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SECREÇÃO INAPROPRIADA DE HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO E DIABETES INSÍPIDO

Autor: Mario Roberto Hirschheimer
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  • Introdução

O equilíbrio metabólico do sódio (Na+) e da água (H2O) é de fundamental importância para a homeostasia dos fluidos corporais e para a preservação da vida, e o hormônio antidiurético (HADhormônio antidiurético) tem importância relevante na sua manutenção. Os distúrbios desse equilíbrio são comuns em pacientes hospitalizados, a maioria adquirida durante a internação, associados à elevada morbidade e mortalidade e ao aumento dos custos da internação hospitalar.

A taxa de mortalidade, a duração da hospitalização e a necessidade de admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) são maiores em pacientes que adquiriram hiponatremia ou hipernatremia no hospital, comparados com aqueles que permaneceram normonatrêmicos. Além disso, a gravidade da hiponatremia ou da hipernatremia é um fator de risco de mortalidade hospitalar, independentemente da causa ou da existência de comorbidades.

Hiponatremias e hipernatremias são subclassificadas em hipovolêmicas, euvolêmicas e hipervolêmicas, de acordo com o volume extracelular (VECvolume extracelular) e com a excreção urinária de sódio.

Uma das causas de hiponatremia euvolêmica, provavelmente a mais frequente, é a síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético), definida como uma secreção contínua do HADhormônio antidiurético, mesmo em condições de baixa osmolalidade sérica e expansão do VECvolume extracelular ou pelo aumento de sua atividade. A SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético está relacionada a um grande número de doenças e procedimentos cirúrgicos e pode se desenvolver em decorrência de uso de medicamentos. Com frequência, a SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético não é reconhecida, o que ocasiona maior comprometimento do estado geral do paciente e, em estágios mais avançados, óbito.

Entre as causas de hipernatremia euvolêmica, mas potencialmente hipovolêmica, está o diabetes insípido (DIdiabetes insípido), definido como falta de ação do HADhormônio antidiurético, nas suas diferentes formas de apresentação, quer por falta de produção em nível hipotálamo–hipofisário (DIdiabetes insípido central), quer por ausência de resposta renal à sua ação (DIdiabetes insípido nefrogênico), caracterizado por sede acentuada e excreção de grandes quantidades de urina muito diluída, refletindo a incapacidade renal de concentrar a urina.

O DIdiabetes insípido, sobretudo o nefrogênico, com frequência, é subdiagnosticado, em razão de estar relacionado a um grande número de doenças e ao uso de medicamentos. A falta de diagnóstico da enfermidade e o atraso no tratamento podem levar a desfechos desfavoráveis.

Os distúrbios de sódio e água adquiridos no hospital são passíveis de prevenção por meio de monitoração frequente das concentrações plasmáticas e urinárias de sódio e de medidas terapêuticas apropriadas.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar os principais mecanismos de regulação do metabolismo da água e do sódio;
  • discernir os mecanismos fisiológicos de produção e secreção do HADhormônio antidiurético, assim como a sua ação em nível renal;
  • conhecer a fisiopatologia da SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e do DIdiabetes insípido;
  • identificar a SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e o DIdiabetes insípido por meio de suas manifestações clínicas, bem como suas possíveis causas;
  • diferenciar a SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e o DIdiabetes insípido de outros agravos, bem como confirmar seu diagnóstico e propor medidas terapêuticas;
  • reconhecer as potenciais complicações do tratamento da SSIHADsíndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e como preveni-las
  • conhecer as provas diagnósticas para diferenciar as doenças que cursam com polidipsia e poliúria e as provas para diferenciar o DIdiabetes insípido central do DIdiabetes insípido nefrogênico;
  • saber o tratamento específico de DIdiabetes insípido central com o uso de desmopressina, bem como as medidas terapêuticas para tratamento do DIdiabetes insípido nefrogênico, as potenciais complicações do tratamento do DIdiabetes insípido e como preveni-las.
  • Esquema conceitual
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