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FUNDAMENTOS PARA O CUIDADO AO RECÉM-NASCIDO EM UNIDADE NEONATAL

Autores: Juliana de Oliveira Marcatto, Anna Caroline Leite Costa, Giulia Ribeiro Schettino Regne, Ellen Cristina Vargas Oliveira, Roberta Moura
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar práticas de cuidado baseadas em evidências científicas, desafios e potencialidades para o alcance de melhores desfechos para o recém-nascido (RN) e sua família;
  • reconhecer os principais tópicos relacionados a aspectos, como cuidados de enfermagem em neonatologia, ambiência durante a assistência ao RN, aleitamento materno, segurança do paciente, terapia intravenosa (TIV), comunicação, trabalho interdisciplinar e acolhimento ao luto perinatal;
  • discutir aspectos a serem considerados pelos profissionais de enfermagem para o cuidado, por meio de subsídios para a qualificação de sua prática profissional e, consequentemente, do cuidado realizado;
  • adotar postura crítica e reflexiva dos cenários de atuação e, consequentemente, a melhoria da qualidade do cuidado prestado pelo enfermeiro.

Esquema conceitual

Introdução

A evolução da assistência prestada aos RNs, nas últimas décadas, aumentou a sobrevida de bebês cada vez mais prematuros e criticamente enfermos. Para que seja possível garantir a manutenção da vida nesse contexto, recursos tecnológicos avançados e equipe especializada são elementos fundamentais para o alcance de bons resultados.1 Entretanto, a qualificação do cuidado e os melhores desfechos clínicos têm sido observados em cenários nos quais os elementos estruturantes da assistência são valorizados como principal ponto de atenção por parte da equipe e de gestores institucionais.2

O fortalecimento do cuidado centrado nos RNs e suas famílias, a implementação de práticas voltadas à segurança do paciente, o apoio e o fortalecimento da amamentação e do cuidado canguru, além de medidas de controle do ambiente e de humanização do cuidado, impactam a redução de complicações clínicas imediatas e tardias, com repercussão direta na morbidade e na mortalidade, no tempo de internação, nos custos institucionais e, principalmente, no desenvolvimento neuropsicomotor, comportamental e socioafetivo dessa população.2

O cuidado desenvolvido em uma unidade de terapia Intensiva neonatal (UTIN), que, antes, apresentava como principal objetivo garantir sobrevida, agora busca também promover condições que garantam qualidade de vida para o RN e sua família, estabelecimento de vínculos saudáveis e capacidade de desenvolvimento biopsicossocial durante a internação e após a alta hospitalar.3

Os enfermeiros apresentam papel de destaque na proposição, no planejamento e na operacionalização do cuidado a RNs criticamente enfermos. Aspectos relacionados à gestão da UTIN, desde o dimensionamento de profissionais, a organização de escalas e processos de trabalho até a gestão do cuidado à beira do leito, passam pela prática do enfermeiro. Portanto, é fundamental que ele seja capaz de, à luz das melhores evidências científicas, mobilizar recursos tecnológicos, humanos e de gestão para promoção do cuidado holístico, humanizado, contínuo e integrado às demais especialidades.4

Sendo assim, o cuidado de enfermagem deve ter como foco o atendimento às necessidades biológicas, emocionais, sociais e espirituais dos RNs e suas famílias, constituindo base sólida para a tomada de decisões, o alinhamento das ações entre os profissionais de saúde e a valorização de princípios éticos. Além disso, tais referenciais contribuem para formação contínua dos profissionais, incentivando a prática reflexiva e crítica que busca sempre melhorar a qualidade do cuidado prestado.4

Este capítulo tem o objetivo de contribuir com a formação contínua dos profissionais, fornecendo subsídios e bases teóricas para o aprimoramento da prática clínica, com adoção de postura crítica e reflexiva dos cenários de atuação e, consequentemente, trazendo melhoria da qualidade do cuidado prestado pelo enfermeiro.

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