- Introdução
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTdoença crônica não transmissívels) constituem, nos dias atuais, a principal causa de enfermidades nos países de baixa e média renda, após a redução das doenças infecciosas e o aumento da expectativa de vida.1 Uma grande proporção das DCNTdoença crônica não transmissívels é representada pelas doenças respiratórias crônicas, destacando-se a asma na infância e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica) nos adultos.2
O risco de DCNTdoença crônica não transmissível poderá ser minimizado, caso algumas políticas públicas de saúde atinjam algumas metas: diminuição das desigualdades socioeconômicas, redução do tabagismo, disponibilidade de serviços de saúde e disponibilização de medicação para os diversos estratos da população.1 A abordagem diagnóstica e as opções de tratamento farmacológico e não farmacológico da DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica têm passado por grandes mudanças.
Hoje, a avaliação por fenótipos, as novas medicações e combinações de drogas e o uso de biomarcadores para guiar o tratamento modificaram o panorama dessa condição que, até um passado recente, era desprovida de tratamento específico.3 Na literatura médica, a prevalência é a medida de ocorrência mais frequente sobre DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica. A determinação da incidência necessita de estudos longitudinais, com grande número de pacientes acompanhados, de difícil realização.4
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ATIVIDADE |
1. Mencione trabalhos internacionais sobre DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica. Compare sua resposta como texto a seguir.
A mais recente pesquisa sobre a prevalência da DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica, abrangendo vários países, com metodologia semelhante e rigoroso controle de qualidade das espirometrias, é o Burden of Obstructive Lung Disease (BOLDBurden of Obstructive Lung Disease).3 Outros estudos multicêntricos são o estudo Prevalencia de la Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica en Colombia (PREPOCOLPrevalencia de la Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica en Colombia), realizado em 5 centros da Colômbia; a Epidemiologia de la Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica en España (IBERPOCEpidemiologia de la Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica en España), realizada em 7 centros da Espanha; o Epidemiologic Study of Chronic Obstructive Pulmonary Disease in Spain (EPISCANEpidemiologic Study of Chronic Obstructive Pulmonary Disease in Spain), realizado em 10 centros da Espanha; e o Projeto Latino-Americano de Investigação de Doenças Obstrutivas (PLATINOProjeto Latino-Americano de Investigação de Doenças Obstrutivas), realizado em 5 centros da América Latina.3–5
Nesses estudos, os valores de prevalência variaram de 4 a 26%, nas mulheres, e de 9 a 29%, nos homens.5 O diagnóstico médico de DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica relatado pelos membros do projeto PLATINOProjeto Latino-Americano de Investigação de Doenças Obstrutivas foi de 5,3% e 8,2%, no baseline e no follow-up do estudo, respectivamente.6–8
O consenso da Global Obstructive Lung Disease (GOLDGlobal Obstructive Lung Disease) preconiza o diagnóstico de DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica baseado na espirometria, devendo-se considerar:9
- presença de sintomas;
- severidade da obstrução;
- história de exacerbação;
- comorbidades.
Por meio do conjunto desses fatores, os pacientes com DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica serão classificados em 4 categorias: A, B, C e D.9
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- identificar clínica e epidemiologicamente a DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica;
- reconhecer a fisiopatologia da DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica;
- reconhecer os métodos diagnósticos, tratamento e prognóstico da DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica;
- identificar e diagnosticar a DPOCdoença pulmonar obstrutiva crônica, definindo o melhor tratamento.
- Esquema conceitual