas à técnica de toracostomia, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
Lesão nervosa periférica (nervo intercostal, nervo frênico, nervo torácico).
Perda do tubo devido à falha em fixar adequadamente o cateter/tubo no lugar.
Traumas parenquimatosos.
Drenagem de ar geralmente suficiente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
São complicações relacionadas à técnica de toracostomia: lesão em uma ou mais estruturas de parede torácica (costelas, feixe de nervo intercostal, artéria torácica interna, mamária); lesão a uma ou mais estruturas intratorácicas (traqueia pulmonar, brônquio, diafragma, coração, grandes vasos, esôfago, nervo frênico, ducto torácico); infecção (sítio toracostomia, empiema, mediastinite, sepse); sangramento (sítio da toracostomia, vaso intercostal, vaso torácico interno, aderências pleurais); lesão nervosa periférica (nervo intercostal, nervo frênico, nervo torácico); posição extratorácica inadequada do cateter/tubo (subcutâneo, muscular ou abdominal); perda do tubo devido à falha em fixar adequadamente o cateter/tubo no lugar; posicionamento inadequado do cateter/tubo devido à falha na verificação da radiografia pós-procedimento; cateter/tubo de tamanho inadequado que requer procedimento de repetição.
Resposta correta.
São complicações relacionadas à técnica de toracostomia: lesão em uma ou mais estruturas de parede torácica (costelas, feixe de nervo intercostal, artéria torácica interna, mamária); lesão a uma ou mais estruturas intratorácicas (traqueia pulmonar, brônquio, diafragma, coração, grandes vasos, esôfago, nervo frênico, ducto torácico); infecção (sítio toracostomia, empiema, mediastinite, sepse); sangramento (sítio da toracostomia, vaso intercostal, vaso torácico interno, aderências pleurais); lesão nervosa periférica (nervo intercostal, nervo frênico, nervo torácico); posição extratorácica inadequada do cateter/tubo (subcutâneo, muscular ou abdominal); perda do tubo devido à falha em fixar adequadamente o cateter/tubo no lugar; posicionamento inadequado do cateter/tubo devido à falha na verificação da radiografia pós-procedimento; cateter/tubo de tamanho inadequado que requer procedimento de repetição.
A alternativa correta e a "D".
São complicações relacionadas à técnica de toracostomia: lesão em uma ou mais estruturas de parede torácica (costelas, feixe de nervo intercostal, artéria torácica interna, mamária); lesão a uma ou mais estruturas intratorácicas (traqueia pulmonar, brônquio, diafragma, coração, grandes vasos, esôfago, nervo frênico, ducto torácico); infecção (sítio toracostomia, empiema, mediastinite, sepse); sangramento (sítio da toracostomia, vaso intercostal, vaso torácico interno, aderências pleurais); lesão nervosa periférica (nervo intercostal, nervo frênico, nervo torácico); posição extratorácica inadequada do cateter/tubo (subcutâneo, muscular ou abdominal); perda do tubo devido à falha em fixar adequadamente o cateter/tubo no lugar; posicionamento inadequado do cateter/tubo devido à falha na verificação da radiografia pós-procedimento; cateter/tubo de tamanho inadequado que requer procedimento de repetição.
21. Qual é a principal indicação de toracocentese?
Confira aqui a resposta
A indicação principal é o desconforto respiratório com dispneia e dor pleurítica ventilatório-dependente devido ao grande volume de derrame pleural (>25% do hemitórax), confirmado pela imagem torácica.
Resposta correta.
A indicação principal é o desconforto respiratório com dispneia e dor pleurítica ventilatório-dependente devido ao grande volume de derrame pleural (>25% do hemitórax), confirmado pela imagem torácica.
A indicação principal é o desconforto respiratório com dispneia e dor pleurítica ventilatório-dependente devido ao grande volume de derrame pleural (>25% do hemitórax), confirmado pela imagem torácica.
22. Sobre a pericardiocentese, assinale a afirmativa correta.
A) Coloca o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.
B) Pode ser tanto terapêutica de emergência como diagnóstica.
C) Deve ser realizada em todos os pacientes antes do manejo da via aérea.
D) Leva à alteração da anatomia e a tecido fibrótico.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
A pericardiocentese é classificada tanto como um procedimento terapêutico de emergência, nos casos de tamponamento cardíaco, como um procedimento diagnóstico na investigação de um derrame pericárdico. Muitas vezes, a simples aspiração de pequena quantidade de líquido pericárdico pode restaurar a hemodinâmica do paciente e salvar sua vida na sala de emergência.
Resposta correta.
