Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- definir violência entre parceiros íntimos (VPI);
- identificar fatores de risco à VPI;
- indicar estratégias de intervenção e prevenção à VPI.
Esquema conceitual
Introdução
A violência é um fenômeno psicossocial complexo e multideterminado que produz milhares de vítimas ao redor do mundo. Embora sejam estarrecedoras as imagens e as histórias de vítimas de guerras, guerrilhas, tráfico, violência policial, entre outras, a violência praticada nos relacionamentos de intimidade, por pessoas que estabelecem laços afetivos, remete a maiores desafios para sua identificação e prevenção. Mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência estão entre as vítimas mais frequentes desse tipo de violência, ressaltando-se os efeitos da cultura patriarcal, a qual se assenta em um princípio de desigualdade biológica ou socialmente construída entre os gêneros.1
No presente capítulo, o foco será a violência contra a mulher (VCM), em especial, aquela praticada por parceiros íntimos, visto que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que uma a cada três mulheres já vivenciou uma situação de violência praticada por parceiro íntimo.2,3 Em virtude de sua prevalência significativa, esse fenômeno é considerado um sério problema de saúde pública, um obstáculo para o desenvolvimento socioeconômico e uma violação dos direitos humanos.3–5
Cumpre destacar que, embora seja um fenômeno complexo, a violência entre parceiros íntimos (VPI) pode ser prevenida. A prevenção de VPI requer ações em diferentes níveis (individual, social e comunitário), sempre com a perspectiva de promover relacionamentos íntimos embasados no respeito mútuo e de não violência entre o casal.6 Neste capítulo, será apresentada uma proposta de intervenção individual baseada em psicoeducação sobre a VPI e prática de mindfulness para mulheres com histórico de violência.