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VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM PEDIATRIA: APLICAÇÃO E ATUALIDADES

Autor: Milena Antonelli
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  • Introdução

Há mais de 25 anos a ventilação mecânica não invasiva (VMNIventilação mecânica não invasiva) vem sendo usada como suporte ventilatório; no entanto, não é considerada um recurso novo. Sua história e origem remetem a mais de 100 anos e estão ligadas à invenção do pulmão de ferro desenvolvido por Drinker e Shaw em 1927.1

O pulmão de ferro foi usado pela primeira vez em 1928 no Boston Children’s Hospital, nos EUA, em uma garota inconsciente e com problemas respiratórios. Esse equipamento desempenhou um papel crucial durante as epidemias de poliomielite das décadas de 1940 e 1950, mantendo vivos 10% dos pacientes com poliomielite que apresentaram insuficiência respiratória aguda (IRpAinsuficiência respiratória aguda). Entre 1960 e 1988, muitos pacientes passaram a receber ventilação domiciliar e alguns deles utilizaram suporte ventilatório de forma não invasiva, com equipamentos de pressão negativa (pulmão de ferro) ou com dispositivos que acessavam a via aérea pelo nariz ou pela boca.1

A primeira máscara para suporte de pressão contínua na via aérea foi projetada por Sullivan, em 1980, para ser usada durante a apneia obstrutiva do sono. Posteriormente, Delaubier e Rideau introduziram a técnica de ventilação por pressão positiva intermitente via máscara em crianças com distrofia muscular de Duchenne, mostrando que esses pacientes poderiam ser ventilados de modo adequado com uma máscara nasal, como a utilizada durante a apneia do sono.1

A partir desse ponto, houve a confirmação de que a ventilação mecânica poderia ser eficaz, confortável e bem tolerada com o uso de máscara nasal em pacientes com diversas enfermidades respiratórias. O uso da VMNIventilação mecânica não invasiva foi se difundindo rapidamente, e o recurso passou a ser usado como suporte de escolha nos tratamentos de pacientes com insuficiência respiratória devido a doenças neuromusculares, defeitos da caixa torácica, sequelas de tuberculose, doenças pulmonares obstrutivas agudas e crônicas, hipoventilação causada pela obesidade e bronquiectasias.1

Em neonatologia, a VMNIventilação mecânica não invasiva foi utilizada pela primeira vez no início da década de 1970, por meio da pressão contínua na via aérea, para o tratamento da síndrome do desconforto respiratório associado à prematuridade. Após o sucesso da VMNIventilação mecânica não invasiva na população adulta e neonatal, esse recurso passou a ser empregado em lactentes e crianças com condições agudas e crônicas associadas à insuficiência respiratória, insuflação pulmonar inadequada e trocas gasosas alteradas.2

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os objetivos, as indicações e as contraindicações do uso da VMNIventilação mecânica não invasiva em pediatria;
  • identificar as possíveis complicações do uso da VMNIventilação mecânica não invasiva e os critérios para descontinuação;
  • avaliar as diferentes interfaces para VMNIventilação mecânica não invasiva e suas indicações em pediatria;
  • comparar as principais modalidades da VMNIventilação mecânica não invasiva e suas aplicações em pediatria;
  • apontar as principais situações clínicas e enfermidades pediátricas com indicação de VMNIventilação mecânica não invasiva.

 

  • Esquema conceitual
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