Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- revisar as evidências científicas atuais sobre a cannabis medicinal;
- identificar os diferentes compostos de canabinoides;
- revisar as informações relacionadas ao papel da cannabis medicinal;
- utilizar a cannabis medicinal como opção terapêutica para o tratamento de diversas patologias.
Esquema conceitual

Introdução
A cannabis medicinal se refere ao uso de cannabis ou canabinoides como terapia médica para tratar doenças ou aliviar sintomas. Da planta Cannabis sativa, foram identificados mais de 650 compostos, entre eles, mais de 104 diferentes tipos de canabinoides,1 sendo o THC (Δ9-tetra-hidrocanabinol ou Δ9-THC) e o CBD (canabidiol) os principais, tanto no efeito terapêutico como na quantidade proporcional na maioria das formulações de cannabis medicinal. Os outros componentes identificados incluem os terpenoides e flavonoides, além de compostos nitrogenados e algumas outras moléculas da planta.2
A cannabis medicinal tem sido cada vez mais utilizada como uma opção terapêutica com diferentes níveis de eficácia em várias patologias ou sintomas relacionados, como, por exemplo, náuseas e vômitos relacionados à quimioterapia (QT), dor crônica, epilepsia refratária, esclerose múltipla (EM), caquexia, cuidados paliativos, entre outros. No entanto, ainda são desafios a serem desbravados as inúmeras formas de cannabis medicinal com diferentes vias de administrações, as formulações, as posologias e a necessidade de melhores desenhos de estudos.
A seguir, são apresentados dois casos diferentes, com patologias distintas, em que se observa a efetividade do CBD full spectrum.