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CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO EM SOBREVIVENTES DE CÂNCER DE MAMA

Autores: Tânia Rudnicki, Carolina Villanova Quiroga
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender as implicações psicossociais do diagnóstico oncológico;
  • avaliar as especificidades do diagnóstico e tratamento do câncer de mama (CM) na vida da mulher enferma;
  • conceitualizar crescimento pós-traumático (CPT);
  • evidenciar as variáveis psicológicas mais investigadas em relação ao CPT — suporte social, estratégias de coping, depressão e estresse/distress psicológico;
  • apresentar a contribuição do reconhecimento do CPT no tratamento de pacientes com câncer, em geral, e de mama, especificamente;
  • oferecer técnicas não farmacológicas para lidar com pensamentos, emoções e comportamentos problemáticos relacionados ao câncer;
  • facilitar, por meio do uso de técnicas adequadas, a cooperação e a adesão do paciente com seu tratamento;
  • ensinar habilidades e trabalhar com técnicas que auxiliem o paciente a enfrentar fatores de estresse que podem interferir no tratamento ou precipitar sintomas emocionais relacionados com sua enfermidade.

Esquema conceitual

Introdução

A vida oferece às pessoas bons e maus momentos. A forma como cada um enfrenta esses eventos tem importantes consequências em seu bem-estar físico e psicológico. A psicologia, pela concepção clínica inicial, focou-se mais no estudo das consequências negativas dos eventos traumáticos, minimizando, muitas vezes, a capacidade do ser humano de ultrapassar e aprender a partir desses acontecimentos.

A partir do final do século passado, a psicologia positiva trouxe mudanças do foco das consequências negativas após um acontecimento traumático. Em seu conteúdo, aponta que é possível aprender também com tais experiências.1 O modelo biopsicossocial reforça e defende a necessidade de entender o processo saúde–doença a partir das condições de vida e saúde de um indivíduo, de uma comunidade ou de uma população. Para a conquista de uma vida ativa, precisam ser traçadas metas para garantir que a longevidade represente um ganho no curso de vida humano, e não somente uma sobrecarga aos envolvidos.1,2

As mudanças positivas, após uma adversidade/um trauma, passaram a ser reconhecidas em diversas áreas: nas doenças crônicas; em casos de câncer; nas violências física e sexual; nos acidentes aéreos; nas catástrofes naturais; no divórcio, entre outros. Para descrever essas mudanças, pesquisadores têm usados diversos conceitos, entre os mais frequentes, estão crescimento pós-traumático (em inglês, posttraumatic growth [CPT]); crescimento relacionado com o estresse (em inglês, stress-related growth); e percepção de benefícios (em inglês, benefit-finding) frente ao trauma.3

No presente capítulo, optou-se por utilizar o termo “crescimento pós-traumático” (com a sigla em português, CPT) em relação ao câncer por considerar sua descrição do fenômeno “crescimento” como uma evidente forma de funcionamento frente à doença. Por outro lado, o termo “traumático”, ressalta que o crescimento virá após o evento relevante, não de outros estressores menores ou como uma parte natural de um processo de desenvolvimento pessoal.4

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