A pericardiocentese é classificada tanto como um procedimento terapêutico de emergência, nos casos de tamponamento cardíaco, como um procedimento diagnóstico na investigação de um derrame pericárdico. Muitas vezes, a simples aspiração de pequena quantidade de líquido pericárdico pode restaurar a hemodinâmica do paciente e salvar sua vida na sala de emergência.
A alternativa correta e a "B".
A pericardiocentese é classificada tanto como um procedimento terapêutico de emergência, nos casos de tamponamento cardíaco, como um procedimento diagnóstico na investigação de um derrame pericárdico. Muitas vezes, a simples aspiração de pequena quantidade de líquido pericárdico pode restaurar a hemodinâmica do paciente e salvar sua vida na sala de emergência.
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Paciente A.S.G., 53 anos de idade, gênero masculino, leucodérmico, desportista habitual, é portador de hipertensão arterial sistêmica sem outros antecedentes pessoais patológicos relevantes. Comparece ao pronto-socorro queixando-se de cansaço e dispneia progressiva, dor precordial tipo pontada (há duas horas), abdome discretamente distendido, indolor, sem visceromegalia, anorexia, intolerância alimentar e vômitos (com cinco dias de evolução).
Registra-se histórico de episódio isolado de síncope há dois dias. Nega febre, calafrios, tosse e perda ponderal. O exame mostrou:
- Avaliação cardíaca (AVC): tons abafados;
- AVC: ingurgitamento jugular;
- Avaliação pulmonar (AVP): murmúrio vesicular presente (MV+) com roncos em bases.
Os sinais vitais mostraram:
- PA: 150x90mmHg;
- FC: 101bpm;
- temperatura axilar (Tax): 36,7ºC;
- frequência respiratória (FR): 28irpm;
- Dextro: 128mg/dL.
O paciente prontamente foi monitorado, sendo solicitado um ECG pelo emergencista, o qual encontra-se na Figura 45.
FIGURA 45: ECG. // Fonte: Hoit (2022).59
ATIVIDADES
23. Assinale a afirmativa que apresenta os achados do ECG do paciente do caso clínico 4.
A) Trata-se de um infarto agudo do miocárdio sem supra do segmento ST.
B) ECG compatível com dor e hipertensão arterial sistêmica.
C) Alteração elétrica compatível com pericardite.
D) Tamponamento cardíaco corroborando com swinging heart syndrome.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
Os achados eletrocardiográficos (ECG) mais comuns em pacientes com derrame pericárdico são taquicardia sinusal, baixa amplitude do QRS e alterações elétricas. O padrão de alternância elétrica do QRS (swinging heart syndrome) ocorre porque, em derrames volumosos, o coração fica balançando dentro do pericárdico, fazendo os complexos QRS variarem em amplitude.
Resposta correta.
Os achados eletrocardiográficos (ECG) mais comuns em pacientes com derrame pericárdico são taquicardia sinusal, baixa amplitude do QRS e alterações elétricas. O padrão de alternância elétrica do QRS (swinging heart syndrome) ocorre porque, em derrames volumosos, o coração fica balançando dentro do pericárdico, fazendo os complexos QRS variarem em amplitude.
A alternativa correta e a "D".
Os achados eletrocardiográficos (ECG) mais comuns em pacientes com derrame pericárdico são taquicardia sinusal, baixa amplitude do QRS e alterações elétricas. O padrão de alternância elétrica do QRS (swinging heart syndrome) ocorre porque, em derrames volumosos, o coração fica balançando dentro do pericárdico, fazendo os complexos QRS variarem em amplitude.
Sinais e sintomas
A menos que o tamponamento cardíaco esteja presente, os sinais físicos são tão insensíveis e inespecíficos que são de interesse histórico e não prático.60 A maioria dos pacientes sem efusão pericárdica hemodinamicamente significante não terá sintomas específicos da efusão, mas pode ter sintomas relacionados à causa básica (por exemplo, febre no cenário de pericardite, entre outros).
Assim, os derrames pericárdios são, com frequência, descobertos de forma incidental durante a avaliação de outras doenças cardiopulmonares. No entanto os pacientes com efusão pericárdica hemodinamicamente significante levando ao tamponamento cardíaco, em geral, apresentam sinais e sintomas relacionados à função cardíaca prejudicada (ou seja, fadiga, dispneia, pressão venosa jugular [PVJ] elevada e edema).
Diagnóstico
O tamponamento cardíaco está associado a uma variedade de anormalidades que levam a alterações em ECG, radiografia de tórax, TC e ECO. O diagnóstico clínico é geralmente suspeitado com base nos achados históricos e em exames físicos, que podem incluir:
- síncope ou pré-sincope;
- dispneia e taquipneia;
- hipotensão;
- taquicardia;
- edema periférico;
- PVJ elevada;
- pulso paradoxal.
