- Introdução
O uso adequado de aminas vasoativas é um dos principais desafios da neonatologia. Entre os diversos aspectos envolvidos, deve-se lembrar de que o paciente neonatal, particularmente o pré-termo, é um ser em formação que reage de modo diferente aos vários tipos de aminas vasoativas.
Os instrumentos disponíveis para análise hemodinâmica são falhos; portanto, outro grande desafio é definir a ocorrência de má-perfusão tecidual (choque) e o momento correto de inserir as aminas vasoativas, uma vez que a administração de inotrópicos ou de vasopressores sem a existência de má-perfusão tecidual pode ser muito lesiva para o paciente.1
Para realizar o tratamento adequado, é necessário identificar qual o tipo de choque que afeta o paciente e os mecanismos fisiopatológicos envolvidos. Sem esses dados, o neonatologista estará limitado a protocolos e com menor chance de obter sucesso com o tratamento.
Neste capítulo, serão utilizadas as denominações choque, má-perfusão tecidual e instabilidade hemodinâmica como sinônimas. Não será abordado o manejo de cardiopatias complexas, apenas o manejo clínico da instabilidade hemodinâmica em estrutura anatômica cardíaca normal.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- estabelecer orientações para construção do raciocínio clínico adequado para o uso de aminas vasoativas em neonatologia;
- utilizar os meios disponíveis para avaliar a má-perfusão tecidual, conhecendo as vantagens e limitações de cada instrumento;
- identificar os principais tipos de choque, suas características fisiopatológicas e os fatores preditores relacionados;
- identificar a ação de cada amina vasoativa e as indicações de utilização em cada tipo de alteração hemodinâmica.
- Esquema conceitual