Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar avaliação psicológica (AP);
- descrever brevemente a história da AP, em especial no Brasil;
- revisar o conceito de Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI);
- discutir o papel da ética e do SATEPSI na avaliação psicológica;
- listar as principais competências e habilidades para uma boa AP;
- identificar os principais contextos nos quais a AP é utilizada;
- utilizar diferentes estratégias na condução da AP.
Esquema conceitual

Introdução
A AP pode ser definida tanto como uma área de conhecimento dentro da psicologia quanto como uma prática profissional.1 Como área, caracteriza-se como um campo especializado da psicologia que se dedica ao estudo, ao desenvolvimento e à aplicação de métodos e técnicas para compreender e avaliar as características psicológicas de indivíduos ou grupos.
Isso inclui a criação e a validação de instrumentos, como testes psicológicos, escalas, inventários e entrevistas, que são usados para avaliar aspectos como inteligência, personalidade, aptidões, comportamentos e estados emocionais. A área também envolve a pesquisa sobre os fundamentos teóricos e metodológicos da avaliação, buscando garantir evidências de validade para o uso dos instrumentos. A partir dessas evidências, pode-se confiar mais nos resultados advindos dos testes psicológicos.
No Brasil, vários grupos de pesquisa têm se dedicado à adaptação, construção ou avaliação das propriedades psicométricas de instrumentos de AP. Entre eles, estão os diversos grupos de pesquisa de universidades brasileiras que se dedicam a esses estudos.2 O Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) publica um catálogo desses laboratórios e grupos de pesquisa em seu site, que se mantém sempre atualizado.2 Alguns artigos têm registrado a evolução da área de AP no país, em franco crescimento.3,4
Já como prática, a AP refere-se a um processo por meio do qual o psicólogo coleta, interpreta e integra informações sobre um indivíduo ou grupo com o objetivo de tomar decisões sobre diagnósticos, intervenções, orientações ou outras ações terapêuticas e educativas. Essa prática é fundamental em diversas áreas da psicologia: clínica, organizacional e do trabalho, escolar e educacional, forense e de saúde, por exemplo.
O processo envolve o uso de testes padronizados, observações, entrevistas e outras técnicas, que, juntos, fornecem uma visão abrangente sobre o funcionamento psicológico do avaliando. A prática da AP exige não apenas competência técnica, mas também um compromisso ético, garantindo a confidencialidade, a interpretação correta dos resultados e o respeito pelos direitos dos indivíduos avaliados.
Nessa área, no Brasil, as publicações envolvem mais livros didáticos, que buscam auxiliar na formação de psicólogos, como os livros publicados pelo IBAP,5,6 ou mesmo a coleção Avaliação Psicológica, composta por sete livros muito utilizados em cursos de graduação e editais de concursos.7-12 Ainda, muitos são os artigos de revistas brasileiras que abordam questões mais relacionadas com a AP nos mais diversos contextos.13-15