Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- avaliar a pessoa com deficiência visual (DVdeficiência visual) por meio de história clínica, funções visuais e erros refracionais;
- identificar os princípios básicos para alcançar a magnificação adequada;
- reconhecer as tecnologias assistivas (TAtecnologias assistivass) para a reabilitação da visão (RVreabilitação da visão);
- avaliar funcionalmente a visão;
- indicar estratégias para uso adequado dos recursos ópticos e eletrônicos a serem prescritos;
- monitorar o processo da RVreabilitação da visão;
- construir, em parceria com o paciente, possibilidades de uma adequada inclusão educacional, social e cultural para promoção de melhor qualidade de vida.
Esquema conceitual
Introdução
Após discussão, na parte I, sobre os diferentes aspectos da DVdeficiência visual e os principais diagnósticos que causam a baixa visão (BVbaixa visão), neste capítulo, será bordada a intervenção multidisciplinar no que se refere ao atendimento do adulto e do idoso com BVbaixa visão, centrado não apenas nos dados clínicos tradicionais, mas na pessoa.1
As medidas clínicas, como a acuidade visual (AVacuidade visual), fornecem uma indicação do grau de perda da visão, mas não fornecem uma caracterização adequada das dificuldades enfrentadas pelo deficiente visual nas atividades do dia a dia.1,2 Nessa perspectiva, a avaliação do funcionamento visual e a qualidade de vida relacionada à visão são muito importantes e complementares à avaliação clínica.1
Como os profissionais que atuam na área da reabilitação podem contribuir para melhorar a visão funcional e, consequentemente, a qualidade de vida e participação na sociedade do adulto e do idoso com DVdeficiência visual? E quais recursos estão disponíveis para tal finalidade?
A TAtecnologias assistivas por meio de recursos ópticos (óculos, lupas, telescópios), não ópticos (lentes filtrantes, controle de iluminação), eletrônicos (recursos de videoampliação [RVAs], recursos de informática) e não visuais (sistemas sonoros, bengala) é eficaz para atender às necessidades associadas à DVdeficiência visual e melhorar a capacidade funcional do indivíduo.3 No entanto, é necessário conhecer suas características, vantagens e limitações para a indicação adequada, bem como o contexto e as necessidades da pessoa com DVdeficiência visual.
Os serviços de RVreabilitação da visão contribuem para que a pessoa possa lidar com as limitações ocasionadas pela perda de visão e buscam aumentar sua autonomia e independência. Entretanto, é importante salientar que os direitos das pessoas com DVdeficiência visual vão além do acesso aos serviços de reabilitação. É necessário criar ambientes mais inclusivos e acessíveis voltados para trabalho, educação, lazer, cultura etc., por meio do fortalecimento e da implementação de políticas e leis inclusivas.