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PELE DO ADULTO: PRINCIPAIS CONDIÇÕES E ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA RECUPERAÇÃO ESTÉTICA E FUNCIONAL DA PELE

Autor: Maria Helena Sant Ana Mandelbaum
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  • Introdução

A pele é o maior órgão do corpo humano e recobre toda a sua superfície, sendo responsável por manter a integridade da forma corporal visível, desempenhando funções vitais para a sobrevivência. A pele representa de 8 até 16% do peso total, pode atingir até 2m2 de extensão em um indivíduo adulto e tem uma interface de continuidade com as mucosas gastrintestinal e geniturinária.1

A pele reflete, em sua aparência e em sua função, a ação de fatores intrínsecos e extrínsecos ao longo do ciclo vital, resultantes de fatores ambientais, hereditários e do estilo de vida. A pele é um órgão fundamental para a sobrevivência humana no meio seco, ao revestir o corpo humano com tecido queratinizado impermeável, que, quando estável, controla tanto a entrada de substâncias e de microrganismos do meio externo para o interno como a perda de fluídos do meio interno para o externo, levando à homeostase do organismo.

A pele é um órgão complexo no qual ocorrem interações celulares e moleculares importantes, na sua relação com o meio externo e em resposta às alterações sistêmicas, tanto de natureza fisiológica quanto em decorrência de alterações no processo saúde-doença.

Por seu papel de interface entre o meio interno e o ambiente, a pele tem intensa atividade de retroalimentação, visando manter um sistema dinâmico de regulação, para o qual são mobilizadas estruturas altamente especializadas, sensíveis aos mais diversos estímulos internos e externos.

O dinamismo da pele permite rápida e eficiente adaptação a diversos tipos de agressões, mas, ao mesmo tempo, expressa a ação de tais agentes, de forma individual e inexorável ao longo da vida, com declínio progressivo na capacidade proliferativa e no tempo de vida das células, em resposta ao conjunto de interações internas e externas.

A pele é constituída de três camadas de tecido: a camada mais externa, formada por tecido epitelial de origem embrionária ectodérmica — a epiderme; a segunda camada, por tecido conjuntivo de origem embrionária mesodérmica — a derme; e a hipoderme, ou tecido celular subcutâneo (camada mais interna), tecido conjuntivo frouxo com células adiposas (panículo adiposo), que, embora não faça parte da pele, serve de interface de união entre a pele e os órgãos do corpo.2

Em função da espessura da epiderme, a pele pode ser fina ou grossa, segundo as necessidades do segmento corporal que recobre. A pele grossa se encontra nas palmas, nas plantas e nos cotovelos, e a fina, no resto do corpo.3

Em decorrência da conformação anatômica da pele, conferem-se a ela diferentes funções,1–3 tais como:

 

  • proteção contra agressões mecânicas, físicas, químicas e biológicas — barreira física conferida pela camada queratinizada;
  • meio de comunicação sensorial — terminações nervosas nociceptivas e receptores de pressão e de temperatura;
  • nutrição — síntese de vitamina D por meio da captação dos raios ultravioleta (UVultravioleta);
  • função imunológica inespecífica — substâncias antissépticas excretadas pelas glândulas sebáceas e pela presença de células de Langerhans ou dendríticas fagocíticas (imunológicas), na epiderme;
  • pigmento — função melanocítica de proteção contra os raios UVultravioleta;
  • impermeabilidade — função dos queratinócitos e das substâncias secretadas pelas diferentes glândulas;
  • termorregulação — pela vasodilatação e pela constrição dos vasos sanguíneos, pela excreção de substâncias pelas glândulas sudoríparas e pela piloereção na unidade pilossebácea;
  • função exócrina — glândulas sebáceas e sudoríparas;
  • absorção de substâncias — a grande superfície da pele lhe permite a absorção seletiva de compostos, principalmente os lipossolúveis;
  • suporte — pelas linhas de tensão, permite a manutenção da forma do corpo, moldando os outros tecidos do corpo;
  • proteção contra as radiações danosas — pela formação da melanina;
  • secreção de ferormônios — substâncias odoríferas que funcionam como um sistema químico de sinalização em situações especiais, como agressividade e ansiedade.

Neste artigo, o leitor percorrerá a trajetória evolutiva da pele, da fase neonatal à vida adulta, reconhecendo as transformações e as adaptações desse órgão, assim como os processos envolvidos com a sua contínua adaptação aos fatores internos e externos, e as respectivas alterações decorrentes dessa interação.

Por meio de um enfoque sistêmico e integrado, buscou-se demonstrar a importância da pele para o ser humano, ressaltando o papel protetor e multifuncional dela, e a estreita relação da pele com o estilo de vida e com os cuidados gerais com a saúde ao longo da vida.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • identificar as principais características e alterações da pele na vida adulta;
  • reconhecer os cuidados para prevenir danos e agravos à pele;
  • aplicar os cuidados para recuperar as propriedades fisiológicas e estéticas da pele diante dos problemas mais comumente encontrados na vida adulta;
  • reconhecer a importância de cuidados diários simples, mas eficazes, com a pele, como a higiene correta, a hidratação e a fotoproteção;
  • reconhecer a importância dos cuidados diários com a pele para a prevenção de muitos problemas que aparecem no cotidiano do atendimento dermatológico pela falta de informação correta e de educação para a prevenção.
  • Esquema conceitual
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