Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de
- identificar como se dá o desenvolvimento motor e suas repercussões;
- reconhecer os impactos da prematuridade no desenvolvimento motor;
- reconhecer a importância da intervenção motora precoce nos lactentes internados em terapia intensiva;
- reconhecer os efeitos da internação prolongada em terapia intensiva neonatal no desenvolvimento motor;
- identificar o público-padrão com necessidade de intervenção motora em terapia intensiva neonatal;
- indicar o momento adequado para iniciar a intervenção motora;
- apontar diferentes formas de atuação do fisioterapeuta que contribuem para o desenvolvimento motor no ambiente da unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN);
- reforçar a importância do conhecimento científico e prático acerca da intervenção motora, refletindo nas repercussões sociais e na qualidade de vida de cada indivíduo.
Esquema conceitual
Introdução
O desenvolvimento humano é um processo dinâmico, em que existe uma relação entre genética e ambiente, e suas expressões podem ter impactos positivos ou negativos a depender dos estímulos gerados.1-4
O estresse neonatal, como a internação em UTIN, é um dos fatores de risco para o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), uma vez que influencia a formação de diversas áreas do cérebro e pode resultar em comportamentos desadaptativos.4-6
A implementação de práticas que minimizem o excesso de estímulos estressantes no ambiente de cuidados intensivos é fundamental por parte de toda a equipe, incluindo-se o fisioterapeuta.7 Por isso, as crianças nascidas prematuramente e aquelas submetidas a estresse pós-natal precisam de avaliação precoce e acompanhamento de longo prazo para a detecção de possíveis transtornos mentais e repercussões motoras.3,5 Para essa investigação, o conhecimento acerca do desempenho de marcos motores típicos é o caminho para se compreender as alterações no DNPM e direcionar condutas terapêuticas individualizadas.1
Estratégias de identificação e intervenção precoce (IP), definidas como um programa de acompanhamento clínico-terapêutico multiprofissional para crianças vulneráveis ao comprometimento de seu desenvolvimento, devem ser implementadas desde o nascimento até os 3 ou 5 anos de idade, a fim de se evitar ou amenizar eventuais prejuízos ao DNPM.2,3 Nesse contexto, a estimulação sensório-motora (ESM) é altamente recomendada ainda dentro do ambiente da UTIN para diminuir os impactos negativos do processo de hospitalização e favorecer o DNPM.8,9