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UTILIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES BIOCINÉTICAS TRIDIMENSIONAIS DA CORRIDA NA PRÁTICA CLÍNICA DO FISIOTERAPEUTA

Gustavo Leporace

Leonardo Metsavaht

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir lesão no esporte;
  • identificar como a maioria das lesões na corrida ocorre;
  • discutir os conceitos biomecânicos da corrida;
  • explicar como os dados de uma avaliação biocinética podem ser usados para planejar intervenções físicas para corredores, seja para a prevenção de lesões, seja para sua reabilitação;
  • comparar a validade de medidas bidimensionais (2D) e de exames qualitativos em relação a medidas tridimensionais (3D) na avaliação biocinética da corrida.

Esquema conceitual

Introdução

Diferentemente do que muitos pensam e temem, a tecnologia não será a responsável por acabar com algumas profissões da área de saúde. Na verdade, o profissional de sucesso de um futuro muito próximo será aquele que souber usar a tecnologia a seu favor. Quem não se adaptar às realidades o mais rápido possível, provavelmente, estará fora do mercado.

Vive-se a era da medicina 4.0, da tecnologia de informação e da inteligência artificial. Participar do futuro é uma escolha que deve ser feita no presente. Nesse sentido, uma das tecnologias mais emergentes é a análise de movimento 3D para otimizar a acurácia diagnóstica do fisioterapeuta e favorecer uma escolha mais assertiva do tratamento.

Muito em breve, não caberão mais, na prática clínica do fisioterapeuta, estratégias de tratamento baseadas em exames qualitativos e não validados cientificamente, muito menos o básico “tentativa e erro”. Há a necessidade de mensurar os fatores que predisponham os pacientes às lesões ou que possam explicar sua dor para que se intervenha de forma objetiva.

Muitas vezes, fisioterapeutas justificam a realização de avaliações qualitativas e não validadas por não haver uma tecnologia avançada dentro de sua clínica ou seu consultório. Fazendo uma analogia com a área de ortopedia, os médicos geralmente estabelecem uma hipótese diagnóstica mediante sua observação, uma anamnese e um exame físico qualitativo. A partir disso, para melhor quantificar ou estabelecer um prognóstico mais preciso, a fim de determinar a abordagem terapêutica mais adequada, complementam seus diagnósticos com exames como raio X, tomografia computadorizada (TC), ressonância nuclear magnética (RNM).

No entanto, são raros os que possuem tais equipamentos em seus próprios consultórios. Por isso, eles encaminham seus pacientes para laboratórios especializados.

É na realidade supradescrita que se enquadra a avaliação biocinética 3D. Esse exame permite mensurar a funcionalidade musculoesquelética durante diferentes tarefas motoras, por meio da quantificação dos movimentos de forma 3D e da identificação das estruturas com aumento de sobrecarga. Dessa forma, tal avaliação possibilita uma decisão terapêutica mais precisa.

Entre as diversas aplicações do exame biocinético, a avaliação do risco de lesões ou da reabilitação de corredores é uma das mais utilizadas. A corrida está entre os esportes mais democráticos, sendo o segundo mais praticado no Brasil. É necessário que o fisioterapeuta esteja apto a identificar os corredores com risco aumentado de lesões e gerar intervenções para minimizar tal risco, assim como identificar as causas individuais dessas lesões. Só assim será possível otimizar a abordagem fisioterapêutica para o retorno do paciente à prática esportiva o quanto antes e com o menor risco possível de relesão.

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