A presença de uma efusão pericárdica no ECO com evidência de colapso da câmara cardíaca, variação de fluxo ou dilatação da veia cava inferior é consistente e altamente sugestiva de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico de tamponamento cardíaco só pode ser confirmado pela resposta hemodinâmica e clínica à drenagem de fluidos pericárdicos.
Abordagem ao diagnóstico
Ao avaliar um paciente com dispneia, dor no peito, fadiga, PVJ elevada e edema (ou alguma combinação desses sintomas), deve-se considerar um diagnóstico de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico diferencial pode variar de acordo com a cronicidade dos sintomas.61
O tamponamento cardíaco deve ser distinguido de infarto agudo do miocárdio (em especial, com envolvimento ventricular direito), embolia pulmonar hemodinamicamente significativa e dissecção aórtica. O primeiro está associado a alterações eletrocardiográficas características de infarto. O segundo, na ausência de tamponamento cardíaco, não deve causar aumento na PVJ. A embolia pulmonar pode causar falta de ar, hipotensão e até PVJs elevadas, mas não pulso paradoxal.61
Visão geral do tratamento
O tratamento definitivo do tamponamento cardíaco é realizado com a remoção do fluido pericárdico (pericardiocentese), aliviando a pressão intrapericárdica e melhorando o estado hemodinâmico.62
Enquanto um paciente ocasional com poucos ou nenhum sinal clínico de comprometimento hemodinâmico pode ser observado com exames físicos seriais e ECOs (a cada dois ou três dias ou mais cedo, se clinicamente indicado), a maioria dos pacientes com tamponamento cardíaco exigirá drenagem precoce da coleção pericárdica. O cuidado de suporte com ressuscitação de fluidos e/ou o suporte inotrópico podem ser temporariamente benéficos, mas não devem ser considerados substitutos para a drenagem do derrame.62
Tanto a drenagem percutânea (pericardiocentese) como a drenagem cirúrgica de um derrame pericárdico são altamente eficazes na remoção do fluido e no alívio dos sintomas associados ao comprometimento hemodinâmico.
Acesso subcostal (subxifoide)
A abordagem subcostal extrapleural na pericardiocentese é realizada da seguinte forma:
11. introduzir a agulha subesternal 1cm inferior ao ângulo xifocostal esquerdo. Uma vez abaixo da cartilagem, abaixar a agulha para que ela se aproxime de uma inclinação de 30 graus com a parede torácica;63
12. direcionar a agulha em direção à clavícula esquerda e avançá-la de forma lenta enquanto se aspira de forma contínua. Se nenhum fluido for aspirado, a agulha deve ser retirada prontamente e redirecionada. Na ausência de orientação de USG, retirar a agulha para a pele e redirecioná-la ao longo de uma trajetória um pouco mais profunda. A profundidade necessária de inserção é afetada pela anatomia do paciente. Na maioria dos casos, uma agulha de 7 a 9cm é adequada, mas as agulhas mais longas (até 12cm) podem ser necessárias para pacientes obesos. Em bebês e crianças pequenas, as agulhas de 4cm (1,5 polegada) são suficientes;
13. se nenhum fluido for aspirado na segunda tentativa, retirar a agulha para a pele e redirecioná-la 10 graus para direção de manúbrio esternal do paciente. Realizar aspirações sistemáticas redirecionadas trabalhando da esquerda para a direita do paciente até que a agulha seja direcionada para o pescoço no lado direito.
A orientação da USG, em geral, permite que o médico evite inserir a agulha em outros órgãos. No entanto a interposição do lobo hepático esquerdo é, com frequência, reconhecida em imagens subcostais, e o lobo pode ser atravessado intencionalmente durante a pericardiocentese, se um local alternativo não estiver disponível (Figura 46).
FIGURA 46: Acesso subxifoide na sala de emergência. // Fonte: Hoit (2022).59
Acesso paraesternal
O acesso paraesternal esquerdo é frequentemente mais utilizado. Nele, deve-se:
14. inserir a agulha perpendicular à pele e sobre a borda cefálica da quinta ou sexta costelas, imediatamente adjacente à margem cardíaca. O entalhe cardíaco do pulmão esquerdo expõe o pericárdio nesse local;
15. evitar perfurar mais lateralmente (maior do que 1cm) para evitar lesões nos vasos torácicos internos (mamários).
Uma abordagem paraesternal direita análoga é ocasionalmente usada quando a USG prevê acesso superior nesse local (Figura 47).
