Objetivos
Ao final da leitura deste capitulo, o leitor será capaz de
- analisar a etiologia das amputações;
- discutir os principais fatores de risco para amputações traumáticas;
- descrever os principais diagnósticos de enfermagem (DE) em paciente amputados;
- identificar as principais metas relacionadas com os cuidados de enfermagem ao paciente amputado;
- analisar as competências e habilidades da equipe de enfermagem no atendimento.
Esquema conceitual
Introdução
A amputação é um termo utilizado para definir a retirada total ou parcial de um membro, seja de forma traumática ou decorrente de alguma patologia.1
A decisão de uma amputação no trauma envolve vários fatores e deve ser tomada com bom senso, avaliando-se os riscos relacionados e a tentativa de preservação da vida do paciente. Ao sofrer um processo de amputação, a pessoa inicia uma batalha interior para adaptar-se à sua nova condição, tendo como consequência repercussões em sua vida pessoal, familiar, econômica e social e em suas perspectivas de futuro.
A prevalência de amputação traumática de extremidades é elevada, sendo decorrente do trauma ocasionado por causas externas (acidentes de trânsito e de trabalho e violências, entre outros).2 As amputações decorrentes de traumas são majoritariamente causadas por acidentes de trânsito e ferimentos por arma de fogo, sendo responsáveis por 20% das amputações de membros inferiores (MMII).3
Os acidentes de trânsito representam uma das principais causas de morte não natural e uma realidade presente em muitos grupos sociais, destacando-se como um sério problema de saúde pública, especialmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Acometem com maior frequência as faixas etárias mais jovens e produtivas da população, gerando enormes repercussões econômicas, sociais e emocionais.4,5
Quando são realizadas campanhas educativas na prevenção de amputações, são utilizados como meio auxiliar de mobilização social propagandas educativas, palestras estaduais municipais visando a práticas educativas no trânsito e orientações ao cidadão com relação ao comportamento no trânsito.6
Já os acidentes motociclísticos, no tocante à frequência com que ocorrem e à gravidade das vítimas envolvidas, representam um problema para a sociedade contemporânea, especialmente para a saúde dos homens — um desafio para os gestores de saúde e uma grande missão para os profissionais de saúde, não apenas para os que labutam nos atendimentos pré-hospitalares e nas salas de emergência, mas também para aqueles que atuam nos níveis primários e terciários de atenção à saúde.7
Investigar os fatores de risco associados à amputação em vítimas de acidente de trânsito é importante para a formulação de políticas públicas que promovam a prevenção dos acidentes e suas consequências, além de para o auxílio em ações que visem diminuir os impactos causados por esses eventos violentos na vida das vítimas e de seus familiares.4 Tal afirmativa remete à importância da qualidade da assistência oferecida às vítimas de traumas, porque as lesões que acometem o sistema musculoesquelético costumam demandar atendimento e requerem medidas terapêuticas em tempo hábil.8
Em um estudo mais recente, Pires e colaboradores9 expressam que faltam pesquisas com relação às amputações no Brasil e que os instrumentos existentes são insuficientes para proporcionarem uma evolução na qualidade de vida, na viabilização de atividades físicas aos deficientes e na promoção do uso e ajustes de próteses.
As amputações, em países de baixa e média renda (LMIC), representam uma importante causa de deficiência e dificuldades econômicas e afetam principalmente os jovens na época economicamente mais produtiva de suas vidas, em contraste com os amputados em países de alta renda. A maioria das amputações é decorrente de causas evitáveis, como infecção e trauma.10