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PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM DOMICÍLIO — CUIDADO DE PESSOAS COM OSTOMIAS, SONDAS E CÂNULAS

Autores: Cibelle Gomes Lima Melo, Leonardo Cançado Monteiro Savassi, Heitor Rossi Lopes, Pedro Henrique Miranda, Maysa Moreira Mismetti, Lidiane de Oliveira Vilela
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • elencar as principais ostomias, respectivas sondas e cânulas disponíveis para a utilização em domicílio;
  • indicar seu uso em cada faixa etária, de forma segura, evitando danos e garantindo a segurança do paciente no domicílio;
  • identificar as indicações e as contraindicações domiciliares do uso das ostomias e as principais intercorrências no dia a dia;
  • realizar a troca de cânulas e sondas e os cuidados em geral com as ostomias, as sondas e as cânulas no domicílio;
  • compreender a importância da educação em saúde, ou seja, da abordagem do paciente centrada na pessoa, em seus sentimentos, suas expectativas e suas ideias, portanto, na biografia do indivíduo cuidado, de seus familiares e cuidadores e no domicílio, quanto aos cuidados com as ostomias, as sondas e as cânulas, assim, refletindo de forma profunda sobre preocupações e angústias ligadas aos desafios do cuidado.

Esquema conceitual

Introdução

Segundo o Ministério da Saúde, a atenção domiciliar (AD) é uma modalidade de atenção à saúde reconhecida por um conjunto de ações, quais sejam: promoção à saúde, prevenção, tratamento e paliação de doenças, além da reabilitação, sendo todos serviços oferecidos em domicílio, para garantir a continuidade de cuidados e o conforto do paciente.1–4

A realização de procedimento e cuidados no domicílio é uma prática comum na AD e deve ser baseada nas melhores evidências e nos melhores protocolos, para que assim seja garantida a continuidade do cuidado de forma segura.3,4

Existem diversos procedimentos que podem ser realizados no domicílio com segurança: paracentese, cateterismo, toracocentese, hipodermóclise e enteroclisma, entre outros. Este capítulo discorre sobre os cuidados domiciliares com ostomias, sondas e cânulas.3,4

As ostomias, estomas ou estomias são formas para a abordagem de um órgão através do meio externo, com o intento de entrada e saída de gases, como, por exemplo, oxigênio e gás carbônico, pela traqueostomia ou de substâncias, dieta enteral, via gastrostomia (GTT). Esse procedimento é realizado em ambiente hospitalar via cirúrgica ou endoscópica. Os cuidados com esses dispositivos devem e podem ser realizados no domicílio.3,4 As sondas e as cânulas são dispositivos artificiais que auxiliam nesse processo de abordagem do órgão.5–7

Neste capítulo, serão abordadas as ostomias listadas a seguir.

  • Respiratória: traqueostomia;
  • Alimentares: GTT e jejunostomia;
  • Urinária: cistostomia;
  • Intestinal de saída: colostomia.

O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil começou a reconhecer a atenção à saúde das pessoas estomizadas em 1993, com a publicação da portaria MS/GM nº 116, que estabeleceu recursos financeiros para atendimentos ambulatoriais desses pacientes8. Uma mudança significativa ocorreu em 1999, quando o Decreto Lei nº 3.298 passou a considerar as pessoas estomizadas como deficientes físicos, alinhando-se à Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, instituída pela portaria MS/GM nº 1.060 em 20029,10.

Com o avanço dessas políticas, foi publicada a portaria nº 400, de 16 de novembro de 2009, que estabeleceu Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas e definiu que a atenção à saúde das pessoas com estoma seria composta por ações desenvolvidas na atenção básica e ações realizadas nos Serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas (SASPO)7.

De acordo com a portaria nº 400, os SASPO são organizados em duas categorias:7

  • Atenção às Pessoas Ostomizadas I: Realiza ações de orientação para o autocuidado e prevenção de complicações nas estomias, além de fornecer equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança.
  • Atenção às Pessoas Ostomizadas II: Inclui todas as ações da categoria I, além do tratamento de complicações e da capacitação de profissionais de saúde.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) têm a responsabilidade de realizar ações de orientação voltadas ao autocuidado e à prevenção de complicações, assegurando que as pessoas estomizadas recebam o suporte necessário para manter sua saúde e qualidade de vida7.

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