FIGURA 47: Acesso paraesternal guiado por USG na sala de emergência guiada por USG. // Fonte: Heffner (2022);56 Hoit (2022).59
Acesso apical
A abordagem apical reduz o risco de complicações cardíacas, aproveitando a proximidade do ventrículo esquerdo espesso e dos pequenos vasos coronários apicais. No entanto a proximidade com o espaço pleural esquerdo aumenta o risco de pneumotórax.64
O local de inserção apical é pelo menos 5cm lateral à abordagem paraesternal dentro do quinto, sexto ou sétimo EIC. Avançar a agulha sobre a borda cefálica da costela (margem superior da costela inferior) e em direção ao ombro direito do paciente (Figura 48).
FIGURA 48: Acesso apical na sala de emergência guiada por USG. // Fonte: Heffner (2022);56 Hoit (2022).59
Técnica de pericardiocentese guiada por ultrassonografia
A USG continua sendo o principal método de diagnóstico para confirmar o derrame pericárdico grave na urgência e deve ser sempre utilizado para orientar a aspiração quando disponível.64–67
Em contraste com as altas taxas de complicações relacionadas ao procedimento associadas à aspiração cega,64–67 múltiplos estudos observacionais de pericardiocentese guiados por USG relatam maior segurança, satisfação dos médicos e sucesso (maior do que 97%).60,61
O método para pericardiocentese guiada por USG é o seguinte:
16. preparar o paciente e montar o equipamento necessário;
17. utilizando a USG, determinar a presença e localização da efusão pericárdica. Examinar sistematicamente o coração e procurar efusões em cada janela de imagem (subcostal, paraesternal, apical e quaisquer pontos de vista adicionais);
18. selecionar o melhor sítio de entrada, o qual deve conter o maior acúmulo de fluido pericárdico, mais próximo da parede torácica, e ser inserido sem perfurar nenhum órgão vital adjacente e estruturas vasculares adjacentes e relevantes (artéria mamária interna). O reposicionamento do paciente (por exemplo, o Trendelenburg reverso) pode redistribuir o fluido pericárdico e afetar a janela-alvo;
19. selecionar uma camada de fluido-alvo (distância do pericárdio ao epicárdio) de, pelo menos, 1cm para evitar punção cardíaca.
Técnica de pericardiocentese sem orientação de ultrassonografia
O método de pericardiocentese sem orientação de USG é o seguinte:
20. preparar o paciente, a técnica e os equipamentos necessários como elucidado no item anterior;
21. avançar lentamente a agulha de pericardiocentese na trajetória predeterminada com aspiração contínua da seringa anexada. Mover a agulha ao longo de um único vetor de dentro e para fora. Evitar movimentos laterais da agulha, porque o bisel pode lacerar tecidos e vasos;
22. o aumento da resistência à agulha, seguido por um pop distinto, sugere a penetração do pericárdio.68,69 Os pacientes podem sentir dor aguda com a penetração. Parar de avançar a agulha quando o fluido for livremente aspirado;
23. conectar um grampo cirúrgico ao eixo da agulha na superfície da pele para preparar a agulha e evitar o movimento inadvertido durante os passos seguintes. Uma sensação de tique-taque significa o contato da agulha com o epicárdio. Se isso ocorrer, retirar ligeiramente a agulha;70
24. se um conjunto de cateter sobre agulha for usado para acesso inicial, inserir a agulha mais 2mm após a aspiração inicial do fluido e avançar o cateter sobre a agulha do núcleo para o espaço pericárdico;63
25. se a inserção do dreno for pretendida, aspirar vários mililitros para confirmar o fluxo livre de fluido pericárdico, mas não retirar uma grande quantidade de fluido na tentativa de drenar completamente o pericárdio, pois isso pode dificultar a implantação subsequente do fio-guia. Confirmação da agulha intrapericárdica.
Colocação do dreno/cateter
O método de colocação do dreno/cateter é o seguinte:
26. trocar a agulha (ou cateter, se for utilizado um conjunto de cateter sobre agulha) por um dreno mais robusto por meio da técnica Seldinger. Seguindo a aspiração confirmatória do fluido pericárdico, passar um fio-guia flexível de ponta através da agulha para o saco pericárdico. Remover a agulha enquanto se fixa o fio-guia no lugar para manter o acesso pericárdico;
27. fazer uma pequena incisão de pele no local de entrada. Dilatar a passagem da parede torácica e o pericárdio com um dilatador de tecido antes da inserção do dreno;
28. avançar o dreno para a posição sobre o fio-guia de indwelling/duplo lúmen. Estimar ou medir a distância até a coleta pericárdica alvo e avançar um pouco além dessa profundidade, em relação ao último orifício de drenagem pericárdica proximal, para evitar inserir o dreno muito profundo. Então, retirar o fio-guia. Confirmar a colocação adequada do dreno aspirando a evasão pericárdica;
29. fixar o dreno no lugar na parede torácica com suturas e colocar um curativo seco e estéril sobre o local.
