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TRANSFUSÃO MACIÇA DE HEMOCOMPONENTES E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Autores: Ana Maria Vieira Lorenzzoni, Renata Pereira da Silva Viebrantz, Stelamaris Bettker Westphalen, Monalisa Sosnoski , Tatiana Gallego Aquino
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  • Introdução

A hemorragia continua a ser uma das principais causas de mortes potencialmente evitáveis. Com isso, a infusão rápida de grandes volumes de produtos sanguíneos é necessária em pacientes com choque hemorrágico, interrompendo a desregulação intrínseca do sistema de coagulação sanguínea, causada pelo choque hemorrágico.1,2

As complicações do choque hemorrágico são inúmeras, várias delas interconectadas e apresentando manifestações imediatas ou tardias. Pode-se salientar sobre a tríade letal do choque hemorrágico: a coagulopatia, aqui representada pela coagulação intravascular disseminada (CIVDcoagulação intravascular disseminada), a hipotermia e a acidose metabólica.3

A perda de grandes volumes de sangue, em geral, requer a reposição maciça de soluções cristaloides, de coloides sintéticos e de hemocomponentes, denominando-se essa última de transfusão maciça. Portanto, a transfusão maciça (TMtransfusão maciça) é relativamente comum em cirurgias de grande porte, em transplante hepático, em hemorragias gastrintestinais e obstétricas e em traumas.4

O volume sanguíneo total do corpo humano é equivalente a 75mL/kg (em torno de dez unidades em um indivíduo adulto de 75kg), e, a partir desse dado, pode-se considerar alguns pontos importantes a respeito da transfusão maciça:5

 

  • reposição de sangue correspondente a uma volemia (75mL/kg), ou superior, em 24 horas (de 10 a 12U de concentrados de hemácias em um indivíduo adulto);
  • reposição equivalente a 50% da volemia corporal de sangue em três horas;
  • perda de 1,5mL de sangue por kg/min por 20 minutos pelo menos.

A hemoterapia moderna está baseada no uso racional dos hemocomponentes, com criteriosa avaliação clínica e/ou laboratorial, levando-se em consideração as indicações básicas para transfusão, que são restaurar ou manter a capacidade de transporte de oxigênio, o volume sanguíneo e a hemostasia.5

Para melhor entendimento da TMtransfusão maciça e condução dessa prática com segurança, é fundamental o conhecimento do processo que leva um ser humano à necessidade clínica de tal terapêutica e também dos cuidados que são fundamentais para o êxito, instituindo estratégias preventivas e terapêuticas, para reduzir a mortalidade vinculada a tal condição clínica, sendo claramente determinante no prognóstico do paciente.3,5

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • entender a fisiopatologia da hemorragia e do choque hemorrágico;
  • compreender o processo da transfusão maciça;
  • saber identificar os sinais das complicações relacionadas ao uso do protocolo de transfusão maciça;
  • entender o processo transfusional em uma situação de emergência, trazendo para a sua rotina de trabalho esses conhecimentos específicos;
  • ter a ciência da importância da atualização constante para a qualificação da assistência ao paciente em instabilidade hemodinâmica.
  • Esquema conceitual
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