Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- realizar e manejar, na primeira consulta, os aspectos mais relevantes do recém-nascido (RN);
- realizar avaliação do crescimento e do desenvolvimento psicomotor da criança de 0 a 2 anos de idade;
- reconhecer as particularidades dos testes de triagem neonatal (TTNs);
- identificar as alterações e os sinais de alerta no lactente durante a consulta e saber qual o seguimento;
- auxiliar a família na manutenção da saúde da criança e na prevenção de doenças.
Esquema conceitual
Introdução
A atenção primária à saúde (APS) é uma das portas de entrada do usuário ao sistema de saúde. A Estratégia Saúde da Família (ESF) agrega, em seus componentes, o conhecimento do território e da adscrição de famílias pela equipe de saúde da família, que permite a aproximação da criança e de sua família desde o período gestacional, possibilitando, nessa relação, a criação do vínculo e o acompanhamento longitudinal pelo médico de família e comunidade (MFC). É de fundamental importância que o vínculo seja estabelecido entre a equipe de saúde da família e sua comunidade para atuação além do consultório, agindo nos determinantes sociais de saúde.1
Desde o ano de 1940, há redução nas taxas de mortalidade das crianças de até 5 anos. Entre os anos de 1940 e 2019, a redução foi de 91,9%; na faixa etária de 1 a 4 anos, essa redução foi de 97,3%, e a taxa de mortalidade infantil caiu de 146,6/1.000 para 11,9/1.000.2
Diversas ações foram implantadas com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil, ampliar a imunização e o acesso aos serviços de saúde, bem como, melhorar a cobertura da APS/ESF e incentivar a amamentação. Essas ações resultaram em mudanças nos determinantes sociais de saúde.2
A puericultura, como estratégia de atenção à criança, iniciada na primeira semana de vida, pode ter uma prática além dos aspectos comportamentais, permitindo ampliar o olhar e compreender com quem a criança vive, quem forma sua família e a comunidade onde habita, com sua cultura e seus costumes próprios.1
Nessa perspectiva, faz-se necessário usar tecnologias de atualização teórica, habilidades de comunicação e envolvimento de toda a equipe de saúde da família, na missão de qualificar o acesso, o olhar para a família e as ações de cuidado com a criança.