Drenagem e cuidado do cateter
O volume de fluido pericárdico necessário para aliviar o tamponamento cardíaco varia, de forma significativa, entre os pacientes, dependendo de sua posição na curva de volume de pressão pericárdica. Uma vez que o cateter esteja no lugar, aspirar o fluido pericárdico rapidamente usando uma seringa grande (60 a 80mL) até que o trabalho cardiopulmonar seja aliviado.
A melhora hemodinâmica, em geral, ocorre após a remoção de 200 a 300mL de fluido. Deve-se colocar uma torneira de três vias entre o cateter e a seringa aspirada para ajudar nas aspirações seriais, mantendo a esterilidade.
Deve-se limitar a drenagem total aguda de derrames grandes a menos de 500mL para evitar a síndrome de descompressão pericárdica.50,51 Deve-se manter o cateter conectado a um sistema de drenagem fechado estéril após aspiração inicial. Não devem ser utilizados sistemas de alta pressão negativos contínuos ou recipientes de vácuo.
Deve-se antecipar a reacumulação da efusão pericárdica após a descompressão inicial. Evitar a drenagem contínua devido à alta taxa de oclusão do cateter. A drenagem intermitente otimiza a patência de drenagem. Lavar o cateter com 5mL de soro fisiológico estéril ou heparinizado entre as aspirações, realizando a cada quatro a seis horas ou quando clinicamente indicado.71
A drenagem inicial inadequada ou a reacumulação da efusão, apesar de um dreno funcional, indicam a necessidade de drenagem cirúrgica imediata.71
Em geral, o tratamento com inotrópicos e ventilação de pressão positiva deve ser evitado sempre que possível, devido à possibilidade de agravamento da hemodinâmica em pacientes com tamponamento cardíaco (Quadro 15).
Quadro 15
TERAPIAS NÃO SUGERIDAS |
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Agentes inotrópicos |
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Ventilação por pressão positiva |
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// Fonte: Adaptado de Hoit (2022);59 Cheitlin e colaboradores (2003).72
ATIVIDADES
24. Um paciente chega à emergência com quadro de dispneia, dor no peito, fadiga e edema. Qual é o provável diagnóstico?
A) Pneumotórax.
B) Tamponamento cardíaco.
C) Hipertensão arterial.
D) Sepse.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
O pneumotórax deve ser suspeitado em pacientes que apresentam dispneia aguda e dor torácica (pleurítica), em particular, naqueles com fator de risco subjacente. Os principais diagnósticos concorrentes com pneumotórax incluem: embolia pulmonar aguda, pleurite, pneumonia, isquemia ou infarto do miocárdio e dor musculoesquelética. Ao avaliar um paciente com dispneia, dor no peito, fadiga, PVJ elevada e edema (ou alguma combinação desses sintomas), deve-se considerar um diagnóstico de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico diferencial pode variar de acordo com a cronicidade dos sintomas.
Resposta correta.
O pneumotórax deve ser suspeitado em pacientes que apresentam dispneia aguda e dor torácica (pleurítica), em particular, naqueles com fator de risco subjacente. Os principais diagnósticos concorrentes com pneumotórax incluem: embolia pulmonar aguda, pleurite, pneumonia, isquemia ou infarto do miocárdio e dor musculoesquelética. Ao avaliar um paciente com dispneia, dor no peito, fadiga, PVJ elevada e edema (ou alguma combinação desses sintomas), deve-se considerar um diagnóstico de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico diferencial pode variar de acordo com a cronicidade dos sintomas.
A alternativa correta e a "B".
O pneumotórax deve ser suspeitado em pacientes que apresentam dispneia aguda e dor torácica (pleurítica), em particular, naqueles com fator de risco subjacente. Os principais diagnósticos concorrentes com pneumotórax incluem: embolia pulmonar aguda, pleurite, pneumonia, isquemia ou infarto do miocárdio e dor musculoesquelética. Ao avaliar um paciente com dispneia, dor no peito, fadiga, PVJ elevada e edema (ou alguma combinação desses sintomas), deve-se considerar um diagnóstico de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico diferencial pode variar de acordo com a cronicidade dos sintomas.
25. O ECO de um paciente apresenta efusão pericárdica com evidência de colapso da câmara cardíaca e dilatação da veia cava inferior. Esses sinais são consistentes com
A) infarto agudo do miocárdio.
B) tamponamento cardíaco.
C) tumor vertical.
D) pneumotórax.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
A presença de uma efusão pericárdica no ECO com evidência de colapso da câmara cardíaca, variação de fluxo ou dilatação da veia cava inferior é consistente e altamente sugestiva de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico de tamponamento cardíaco só pode ser confirmado pela resposta hemodinâmica e clínica à drenagem de fluidos pericárdicos.
