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Micoses em animais domésticos

Gabriela Martins Pereira

Caroline Vasconcelos Ramalhoto Frias

Gabriela Melo

Adriana Jardim de Almeida

epub-PROMEVET-PA-C9V3_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • classificar as micoses que acometem os animais domésticos;
  • identificar os sinais clínicos das principais micoses que ocorrem em animais domésticos;
  • realizar e solicitar os exames diagnósticos diante de animais domésticos com suspeita de micose, de forma correta e eficaz, para otimizar o diagnóstico e o tratamento;
  • reconhecer as terapias utilizadas no tratamento de doenças fúngicas em animais domésticos;
  • determinar o melhor protocolo terapêutico de acordo com a gravidade dos sinais clínicos e as particularidades de cada animal doméstico com micose.

Esquema conceitual

Introdução

Diversas micoses são consideradas zoonoses. Neste capítulo serão apresentadas as mais relevantes para a clínica de pequenos animais.

A abordagem inicial, durante o primeiro atendimento, pode ser determinante para o sucesso do tratamento e a cura clínica do paciente com micose. As micoses apresentam sinais clínicos semelhantes entre si e, também, podem ser confundidas com doenças de origem bacteriana e até mesmo autoimunes. Portanto, um histórico detalhado do paciente, um exame clínico minucioso e exames complementares são indispensáveis para o correto diagnóstico.

Os tratamentos não são os mesmos para todas as doenças; a avaliação deve ser feita individualmente. Atualmente, as opções terapêuticas são vastas. Tratamentos adjuvantes podem ser implementados para a cura clínica mais rápida e a redução da carga fúngica, o que auxilia a minimizar a transmissão zoonótica.

O tutor deve ser informado a respeito dos seguintes tópicos:

  • qual é a forma de transmissão da doença para outros animais contactantes e humanos;
  • se o isolamento será necessário;
  • que, apesar de o tratamento ser longo e dispendioso, sua realização de maneira correta e com acompanhamento do médico veterinário possivelmente permitirá a cura clínica do animal.

Certas enfermidades, como a esporotricose, são consideradas problemas de saúde pública. O tutor deve ser alertado sobre as consequências do não tratamento e do abandono de animais doentes.

Fungos patogênicos podem levar a quadros infecciosos, classificados conforme apresentado no Quadro 1.

QUADRO 1

Classificação dos quadros infecciosos causados por fungos

Superficiais

Cutâneos

Subcutâneos

Sistêmicos endêmicos

Sistêmicos

Descrição

Acometem o extrato córneo do epitélio e os pelos.

Afetam as porções queratinizadas da pele e dos pelos.

Podem afetar a derme, os músculos e o tecido conjuntivo.

Iniciam-se com uma infecção pulmonar que pode atingir qualquer órgão.

Assim como os quadros sistêmicos endêmicos, têm início com uma infecção pulmonar que pode afetar qualquer órgão.

Exemplo de microrganismo causador

Malassezia spp.

Microsporum spp.

Sporothrix spp.

Histoplasma capsulatum

Candida spp.