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ATUALIDADES NA TÉCNICA LASIK: DO MICROCERÁTOMO AO FEMTOSSEGUNDO

Autores: Ramon Coral Ghanem, Vinícius Coral Ghanem, Gabriel de Almeida Ferreira, Renata Leite de Pinho Tavares
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  • Introdução

O laser in situ keratomileusis (LASIK) é, atualmente, a principal técnica cirúrgica para o tratamento de miopia, de hipermetropia e de astigmatismo. O LASIK tem como finalidade o remodelamento da curvatura anterior da córnea por meio do consumo de tecido estromal, a partir da fotoablação com excimer laser. Um passo cirúrgico fundamental da técnica LASIK é a confecção de uma lamela epitélio-estromal pediculada na córnea, conhecida como flap.1,2

As principais vantagens da técnica LASIK comparadas à ceratectomia fotorrefrativa (PRK, do inglês photorefractive keratectomy) estão relacionadas à manutenção da integridade epitelial da córnea, o que torna o pós-operatório menos sintomático e permite resultados refrativos mais rápidos e a estabilização do grau em menor intervalo de tempo.1,2

A lamela corneana não deve interferir na qualidade visual final do paciente; dessa forma, os instrumentos utilizados em seu preparo devem prover máxima segurança, acurácia e simplicidade à sua confecção. As complicações cirúrgicas relacionadas ao preparo do flap representam cerca de 30% do total de complicações intraoperatórias.3

Uma recente metanálise4 avaliou os resultados clínicos de 97 estudos relevantes publicados entre 2008 e 2015 sobre o LASIK e comparou com estudos anteriores. A avaliação incluiu 67.893 olhos. O LASIK foi tido como muito seguro, com somente 0,61% dos pacientes perdendo duas ou mais linhas de visão corrigida. Também foi observada alta eficácia, com 99,5% dos pacientes com acuidade visual (AVacuidade visual) maior do que ou igual a 20/40, e alta previsibilidade, com 98,6% dos pacientes com um equivalente esférico entre ± 1,00D do alvo refracional final.

Dentre os estudos que avaliaram a satisfação, 98,7% dos pacientes submetidos ao LASIK se mostraram satisfeitos. Os autores demonstraram superioridade desses resultados comparando-os aos estudos mais antigos e os associaram à evolução na qualidade dos aparelhos de excimer laser, à elaboração de diagnósticos mais precisos, à seleção criteriosa de pacientes e aos nomogramas cada vez mais refinados e com diferentes padrões de ablação.4

O flap do LASIK era, inicialmente, confeccionado com um instrumento que utilizava uma lâmina vibratória chamada microcerátomo. Com os recentes avanços, o laser de femtossegundo surge como uma alternativa, sendo essa variante conhecida como femto-LASIK.5

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • compreender a técnica cirúrgica do LASIK com microcerátomo e com laser de femtossegundo;
  • reconhecer as vantagens e as desvantagens do LASIK com microcerátomo e com laser de femtossegundo;
  • identificar as principais complicações do LASIK com microcerátomo e com laser de femtossegundo.
  • Esquema conceitual
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