Resposta correta.
A presença de uma efusão pericárdica no ECO com evidência de colapso da câmara cardíaca, variação de fluxo ou dilatação da veia cava inferior é consistente e altamente sugestiva de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico de tamponamento cardíaco só pode ser confirmado pela resposta hemodinâmica e clínica à drenagem de fluidos pericárdicos.
A alternativa correta e a "B".
A presença de uma efusão pericárdica no ECO com evidência de colapso da câmara cardíaca, variação de fluxo ou dilatação da veia cava inferior é consistente e altamente sugestiva de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico de tamponamento cardíaco só pode ser confirmado pela resposta hemodinâmica e clínica à drenagem de fluidos pericárdicos.
26. Como é realizado o tratamento definitivo do tamponamento cardíaco?
A) Ventilação de pressão positiva.
B) Inotrópicos.
C) Bloqueador neuromuscular com succinilcolina.
D) Pericardiocentese.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
O tratamento definitivo do tamponamento cardíaco é realizado com a remoção do fluido pericárdico (pericardiocentese), aliviando a pressão intrapericárdica e melhorando o estado hemodinâmico. Em pacientes com tamponamento cardíaco, o valor do suporte inotrópico, com ou sem vasodilatadores, é incerto. Em pacientes com tamponamento cardíaco, deve-se evitar a ventilação mecânica de pressão positiva, se possível, pois as pressões torácicas positivas podem prejudicar ainda mais o preenchimento cardíaco.
Resposta correta.
O tratamento definitivo do tamponamento cardíaco é realizado com a remoção do fluido pericárdico (pericardiocentese), aliviando a pressão intrapericárdica e melhorando o estado hemodinâmico. Em pacientes com tamponamento cardíaco, o valor do suporte inotrópico, com ou sem vasodilatadores, é incerto. Em pacientes com tamponamento cardíaco, deve-se evitar a ventilação mecânica de pressão positiva, se possível, pois as pressões torácicas positivas podem prejudicar ainda mais o preenchimento cardíaco.
A alternativa correta e a "D".
O tratamento definitivo do tamponamento cardíaco é realizado com a remoção do fluido pericárdico (pericardiocentese), aliviando a pressão intrapericárdica e melhorando o estado hemodinâmico. Em pacientes com tamponamento cardíaco, o valor do suporte inotrópico, com ou sem vasodilatadores, é incerto. Em pacientes com tamponamento cardíaco, deve-se evitar a ventilação mecânica de pressão positiva, se possível, pois as pressões torácicas positivas podem prejudicar ainda mais o preenchimento cardíaco.
Conclusão
Nas últimas décadas, tem sido enfatizada a importância de uma intervenção precoce e eficaz nas situações de emergência médica. O atendimento ao paciente crítico requer pronta intervenção, adequada e baseada nos elos da cadeia de sobrevivência.
É imperioso conhecer as diversidades patológicas que acometem esses pacientes, associadas à necessidade de atuação imediata, elevando o grau de complexidade e os níveis de estresse impostos aos clínicos que atuam nessa área. As habilidades técnicas em procedimentos essenciais na sala de emergência tornam os médicos altamente diferenciados e capazes de dar resposta ao paciente emergente e salvar vidas.
Atividades: Respostas
Comentário: O local de escolha mais apropriado para a cateterização venosa central no paciente do caso clínico 1 deve ser individualizado, com base na situação clínica, experiência e habilidade do operador. Também são considerações importantes a disponibilidade de USG, a anatomia do paciente (marcos anatômicos reconhecíveis, oclusão venosa conhecida, presença de linfedema), os riscos associados à colocação (coagulopatia, doença pulmonar) e a necessidade de acesso (necessidade real do paciente e duração do uso do cateter).
Comentário: São indicações de acesso venoso central: monitoração hemodinâmica (medição de pressão venosa central e parâmetros cardíacos); nutrição parenteral; colocação de marca-passo temporário, desfibriladores implantáveis, filtros de veia cava, terapia trombolítica venosa/angioplastia venosa/stents; quando da inacessibilidade de veias periféricas — anasarca, lesões locorregionais; terapias extracorpóreas — hemodiálise e plasmaférese; manejo volêmico; e administração de soluções irritantes e concentradas.
Comentário: A tricotomia com tesouras é preferida em relação à com lâminas para evitar escoriações e risco maior de colonização bacteriana. Para a desinfecção da pele no local de inserção do cateter, a clorexidina alcoólica 0,5% é preferível à iodopovidona na redução do risco de colonização relacionada a cateteres.
Comentário: São complicações tardias do cateterismo venoso central: infecção, trombose venosa, embolia pulmonar; estenose venosa e mau funcionamento do cateter; migração de cateter; embolização de cateter; perfuração do miocárdio; lesão nervosa.
