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EPILEPSIA NO IDOSO

Autores: Christiane Machado Santana, Taciana Leonel Nunes Tiraboschi, Telma Maria Rocha de Assis
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  • Introdução

A epilepsia é um transtorno neurológico caracterizado por crises epiléticas recorrentes, secundárias a alterações neurológicas não provocadas e associadas a uma predisposição persistente do cérebro.1

A predisposição persistente do cérebro em gerar crises distingue a epilepsia, enquanto entidade nosológica, da crise epilética isolada secundária a um insulto transitório, a exemplo de hipoxemia, hipoglicemia ou medicamentos. Nesses casos, a recorrência das crises não é prevista e, por isso, eles não podem ser caracterizados como epilepsia.

A epilepsia é o terceiro distúrbio neurológico mais prevalente no idoso, precedido das doenças cerebrovasculares (DCVdoença cerebrovasculars) e das demências e é igualmente determinante de morbidade e mortalidade nessa população. Considerando o crescente envelhecimento populacional em todo o mundo, torna-se fácil entender os dados estatísticos que mostram, nessa fase da vida, um pico elevado de incidência, maior do que as taxas observadas na infância.

 

A epilepsia é uma condição relevante entre os idosos não apenas pelo aspecto epidemiológico mencionado, mas também pelo fato de potencialmente comprometer a capacidade funcional e a qualidade de vida e aumentar a demanda social e os custos com saúde. As crises epiléticas costumam ser inesperadas e trazem em si um risco de trauma e dano neurológico em um prazo mais longo.

O diagnóstico de epilepsia pode ser difícil em idosos, pois as manifestações clínicas são, muitas vezes, atípicas, não testemunhadas, e os exames complementares podem ser normais ou mostrar alterações inespecíficas. Outro aspecto a se destacar diz respeito ao manejo terapêutico, já que a epilepsia, uma vez diagnosticada, demandará tratamento farmacológico contínuo.

A maioria dos medicamentos comumente usados têm alto potencial de interação e toxicidade, o que nos idosos configura um problema que é potencializado pela prevalência de comorbidades que também necessitam de tratamento medicamentoso contínuo. As alterações fisiológicas decorrentes do processo de senescência levam a mudanças na farmacocinética e na farmacodinâmica dos medicamentos antiepiléticos, com maior risco de eventos adversos e desfechos iatrogênicos, que costumam ser muito impactantes no idoso.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar a epilepsia e a crise epilética, determinando suas diferenças e suas diversas formas de manifestação clínica;
  • discutir dados epidemiológicos relevantes sobre epilepsia no idoso, reconhecendo os motivos da sua elevada incidência;
  • classificar os tipos de crise epilética;
  • identificar as principais causas de epilepsia e de crise epilética no idoso;
  • saber diagnosticar a epilepsia e a crise epilética, considerando a história, a avaliação clínica e os exames complementares;
  • reconhecer a necessidade ou não de tratamento a partir de uma crise epilética única;
  • saber sobre os principais medicamentos antiepiléticos para tratamento dos idosos;
  • utilizar os critérios mais adequados para a escolha dos medicamentos antiepiléticos para tratamento de idosos.
  • Esquema conceitual
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