- Introdução
A obstrução nasal é uma das queixas mais comuns na prática otorrinolaringológica e pode ser atribuída a doenças inflamatórias, traumáticas, tumorais ou secundárias às alterações anatômicas do esqueleto nasal, que podem ser de desenvolvimento ou iatrogênicas. Entre as causas anatômicas, estão o desvio septal e a hipertrofia das conchas nasais, que se associam à insuficiência das válvulas nasais interna e externa.1
No tratamento cirúrgico tradicional da obstrução nasal, a septoplastia e a modificação no tamanho das conchas inferiores são suficientes para melhorar o fluxo nasal da maioria dos pacientes acometidos, pois o desvio septal, associado ou não à hipertrofia conchal, é uma das causas mais comuns.2 Porém esses procedimentos não são resolutivos para os pacientes que apresentam alterações do fluxo nasal secundárias à medialização ou a colapso da parede lateral do nariz, ou seja, comprometimento da válvula nasal.3
O conjunto de procedimentos utilizados para correção de defeitos da válvula nasal é denominado rinoplastia funcional e consiste de um termo relativamente recente na literatura, proveniente das técnicas cirúrgicas em rinoplastia para fins estéticos que proporcionam melhora do fluxo aéreo nasal. Esse conceito corrobora a íntima relação entre forma e função, pois técnicas destinadas a alterar esteticamente a aparência nasal podem afetar — e com frequência afetam — sua função.1
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- definir o conceito de rinoplastia funcional;
- reconhecer os principais aspectos da anatomia da válvula nasal;
- identificar pacientes em que a técnica tradicional para abordagem da obstrução nasal não será efetiva;
- identificar a melhor forma de aplicar os conceitos atuais na cirurgia da válvula nasal;
- diagnosticar a topografia da insuficiência valvar;
- indicar as técnicas mais adequadas para sua correção.
- Esquema conceitual