Comentário: Para aumentar o diâmetro da veia jugular, os pacientes conscientes e cooperativos podem ser solicitados a cantarolar ou realizar uma manobra de Valsalva. Se o paciente não estiver acordado ou não conseguir cooperar, a leve compressão abdominal pode aumentar a dimensão e apresentação venosa.
Comentário: O acesso à subclávia envolve maiores cuidados, treinamento e habilidade por ela estar próxima de estruturas anatômicas complexas do pescoço e, quando exposta a sangramentos por idiossincrasia técnica, é de difícil compressão.
Comentário: São vantagens da abordagem da jugular externa no acesso venoso central: vaso superficial que é muitas vezes visível, coagulopatia não proibitiva (fácil compressão), risco mínimo de pneumotórax, acesso à cabeceira da mesa, destaque em pacientes idosos e acesso venoso rápido.
Comentário: A ISR envolve o uso de um sedativo (ou seja, indução) e um agente de bloqueio neuromuscular (ou seja, paralítico) para tornar um paciente rapidamente inconsciente e flácido para intubação endotraqueal de emergência e minimizar o risco de broncoaspiração. Os cateteres mais longos (20 a 24cm) são recomendados para hemodiálise por permitirem a colocação da extremidade distal na veia cava inferior e a obtenção de fluxo adequado durante a terapia de substituição renal.
RESPOSTA: As vias aéreas fisiologicamente difíceis são aquelas em que desarranjos fisiológicos, como hipotensão e hipoxemia, colocam o paciente em grande risco de colapso cardiovascular durante o período de peri-intubação.
Comentário: O agente ideal de indução para ISR age rapidamente para fornecer um profundo estado de inconsciência e analgesia sem causar efeitos colaterais hemodinâmicos. Nenhum agente disponível atende a todos os critérios. Os fármacos disponíveis hoje em dia incluem: etomidato, midazolam, propofol e cetamina.
Comentário: A dificuldade da laringoscopia direta correlaciona-se com a melhor visão da região glótica, conforme definido pela escala de Cormack-Lehane na sala de emergência. O grau I apresenta visão completa de toda a abertura glótica. O grau II representa uma visão glótica parcial. O grau III representa visualização apenas da epiglote. O grau IV representa incapacidade de visualizar até mesmo a epiglote.
Comentário: O uso da capnografia durante os cuidados de paciente com necessidade de via aérea avançada na sala de emergência por descompensação de suas comorbidades ou de PCR tende a ser uma ferramenta cada vez mais utilizada. Seguindo as recomendações da AHA, de outubro de 2015, há cinco cenários em que o capnógrafo (ETCO2) poderia guiar condutas e fornecer informações prognósticas, como na checagem da colocação do tubo orotraqueal, monitoração da qualidade das compressões torácicas e detecção do RCE em PCR.
Comentário: Há quatro décadas (1972), Light e colaboradores propuseram a adoção de um critério para o diagnóstico de exsudatos pleurais. Os líquidos pleurais deveriam contemplar ao menos um dos seguintes parâmetros para serem classificados como tais: dosagem de desidrogenase lática acima de 200UI/L no líquido pleural ou maior do que dois terços do limite superior normal para o método no soro; relação de proteínas totais no líquido pleural/soro maior do que 0,5; relação de desidrogenase lática no líquido pleural/soro maior do que 0,6. A combinação dos dois primeiros parâmetros foi encontrada em 97% dos exsudatos. Esse critério vem sendo empregado, de forma tradicional, e é sistematicamente comparado a outros métodos para a classificação do líquido pleural. O critério de Light possui elevada sensibilidade, porém com especificidade menor para o diagnóstico de exsudato.73
Comentário: Não se usa aparelho de USG ou se realiza de imediato a radiografia para confirmação da cânula de traqueostomia. Atenção à clínica e saturometria periférica do paciente.
Comentário: A cricotireotomia é um procedimento raramente realizado, ou seja, como último recurso, mas potencialmente salva vidas.
Comentário: As condições associadas a uma via aérea difícil que podem necessitar de cricotireoidostomia incluem: hemorragia maciça, êmese, trismo, lesões obstrutivas (neoplasia, pólipo), oclusão das vias aéreas superiores (corpo estranho, edema, anafilaxia) e ampla gama de deformidades traumáticas e congênitas.
Comentário: O comprometimento hemodinâmico (taquicardia, hipotensão) é um sinal de gravidade e sugere um pneumotórax hipertensivo ou colapso cardiopulmonar iminente.
