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URINÁLISE: UM EXAME FUNDAMENTAL PARA CÃES E GATOS

Luana de Sousa Ribeiro

Danieli Brolo Martins

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • distinguir os métodos de colheita de urina e definir o mais indicado para cada caso;
  • reconhecer possíveis erros pré-analíticos;
  • identificar as diferentes etapas do exame de urina, seus resultados e possíveis interferentes;
  • interpretar os achados da urinálise.

Esquema conceitual

Introdução

O exame da urina pode evidenciar diversas alterações em pequenos animais. Além de doenças urológicas, pode-se perceber mudanças nos parâmetros urinários devido a problemas de origem endócrina, hepática, muscular, hemolítica e tóxica,1–6 já que se caracteriza por ser um líquido corporal formado a partir do sangue, no qual sua composição e aparência refletem as alterações funcionais e metabólicas do corpo.1 

Ainda, pelo fato de detectar tanto a doença renal glomerular quanto a tubular, é um exame mais eficiente ou, até mesmo, necessário para a interpretação de outros biomarcadores renais.7,8 Para tanto, a análise e a interpretação da urina precisam ser realizadas com cuidado, a fim de identificar o sistema ou órgão afetado e direcionar, em determinadas situações, aos demais exames adicionais para o diagnóstico definitivo.1

Compreender a urinálise e suas partes é primordial na rotina clínica de pequenos animais. O exame de urina é constituído por três etapas: análise física, química e microscópica,9 as quais são procedimentos simples e rápidos.1 Cada uma dessas fases é indispensável para se obter um resultado fidedigno, por trazerem informações únicas ou complementares entre si. Por exemplo, a identificação de células, cristais, cilindros, microrganismos e parasitas é apenas possível na sedimentoscopia.2,9,10 Já a determinação da etiologia de urina de coloração vermelha é realizada pela visualização microscópica das hemácias e detecção química de pigmentos (hemoglobina e mioglobina).3,4

Além disso, falhas da fita urinária são suprimidas pelas outras fases, como o uso do refratômetro para avaliar a gravidade específica.11 Visto isso, optar por realizar a sedimentoscopia apenas quando há alterações físico-químicas no exame é negligenciar informações importantes para o paciente.

Deve-se ressaltar também que a urinálise tem início na fase pré-analítica, o que demanda atenção especial por parte do clínico veterinário. Estudos comprovam que essa etapa corresponde a mais da metade dos erros nos exames laboratoriais, em que a maioria ocorre fora do laboratório.12 Dessa forma, um resultado fidedigno no exame de urina não depende apenas do laboratório clínico, mas de todos os autores envolvidos no processo.

Portanto, o objetivo deste capítulo é demonstrar a urinálise como fundamental da rotina clínica de cães e gatos, por meio da explanação de todas as etapas da urinálise, desde a colheita até a interpretação dos resultados. Espera-se fornecer subsídios para o aperfeiçoamento do patologista clínico e do clínico veterinário, em prol da saúde dos pequenos animais.

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