Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os tipos de fraturas do complexo perna-pé;
- orientar o paciente sobre os cuidados a serem adotados no pós-operatório imediato;
- promover o ganho de amplitude de movimento (ADMamplitude de movimento) da articulação acometida com segurança;
- revisar as fases de evolução do processo de reabilitação;
- utilizar os métodos de avaliação para quantificar a evolução da reabilitação.
Esquema conceitual
Introdução
As fraturas em atletas de alta performance necessitam de uma abordagem eficiente, cujo objetivo é promover a restauração da função de forma precoce para que o atleta possa retornar às suas atividades com o mínimo possível de sintomas adversos. A redução precisa da fratura, a imobilização adequada, a descarga de peso, o ganho de ADMamplitude de movimento e a recuperação diferem em boa parte da abordagem de fraturas na população atlética em comparação com a população em geral devido à necessidade de retorno às atividades físicas de alta demanda.1
As fraturas de tornozelo estão entre as mais frequentes dos membros inferiores (MMII) e entre os tipos mais prevalentes de fraturas pelo mundo. Em relação à população adulta, as fraturas de tornozelo e de metatarsos ocupam a quarta e quinta maior incidência. Apresentam uma distribuição etária bimodal com picos de homens jovens e mulheres mais velhas com taxa de 100 a 150 por mil pessoas/ano.2,3
São inúmeros os tipos de fraturas do complexo perna e pé. Diante dessa situação, foram criados métodos de classificação (Lauge-Hansen, Danis-Weber e Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen [AO]) com o intuito de padronizar os tipos de fraturas com base em traço de fratura, local da fratura, quantidade de fragmentos e presença ou não de instabilidade. A partir dessas informações, podem direcionar para o tratamento cirúrgico ou conservador.4,5
Devido aos inúmeros tipos de fraturas do complexo perna e pé, serão abordadas as mais comuns, como as fraturas de tornozelo (tíbia e fíbula), fraturas do calcâneo e fraturas do quinto metatarso. Além de proporcionar o conhecimento dos modelos de classificação das fraturas, serão abordados temas importantes para conduzir com maior segurança a reabilitação dos atletas, como exercícios fisioterapêuticos, descarga de peso, ADMamplitude de movimento, controle de edema e dor, imobilização e retorno ao esporte.