Comentário: As principais consequências fisiológicas dependem da magnitude do pneumotórax, da condição do pulmão subjacente e do nível tensional, que ocasionam restrição à ventilação pulmonar. Ocorre uma redução dos volumes pulmonares, da capacidade vital e de difusão, da complacência pulmonar e da pressão alveolar de oxigênio (PAO2). No pneumotórax hipertensivo, por um mecanismo valvular e unidirecional, os níveis tensionais no interior da cavidade pleural se elevam acima da pressão atmosférica, podendo levar a desvio do mediastino para o lado contralateral, pinçamento das veias cavas com obstrução do retorno venoso ao coração, diminuição do débito cardíaco, dispneia, hipoxemia e choque circulatório. A semiologia do pneumotórax envolve: assimetria durante inspiração, com hemitórax mais elevado do lado acometido, percussão timpânica e som respiratório abolido, podendo estar com taquidispneia e dessaturação em ar ambiente.
Comentário: A tríade de Beck é um conjunto de três sinais associados ao tamponamento cardíaco, uma emergência médica na qual se desenvolve por acúmulo de fluido no espaço pericárdico, limitando a capacidade cardíaca de bombear sangue.
Comentário: São complicações relacionadas à técnica de toracostomia: lesão em uma ou mais estruturas de parede torácica (costelas, feixe de nervo intercostal, artéria torácica interna, mamária); lesão a uma ou mais estruturas intratorácicas (traqueia pulmonar, brônquio, diafragma, coração, grandes vasos, esôfago, nervo frênico, ducto torácico); infecção (sítio toracostomia, empiema, mediastinite, sepse); sangramento (sítio da toracostomia, vaso intercostal, vaso torácico interno, aderências pleurais); lesão nervosa periférica (nervo intercostal, nervo frênico, nervo torácico); posição extratorácica inadequada do cateter/tubo (subcutâneo, muscular ou abdominal); perda do tubo devido à falha em fixar adequadamente o cateter/tubo no lugar; posicionamento inadequado do cateter/tubo devido à falha na verificação da radiografia pós-procedimento; cateter/tubo de tamanho inadequado que requer procedimento de repetição.
RESPOSTA: A indicação principal é o desconforto respiratório com dispneia e dor pleurítica ventilatório-dependente devido ao grande volume de derrame pleural (>25% do hemitórax), confirmado pela imagem torácica.
Comentário: A pericardiocentese é classificada tanto como um procedimento terapêutico de emergência, nos casos de tamponamento cardíaco, como um procedimento diagnóstico na investigação de um derrame pericárdico. Muitas vezes, a simples aspiração de pequena quantidade de líquido pericárdico pode restaurar a hemodinâmica do paciente e salvar sua vida na sala de emergência.
Comentário: Os achados eletrocardiográficos (ECG) mais comuns em pacientes com derrame pericárdico são taquicardia sinusal, baixa amplitude do QRS e alterações elétricas. O padrão de alternância elétrica do QRS (swinging heart syndrome) ocorre porque, em derrames volumosos, o coração fica balançando dentro do pericárdico, fazendo os complexos QRS variarem em amplitude.
Comentário: O pneumotórax deve ser suspeitado em pacientes que apresentam dispneia aguda e dor torácica (pleurítica), em particular, naqueles com fator de risco subjacente. Os principais diagnósticos concorrentes com pneumotórax incluem: embolia pulmonar aguda, pleurite, pneumonia, isquemia ou infarto do miocárdio e dor musculoesquelética. Ao avaliar um paciente com dispneia, dor no peito, fadiga, PVJ elevada e edema (ou alguma combinação desses sintomas), deve-se considerar um diagnóstico de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico diferencial pode variar de acordo com a cronicidade dos sintomas.
Comentário: A presença de uma efusão pericárdica no ECO com evidência de colapso da câmara cardíaca, variação de fluxo ou dilatação da veia cava inferior é consistente e altamente sugestiva de tamponamento cardíaco. No entanto o diagnóstico de tamponamento cardíaco só pode ser confirmado pela resposta hemodinâmica e clínica à drenagem de fluidos pericárdicos.
Comentário: O tratamento definitivo do tamponamento cardíaco é realizado com a remoção do fluido pericárdico (pericardiocentese), aliviando a pressão intrapericárdica e melhorando o estado hemodinâmico. Em pacientes com tamponamento cardíaco, o valor do suporte inotrópico, com ou sem vasodilatadores, é incerto. Em pacientes com tamponamento cardíaco, deve-se evitar a ventilação mecânica de pressão positiva, se possível, pois as pressões torácicas positivas podem prejudicar ainda mais o preenchimento cardíaco.
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Como citar a versão impressa deste documento
Podanosque JM, Podanosque AG. Procedimentos essenciais na sala de emergência. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 15. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2022. p. 37–104. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-751-7.C0004