- Introdução
A forma severa da malária é comum em países tropicais, na África, na Ásia, na Oceania e nas Américas do Sul e Central. Tal forma pode ocorrer também em viajantes que retornam de áreas endêmicas. Plasmodium falciparum (P. falciparum) é responsável pela maioria dos casos, embora se identifiquem cada vez mais ocorrências de malária grave secundária a Plasmodium vivax (P. vivax) na Ásia.
A malária cerebral é comum em crianças na África, manifesta-se como coma e crises convulsivas e tem alta morbidade e mortalidade. Em outras regiões, os adultos também podem desenvolver malária cerebral, mas as sequelas neurológicas em sobreviventes são raras. São também comuns na malária grave
- injúria renal aguda;
- disfunção hepática;
- trombocitopenia;
- síndrome de coagulação intravascular disseminada (CIVDcoagulação intravascular disseminada);
- síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRAsíndrome do desconforto respiratório agudo).
As anormalidades metabólicas incluem hipoglicemia, hiponatremia e acidose láctica. A infecção bacteriana pode coexistir em pacientes com choque ou SDRAsíndrome do desconforto respiratório agudo, o que, junto com uma alta carga parasitária, tem alta mortalidade.
O artesunato intravenoso (IVintravenoso) substituiu a quinina como agente antimalárico de escolha.
A gestão de cuidados críticos, como por sepse grave, também é aplicável à malária grave. As provas de expansão volêmica agressivas podem não ser apropriadas em crianças. As transfusões de sangue podem ser necessárias, e o tratamento de convulsões e da hipertensão intracraniana é importante na malária cerebral em crianças. A mortalidade na doença grave varia de 8 a 30%, apesar do tratamento.
Assim, este artigo enfoca principalmente as formas ocasionadas por P. falciparum e P. vivax, que são responsáveis por quase todos os casos de malária grave com risco de morte.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- analisar o organismo responsável pela maioria dos casos de malária;
- determinar a parasitologia e a patogênese desse organismo;
- identificar as características clínicas da malária;
- realizar o diagnóstico laboratorial e parasitológico da malária;
- tratar os pacientes afetados pela malária.
- Esquema conceitual