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SAÚDE BUCAL: A IMPORTÂNCIA DE UMA VISÃO GERONTOLÓGICA

Autores: Fernando Luiz Brunetti Montenegro, Leonardo Marchini
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  • Introdução

Na atualidade, com o conhecimento que se tem do processo do envelhecimento, é vital ter uma visão ampla, chamada gerontológica, de tudo o que envolve, especialmente em saúde, o estado atual e o futuro saudável projetado para um indivíduo idoso. A cavidade bucal, com suas diversas estruturas, apresenta participação ativa, direta e indireta, em questões de saúde como:

 

  • controle do diabetes;
  • controle da hipertensão;
  • controle do ganho de peso e saúde pela ingestão de melhores nutrientes;
  • prevenção primordial da reinfecção pulmonar nos casos das preocupantes pneumonias;
  • alerta para medicamentos ingeridos em excesso;
  • prevenção secundária de infecções nos transplantados;
  • auxílio a problemas cardíacos diversos.

Indivíduos com 60, 70 ou 80 anos, cujas estruturas internas vêm funcionando juntas por todo esse tempo – em um organismo complexo como é o humano –, apresentam profunda ligação entre os órgãos. Por essa razão, parece bastante inadequado, atualmente, pensar em cada área de saúde em separado quando, na verdade, estão intimamente ligadas. Cada falha em um órgão causa interferência nos outros imediatamente na sua sequência, além dos efeitos produzidos em outros órgãos e estruturas distantes da região inicialmente “com problemas”.

Cerca de 60% da população idosa do Brasil não possui dentes ou usa próteses.

As possibilidades de ajuda odontológica para melhora da saúde em quadros de doença ou mesmo na terceira idade saudável são pouco salientadas nos dias atuais, inclusive entre os demais profissionais de saúde. No caso do idoso acamado, os cuidados odontológicos preventivos e interventivos, seja no ambiente domiciliar seja no institucional (ou hospitalar), têm papel de destaque na melhora do paciente – quando um idoso fica adoentado, sua reserva funcional, já diminuída, é colocada à prova e, para isso, todo seu corpo e seus órgãos precisam estar lutando, em sua maior funcionalidade, para trazer o indivíduo de volta à saúde plena.1,2

A má saúde dos dentes também provoca óbvio impacto na aparência dos indivíduos, podendo causar prejuízos para autoestima. O comprometimento da interação social e afetiva do idoso pode, muitas vezes, colaborar para o agravamento de quadros depressivos. No caso de idosos que precisam voltar ao mercado de trabalho (em um mundo de grandes dificuldades financeiras como o atual), problemas odontológicos sérios representam desvantagem estética, dificultando a desenvoltura com novos contatos profissionais, por exemplo. A recuperação da saúde bucal colabora para o imprescindível resgate de autoestima, ponto fundamental para sair da autocomiseração (muito comum na terceira idade) e poder levar uma vida saudável e dignificante.

O presente artigo tem o objetivo servir como instrumento para troca de informações em busca de uma visão gerontológica da saúde bucal, com uma única finalidade: a melhora na condição de vida dos idosos.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • avaliar a importância da restauração e da manutenção da saúde bucal de pacientes idosos nos diversos espectros de dependência;
  • identificar as doenças bucais mais prevalentes em idosos e sua etiologia;
  • estabelecer uma rotina adequada de higiene oral para idosos dependentes;
  • reconhecer os sinais e sintomas mais comuns de problemas bucais em idosos;
  • descrever as formas de tratamento odontológico para pacientes idosos nos diversos espectros de dependência.
  • Esquema conceitual
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