Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- definir a hipertensão pulmonar (HP) como fenótipo da displasia broncopulmonar (DBP);
- reconhecer a fisiopatologia relacionada ao desenvolvimento da HP associada à DBP (HP-DBP);
- descrever os sinais clínicos e exames complementares para diagnosticar recém-nascidos (RNs) com HP;
- reconhecer o manejo que envolva condutas como medidas de suporte e farmacoterapia para hipertensão.
Esquema conceitual
Introdução
A DBP foi descrita pela primeira vez no final da década de 1960 como uma doença pulmonar crônica associada à alta mortalidade em RNs pré-termos (RNPTs).1
Ao longo do tempo, houve um maior entendimento sobre o desenvolvimento pulmonar e sobre os mecanismos de lesão e reparação pulmonares perinatais.
Os avanços nos cuidados neonatais, tais como o uso de corticosteroides antenatais, o uso de surfactante e as estratégias ventilatórias — incluindo o primeiro suporte já em sala de parto, as melhorias na nutrição neonatal e outras práticas de cuidados neonatais —, permitiram maior sobrevida de RNs de idade gestacional (IG) extremamente baixa. Apesar da maior sobrevida desses RNs mais imaturos, em especial nos menores de 28 semanas, a incidência de DBP continua alta e sem tendência à diminuição.2
Além do comprometimento das vias aéreas proximais e do desenvolvimento broncoalveolar, a DBP está frequentemente associada à doença vascular pulmonar e à HP secundária à lesão pulmonar.3
A HP-DBP é caracterizada pelo remodelamento vascular anormal e pela rarefação da vasculatura pulmonar (com parada do crescimento vascular), levando ao aumento da resistência vascular pulmonar e à falência do coração direito.3
A compreensão sobre este tema é de extrema importância, dadas as altas morbidade e mortalidade associadas, incluindo o potencial risco para doença cardiopulmonar na vida adulta.3