- Introdução
As neoplasias cutâneas são frequentemente diagnosticadas em pequenos animais e representam de 25 a 45% de todos os tumores submetidos à avaliação histopatológica. Dentre os tumores cutâneos diagnosticados em cães e gatos, de 20 a 40% correspondem a neoplasmas malignos. Diversos fatores já foram associados ao desenvolvimento desses tumores, dentre os quais, destacam-se1,2
- exposição à radiação ultravioleta (UVradiação ultravioleta);
- infecção viral;
- processos inflamatórios crônicos;
- predisposição genética.
Os carcinomas de células escamosas (CCEcarcinoma de células escamosass), também denominados carcinoma espinocelular, escamocelular ou carcinoma epidermoide, são tumores malignos oriundos dos queratinócitos da camada espinhosa da epiderme. Manifestações clínicas sugestivas associadas a achados de exames citológico, histopatológico e imuno-histoquímica permitem a definição diagnóstica dessa doença.3,4
Em grande parte dos casos de CCEcarcinoma de células escamosas, o tratamento dos animais acometidos pela doença inclui a ressecção cirúrgica ampla, que pode ser associada a terapias adicionais, como, entre outras,1–3
- quimioterapia;
- radioterapia (RTradioterapia);
- eletroquimioterapia (EQTeletroquimioterapia);
- terapia fotodinâmica (TFDterapia fotodinâmica).
O prognóstico dos pacientes com CCEcarcinoma de células escamosas está relacionado à extensão das lesões, bem como à presença de doença metastática. Em virtude de a exposição solar crônica desempenhar um importante papel na etiologia dessa doença, algumas medidas profiláticas, como restringir o acesso do paciente ao sol e a utilização de fotoprotetores, representam alguns exemplos de ações que podem ser realizadas por parte dos tutores no intuito de reduzir a incidência dessa neoplasia em cães e gatos.1–4
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar os CCEcarcinoma de células escamosass como parte do diagnóstico diferencial das formações cutâneas em cães e gatos;
- descrever a abordagem inicial do paciente, o estadiamento clínico e os exames de triagem que possam sugerir o diagnóstico de CCEcarcinoma de células escamosas;
- apontar a melhor abordagem terapêutica para cada paciente;
- listar as medidas preventivas no intuito de minimizar a incidência do CCEcarcinoma de células escamosas em animais susceptíveis.
- Esquema conceitual