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A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CUIDADO AO PACIENTE NO PERÍODO PERIOPERATÓRIO DE TRANSPLANTE DE FÍGADO

Autores: Kátia Cilene Godinho Bertoncello, Laura Cristina da S. Lisboa de Souza
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  • Introdução

Atualmente, decorridos mais de 40 anos do primeiro transplante de fígado, realizam-se mais de 10 mil transplantes hepáticos ao ano no mundo. A taxa de sobrevida de pacientes transplantados de fígado no primeiro ano é de 80 a 90%. Houve melhora progressiva nos resultados, e os problemas relacionados à cirurgia, ao tratamento da rejeição e ao controle da sepse intratável foram resolvidos. Entretanto, o número de pacientes em lista para o transplante de fígado aumenta progressivamente em relação ao número de doadores falecidos.1

O transplante hepático, na atualidade, é considerado o procedimento terapêutico mais complexo do arsenal cirúrgico, pois o fígado, sendo um dos maiores órgãos do corpo, reúne inúmeras funções, interferindo em diversos sistemas no organismo. Na maioria dos casos, os pacientes que têm indicação para esse transplante são portadores de uma doença crônica, de evolução progressiva e irreversível, com um longo percurso em unidades de terapia intensiva (UTIs). Esses pacientes, de forma geral, apresentam um complexo conjunto de características e complicações, envolvendo aspectos relativos à esfera biológica e problemas psicológicos, sociais e econômicos.2

No transplante de fígado, o enfermeiro atua no pré, no intra e no pós-operatório, com atividades específicas, seja no ambulatório, na unidade de internação, no centro cirúrgico ou na UTI. O planejamento, a implementação e a avaliação do cuidado dos pacientes transplantados competem ao enfermeiro coordenador. Esse profissional atua como elo na rede de comunicação dentro da equipe multidisciplinar. Uma comunicação efetiva é essencial no cuidado aos pacientes e familiares.3

Este artigo traz uma breve revisão e atualização sobre a temática, bem como as indicações para o transplante e a legislação brasileira vigente. Em seguida, apresenta um caso clínico, com os cuidados de enfermagem ao paciente no pré-operatório imediato e no intraoperatório de transplante de fígado.

A metodologia adotada no caso clínico é a sistematização da assistência de enfermagem (SAEsistematização da assistência de enfermagem), por meio da classificação diagnóstica da Nanda Internacional, Inc. (NANDA-INanda Internacional, Inc.), da classificação das intervenções de enfermagem (NIC, do inglês nursing intervention classification) e da classificação dos resultados de enfermagem (NOC, do inglês nursing outcomes classification). Esses sistemas de classificação facilitam a detecção e a implementação dos cuidados, de acordo com o problema apresentado pelo paciente, organizando e orientando as ações de enfermagem.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • esboçar uma linha do tempo da evolução histórica do transplante de fígado no Brasil e no mundo;
  • listar as indicações do transplante hepático;
  • explicar os critérios de alocação de fígado utilizados no Brasil, enfatizando o critério de gravidade do escore Model for End-Stage Liver Disease (MELDModel for End-Stage Liver Disease);
  • discutir a legislação brasileira referente ao transplante de fígado;
  • cuidar do paciente no pré-operatório imediato e no intraoperatório de transplante de fígado, utilizando a SAEsistematização da assistência de enfermagem, por meio da classificação da NANDA-INanda Internacional, Inc., da NIC e da NOC.
  • Esquema conceitual
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